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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Resumo da Vida Católica (17)

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA


Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Frutificam naqueles que os recebem com as disposições requeridas. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento[1].



Batismo[2]

Nos faz nascer para a vida divina: nos torna herdeiros do céu.

O fruto do Batismo, ou graça batismal, é uma realidade rica que compreende:

  1. O perdão do pecado original e de todos os pecados pessoais.
  2. O nascimento para a vida nova, pela qual o homem é feito filho adotivo do Pai, membro de Cristo, templo do Espírito Santo.
  3. A incorporação à Igreja, Corpo de Cristo, e a participação no sacerdócio de Cristo.


Confirmação[3]



Fortalece e adiciona à vida divina: nos converte em soldados de Cristo.

A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para:

  1. Nos enraizar mais profundamente na filiação divina.
  2. Nos incorporar mais firmemente em Cristo.
  3. Tornar mais sólido o nosso vínculo com a Igreja, associando-nos mais à sua missão.
  4. Nos ajudar a dar testemunho da fé cristã pela palavra acompanhada pelas obras.


Eucaristia[4]



Alimenta a vida divina.

A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo, obra que se torna presente pela ação litúrgica.

Pela consagração se realiza a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, encontra-se presente de maneira verdadeira, real e substancial, com seu Corpo, seu Sangue, sua alma e sua divindade.

A Comunhão do Corpo e Sangue de Cristo:

  1. Acrescenta a união do comungante com o Senhor.
  2. Lhe perdoa os pecados veniais e o preserva dos pecados graves.
  3. Visto que os laços de caridade entre o comungante e Cristo são reforçados, a recepção deste sacramento fortalece a unidade da Igreja, corpo místico de Cristo.


Reconciliação ou Penitência[5]

Nos devolve a vida divina perdida pelo pecado.

A confissão individual e integral dos pecados graves seguida da absolvição é o único meio ordinário para a reconciliação com Deus e com a Igreja.

Os efeitos espirituais deste sacramento são:

  1. A reconciliação com Deus, pelo que o penitente recupera a graça.
  2. A reconciliação com a Igreja.
  3. A remissão da pena eterna contraída pelos pecados mortais.
  4. A remissão, ao menos em parte, das penas temporais, conseqüência do pecado.
  5. A paz e a serenidade de consciência e o consolo espiritual.
  6. O aumento das forças espirituais para o combate cristão.


Unção dos Enfermos[6]

Mantém a vida divina nos sofrimentos oriundos de enfermidade grave ou velhice.

A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:

  1. A união do enfermo à Paixão de Cristo, para seu bem e o de toda a Igreja.
  2. O consolo, a paz e o ânimo para suportar cristãmente os sofrimentos da enfermidade ou da velhice.
  3. O perdão dos pecados se o enfermo não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência.
  4. O restabelecimento da saúde corporal, se convier à saúde espiritual.
  5. A preparação para a passagem para a vida eterna.


Ordem[7]

Perpetua os ministros que transmitem a vida divina.

A Ordem é o sacramento pelo qual a missão confirmada por Cristo aos seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos: é, pois, o sacramento do ministério apostólico.

Compreende três graus: o episcopado, o presbiterato e o diaconato.

A Igreja confere o sacramento da Ordem unicamente a homens batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério tenham sido devidamente reconhecidas. À autoridade da Igreja corresponde a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber a ordenação.

"Portanto, com o fim de afastar toda dúvida acerca de uma questão de grande importância, que liga a própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar na Fé aos irmãos (cf. Lucas 22,32), declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis da Igreja"[8].



Matrimônio[9]

Aperfeiçoa o amor humano dos esposos e lhes confere a graça para se santificarem no caminho para a vida divina.

A aliança matrimonial, pela qual um homem e uma mulher contituem uma íntima comunidade de vida e amor, foi fundada e dotada de leis próprias pelo Criador.

Os efeitos do matrimônio são:

  1. Origina entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo, de modo que o matrimônio validamente celebrado e consumado entre batizados não pode jamais ser dissolvido.
  2. Os cônjuges recebem uma graça própria do sacramento, pela qual:
  • Tornam-se consagrados, por um sacramento peculiar, para os deveres e a dignidade de seu estado.
  • Se fortalece sua unidade indissolúvel.
  • Se ajudam mutuamente a santificar-se com a vida matrimonial conjugal e na acolhida e educação dos filhos.


Entre batizados, o matrimônio foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento[10].

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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1131.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1279.
[3] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1316.
[4] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1409; 1413; 1416.
[5] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1496-1497.
[6] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1532.
[7] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1536; 1598.
[8] João Paulo II, Carta Apostólica, 22 de maio de 1994.
[9] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1638-1640; 1660..
[10] Cf. Gaudium et Spes (=GS) 48,1; Cód. Dir. Can. 1055,1.


http://www.veritatis.com.br/article/5155


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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Batismo de Crianças

O batismo de criança




D. Estevão Bettencourt



Muitos desejariam adiar o Batismo para a idade madura dos candidatos, pois dos que são batizados na infância, muitos não assumem as obrigações decorrentes do sacramento. Em 1980, então, a Igreja publicou uma Instrução sobre o Batismo das Crianças.

Vejamos seu conteúdo.


A Bíblia não se refere explicitamente ao Batismo de crianças, mas narra que vários personagens se fizeram batizar "com toda sua casa". A expressão "casa" designava o pai de família com todos os seus, inclusive as crianças. No século II, aparecem os primeiros testemunhos diretos do Batismo de crianças, nenhum deles o apresenta como inovação.


Santo Ireneu de Lião (+ 202) considera óbvia, entre os batizados, a presença de "crianças e pequeninos" ao lado dos jovens e adultos (Contra as Heresias II-24,4).

São Cipriano de Cartago (+ 258) dispôs que se podiam batizar as crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epístola 64).

Esta prática foi reafirmada nos concílios de Cartago (418) e de Trento (1547). O Catecismo da Igreja, parágrafo 1250, afirma que "a gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças."

A razão teológica da prática do Batismo de crianças é a seguinte: o sacramento não é mera matrícula nurna associação, mas é um renascer, um receber a vida nova dos filhos de Deus, que tem pleno sentido mesmo que a criança ignore o que lhe acontece; esse renascer para a vida eterna é que dá pleno sentido ao primeiro nascimento (a partir dos pais), pois torna a criança herdeira do Sumo Bem.


O fato de que as crianças ainda não podem professar a fé pessoalmente não é obstáculo, pois a Igreja batiza os pequeninos na fé da própria Igreja, isto é, professando a fé em nome dos pequeninos. Esta doutrina se acha expressa no Ritual do Batismo, quando o celebrante pede aos pais e padrinhos que professem "a fé da Igreja, na qual as crianças são batizadas".


A Igreja só não batiza as crianças, quando os pais não o querem ou quando não há garantia alguma de que o batizado será educado na fé católica. Mesmo quando os pais não vivem como bons católìcos, a Igreja julga que a criança tem o direito de ser batizada, desde que os próprios pais ou padrinhos ou a comunidade paroquial lhe ministrem a instrução religiosa. Assim, os pais católicos que não vivem o matrimônio sacramental tem o dever de mandar batizar os filhos e providenciar a sua educação religiosa.


É comum levantar-se a seguinte questão: o Batismo das crianças constitui um atentado à liberdade das mesmas; impõe-lhes obrigações religiosas que talvez não queiram aceitar em idade juvenil. Respondemos:


1. No plano natural, os pais fazem, em lugar de seus filhos, opções ìndispensáveis ao futuro destes: o regime de alimentação, a higiene, a educação, a escola... Os pais que se omitissem a tal propósito sob o pretexto de salvaguardar a liberdade da criança, prejudicariam seriamente a prole. Ora, a regeneração batismal vem a ser o bem por excelência que os pais católicos devem proporcionar aos filhos.


2. Mesmo que a criança, chegando a adolescência, rejeite os deveres do Batismo, o mal é então menor do que a omissão do sacramento. Com efeito, o fato de alguém rejeitar a boa educação que recebeu, é dano menos grave do que a omissão de educação por parte dos pais. Além do mais, os gérmens da fé depositados na alma da criança poderão um dia reviver.


Caso não seja possível batizar, a Igreja confia a criança falecida ao amor de Deus, que é Pai e fonte de misericórdia. A doutrina do limbo não constitui artigo de fé, de modo que se pode crer que Deus tem recursos invisíveis para salvar todas as crianças, mesmo as que morrem sem Batismo.


Isto, porém, não exime os pais do grave dever de levar, quanto antes, os seus filhos à pia batismal, pois, se os sacramentos não obrigam a Deus, obrigam a nós, criaturas.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Sacramento da Ordem

Continuando a falar sobre a bela vocação ao sacerdócio, segue um texto do prof. Felipe Aquino sobre o Sacramento da Ordem.

Abraços e uma ótima quarta feira para você!

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O sacramento da ordem
Este é o Sacramento que constitui os Ministros do Senhor. Ele pode ser ministrado em três Ordens: episcopado, presbiterado e diaconato.
No Antigo Testamento, Deus escolheu a tribo de Levi para dela saírem os sacerdotes da antiga aliança. Eram muitos os sacerdotes, os ritos e os sacrifícios (Nm 3,11-13; Lv 1,27-34).
Jesus veio para com o seu sacrifício levar à plenitude os sacrifícios da Antiga Aliança; por isso, Ele aboliu o sacerdócio levítico e fez-se Ele mesmo o Único Sacerdote da Nova e Eterna Aliança, de acordo com Melquisedec, Rei e Sacerdote (Hb 7,1-10; 10,4-10). Como único Sacerdote ofereceu um Único sacrifício, oblação perfeita da sua vida da sua vontade, entregues ao Pai. O seu Sim, inspirado no amor a nós, apagou o Não dito pelo primeiro homem por falta de amor ao Pai.
Até que Ele volte Cristo quer continuar o seu sacerdócio para aplicar os frutos da Redenção aos homens, através dos ministros que Ele escolheu e escolhe. Estes participam do único e mesmo sacerdócio de Jesus e oferecem o único sacrifício do Senhor na cruz; agem como se fossem a mão e o braço de Jesus estendido através de todos os séculos, para salvar todos os homens. Jesus escolheu os Doze Apóstolos para dar início à Igreja, porque quis que ela não fosse um povo sem forma, ao contrário, a quis estruturada em uma hierarquia definida, como mostram os Evangelhos: “Ele escolheu Doze para estarem com Jesus” (Mc 3, 13-16).
Jesus lhes deu ordem e poder de agirem como se fosse Ele mesmo: “Quem vos ouve, a mim ouve; que vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Segundo o Concílio de Trento, os Apóstolos foram constituídos sacerdotes na última Ceia. (DS, 1752[949]).
Além dos Doze, Jesus chamou mais 72 colaboradores, com missão análoga à dos Apóstolos. Os Atos dos Apóstolos mostram que Pedro e Paulo iam instituindo presbíteros (epískopoi em grego) onde passavam (At 14,23; 15,2-6; 11,30; Tt 1,5; 1Tm 4,14; 5,17; 1Pd5,1), para que esses dirigissem a comunidade.
Não havia igrejas independentes dos Apóstolos, como muitas são hoje criadas. Os Apóstolos também instituíram diáconos que ocupavam um lugar abaixo dos presbíteros (At 6,1-6; 1Tm 3,8-13).
Enquanto os Apóstolos eram vivos, eles eram os responsáveis pelas comunidades cristãs, abaixo deles havia um colegiado de anciãos (presbyteroi em grego) ou episkopoi (superintendente), e mais abaixo os diáconos. No fim da vida dos Apóstolos, foi surgindo o “episcopado monárquico”, sendo escolhido um presbítero que se tornava o pastor estável da comunidade, com o título exclusivo de episkopos (= bispo), enquanto os demais ficavam com o título e presbíteros. Assim, os bispos são os sucessores dos Apóstolos. Cada um tem jurisdição apenas sobre a sua diocese, enquanto o bispo de Roma, o Papa, que é sucessor direto de São Pedro, tem jurisdição sobre a Igreja toda.
A plenitude do sacerdócio de Cristo é conferida ao bispo. Ele pode consagrar a Eucaristia e ordenar presbíteros. Esses não podem ordenar outros presbíteros.
Nos primeiros séculos da Igreja houve as diaconisas, mulheres encarregadas da catequese e outras funções, mas não recebiam o sacramento da Ordem, apenas uma bênção (sacramental) para exercer o ministério.
O SACRAMENTO DA ORDEM NO CATECISMO
O Catecismo da Igreja ensina os pontos mais importantes do Sacramento da Ordem.
§ 1536 – A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico.
Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.
(...)
§ 1539 – O povo eleito foi constituído por Deus como “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6) (Cf. Is 61,6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico (Cf. Nm 1,48-53), Deus mesmo é sua herança (Cf. Js 13,33). Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da antiga aliança (Cf. Ex 29,1-30; Lv 8).
Os sacerdotes são aí “constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Cf. Hb 5,1).
§ 1540 – Instituído para anunciar a palavra de Deus (Cf. Ml 2,7-9) e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar a salvação. Precisa, por isso, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar à santificação definitiva (Cf. Hb 5,3.7,27; 10,1-4), que só o sacrifício de Cristo deveria operar.
(...)
O Único sacerdócio de Cristo
§ 1544 – Todas as prefigurações do sacerdócio da antiga aliança encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, “único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5). Melquisedec, “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14,18), é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único “sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5,10;6,20), santo, inocente, imaculado” (Hb 7,16), que “com uma única oferenda levou à perfeição, e para sempre, os que ele santifica” (Hb 10,14), isto é, pelo único sacrifício de sua Cruz.
§ 1545 – O sacrifício redentor de Cristo é único, realizado uma vez por todas. Não obstante, torna-se presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo acontece com o único sacerdócio de Cristo: torna-se presente pelo sacerdócio ministerial, sem diminuir em nada a unicidade do sacerdócio de Cristo. “Por isso, somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são meus ministros.” (Sto. Tomás de Aquino, Hebr., 7,4).
(...)
§ 1547 – O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora “ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo” (LG 10), diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo “ordenados um ao outro” (LG 10). Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos.
É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o sacramento da Ordem.“In persona Christi Capitis” (Na pessoa de Cristo Cabeça...)
§ 1548 – No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age “in persona Christi Capitis” (na pessoa de Cristo Cabeça) ( Cf. LG 10; 28; SC 33; CD 11; PO 2; 6).
Na verdade, o ministro faz as vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa (“Virtute ac persona ipsius Christi”) ( Pio XII, enc. Mediator Dei).“Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da [Antiga] Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa.”(Sto. Tomás de Aquino, S. Th III, 22,4).
(...)
§ 1550 – Esta presença de Cristo no ministro não deve ser compreendida como se estivesse imune a todas as fraquezas humanas, ao espírito de dominação, aos erros e até aos pecados. A força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade apostólica da Igreja.
§ 1556 – Para desempenhar sua missão, “os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo, que desceu sobre eles. E eles mesmos transmitiram a seus colaboradores, mediante a imposição das mãos, este dom espiritual que chegou até nós pela sagração episcopal” (LG 21).
(...)
§ 1558 – “A sagração episcopal, juntamente com o múnus de santificar, confere também os de ensinar e de reger... De fato, mediante a imposição das mãos e as palavras da sagração, é concedida a graça do Espírito Santo e impresso o caráter sagrado, de tal modo que os Bispos, de maneira eminente e visível, fazem as vezes do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice, e agem em seu nome (“in eius persona agant”)” (Ibid). “Os Bispos, portanto, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, foram constituídos como verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores”(CD. 2).
(...)
Do livro OS SETE SACRAMENTOS
Do Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Quando não comungar

“Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor.
Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. “ 1 Cor 11, 26-30


Há pouco tempo ouvi uma pessoa comentando sobre o problema dos recasados (pessoa que se divorciou e está vivendo com outra pessoa), e o fato de, segundo a Igreja, não poder comungar... a pessoa reclamava e achava um absurdo o fato do Papa não permitir a comunhão a essas pessoas.


Ao ler hoje pela manhã essa passagem me lembrei dessa conversa... a Igreja não pode permitir que pessoas que estejam “vivendo em pecado”, já que o casamento é indissolúvel, e quem se casa com outra pessoa, está adulterando com relação à outra (1) .

Assim, quando a Igreja pede que seus filhos que estão em situação de pecado não comunguem, os está livrando da condenação!!

Assim como diz a passagem de I Corintios, que nos examinemos antes de receber o Corpo e o Sangue de Jesus, buscando sempre o Sacramento da Confissão.


(1)

  • “Não separe o homem aquilo que Deus uniu” (Mt 19,6)
  • “Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério” (Mt 19,9)
  • "O Senhor Jesus insistiu na intenção original do Criador, que queria um casamento indissolúvel. Ab-roga as tolerâncias que se tinham introduzido na Lei antiga. Entre batizados, o matrimonio ratificado e consumado não pode ser dissolvido por nenhum poder humano nem por nenhuma causa, exceto a morte". (Catecismo da Igreja Católica §2382)

domingo, 13 de abril de 2008

Sacramentos / Confissão


Iniciamos no mês passado uma enquete sobre a confissão aqui no blog, onde a pergunta era: Confessa-se com freqüência? - e cada um podia responder: mensalmente ou mais - a cada seis meses - a cada ano - raramente - nunca.


Fiquei muito feliz ao constatar que 61% dos leitores do blog que responderam, estão entre o "mensalmente" e "a cada ano". Sabemos que é um mandamento da Igreja que confessemos nosso pecado pelo menos uma vez ao ano: Pela Páscoa. Mas ainda temos os que responderam como "raramente" e "nunca".


Interessante que conheçamos um pouco mais desse maravilhoso Sacramento, que muitos não compreendem. Mas antes, vamos entender o que é Sacramento:


Sacramento é o sinal visível e sensível da presença de Deus. O que isso quer dizer?


Jesus, em sua Infinita bondade, subiu ao Pai após sua morte e ressureição, e disse "eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". Mas... Ele sabia que somos tão limitados, que precisamos, como Tomé, ver, sentir... e deixou os maravilhosos sacramentos.


Vamos entendê-los então: a graça de Deus não é visível e sensível na maioria das vezes (no sentido de ver e tocar)... então, pelo sacramento, temos o toque, a sensação, a visão. E junto com isso, vem a graça.


Quando eu me confesso, o Padre que me ouve (visível e sensível) está no lugar de Jesus (que não vejo nem sinto). Quando recebo a imposição de suas mãos (visível e sensível), recebo a graça do perdão dos pecados (que não vejo nem sinto, mas que está acontecendo, e eu sei pela fé).


Os sacramentos são sete: Batismo, Eucaristia, Confissão, Confirmação ou Crisma, Matrimônio, Ordem, Unção dos Enfermos.


Em todos eles, existe a graça de Deus, e em todos temos o toque, a sensação, a visão do sinal, que vem junto com a graça de Deus.


Mesmo tendo passado aquele momento que todos buscam a confissão com maior afinco (quaresma), se você não se confessou, ou se confessou e está sentindo novamente a necessidade, procure o padre de sua paróquia, ou daquela mais próxima de você.


O padre recebeu do próprio Jesus o poder de perdoar os pecados. Existem pessoas que passam a vida toda se culpando, sofrendo por algo que cometeram... sendo que podem buscar na fonte de Água Viva o perdão por seus pecados.


Lembre-se que a confissão é uma graça que temos em nossa Igreja Católica, basta que a busquemos.


Pra terminar, um pedaço de uma música do Dunga, da Canção Nova:


"Pare de se maltratar,

não queira aos outros culpar,

Diga: Por hoje não!

Por hoje eu não vou mais pecar!

Estenda a sua mão

E abra o seu coração

Volta pro Teu Senhor

E se abra à restauração

Com Cristo você vai superar

Todas as barreiras passar

Todo o pecado vencer

Um novo Homem vai nascer!!!!"




Nessa semana, aproveite para reconciliar-se com Deus e contigo mesmo!


Uma boa semana! Que Deus abençõe!

João Batista

Ecclesiae Dei


quinta-feira, 6 de março de 2008

Confissão


A instituição da Confissão é comprovada legitimamente dos textos que conferem o poder das chaves, poder que deve ser exercido a modo de juízo. Tal juízo, não pode ser proferido sem a prévia manifestação dos pecados, pois
1) um juízo prudente e sábio não pode ser proferido sem prévio conhecimento de causa e
2) esta não pode ser conhecida sem a confissão do penitente, visto ser ele o único que tem realmente conhecimento do próprio pecado e de sua malícia.
Não se trata apenas de declarar perdoados os pecados, vistas as boas disposições do penitente. Em Jo 20, 21ss, Jesus declara declara que a missão dada aos Apóstolos é semelhante à que recebeu do Pai. Ora, Cristo não apenas prega a remissão dos pecados ou os declara perdoados, mas perdoa-os. Portanto, assim também os Apóstolos e seus legítimos sucessores não somente declaram o perdão, mas perdoam, realmente, em nome de Cristo: "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".

Durante a vida, deparamo-nos com tentações contra a pureza, que não podem ser vencidas a não ser pela fuga. "Levamos o nosso tesouro em vasos quebradiços", nos diz a Sagrada Escritura. Vidros de fina composição só com grande cautela podem ser levados juntos de uma só vez. A pureza do coração é coisa tão delicada, que só com grande cuidado pode ser conservada. Para não perder este precioso tesouro, é preciso que fujamos de todas as ocasiões, que fazem a virtude da pureza perigar. É preciso que renunciemos aos vis prazeres do mundo, não concedendo liberdade aos membros, que exigem pela natural inclinação, quer seja o amor à carne, o apego aos bens, a maldade, etc .
Jesus, conhecendo a nossa fraqueza, foi extremamente bondoso ao instituir o sacramento da confissão, conferindo aos Apóstolos e Sacerdotes da Igreja, o poder de perdoar pecados. No confissionário, temos a plena convicção do perdão. Ali a alma entra doente e suja, sai sã e límpida.
Infeliz do homem que dá ao mundo os seus dias da mocidade, reservando-lhe apenas o fim da vida. Ao fim da peregrinação, cada um terá de se apresentar ao Criador. Que será de nós se lá chegarmos com a alma imunda e de mãos vazias? Aproveitemos, portanto, a graça da confissão enquanto ainda caminhamos neste mundo.

Para que façamos uma boa confissão é preciso:
1. Exame de consciência e ato de contrição, ou seja, rezar e refletir sobre seus pecados.
2. Arrependimento sincero pelas ofensas feitas contra Deus e os irmãos.
3. Firme propósito de não mais pecar.
4. Confessar os pecados aos Sacerdote. 5. Cumprir a penitência imposta pelo padre ao término da confissão.
Ato de Contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes vós quem sois sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de vos ter ofendido; pesa-me também por perdido o céu e merecido o inferno e proponho firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender e espero alcançar o perdão das minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia.
Amém.