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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Os Vícios e os Pecados

OS VÍCIOS E OS PECADOS



Por Dom Lourenço, OSB.
Tradução: Marcus Pimenta


Os vícios capitais



Logo no início do estudo sobre as virtudes, pode-se ver que podemos adquirir na nossa alma uma força habitual, enraizada e má, chamada vício. Esses vícios empurram a alma a praticar atos contrários às virtudes, ou seja, atos pecaminosos, pelos quais ofendemos gravemente a Deus nosso Senhor.



No estudo de cada virtude em particular ve-se também os vícios contrários às virtudes, ou seja, os pecados que cometemos contrariando as virtudes.


Há, porém, na alma, alguns vícios enraizados não porque cometemos pecados e fomos adquirindo esses vícios, mas que são cicatrizes do pecado original. Vamos explicar um pouco o que isso significa.



Sabemos que o Sacramento do Batismo apaga o pecado original. Isso é uma verdade de Fé, na qual acreditamos com todas as forças da nossa alma. Porém, mesmo tendo sua alma limpa do pecado original, o homem vive nesta vida sempre inclinado para fazer o mal. É necessário sempre lutar contra as tendências más da alma, sua inclinação a faltar à Lei de Deus, a procurar satisfazer suas paixões, seu conforto, a esconder dos outros os atos maus que fazemos, etc.


Essa inclinação má que encontramos dentro de nós explica-se pelo fato de que nossa sensibilidade não aceita mais se submeter à razão; nossa vontade não tem mais forças para impor a verdade e o bem. Com isso, estamos sempre procurando satisfazer a sensibilidade. A vida de virtudes e dos dons do Espírito Santo nos salva desta revolta, pela força que adquirimos na luta contra as paixões desregradas.



Ora, essa inclinação para fazer o mal se realiza na nossa alma através dos chamados vícios capitais. E a luta para vencê-los é feita pela prática das virtudes opostas a esses vícios ou pecados.



Chamam-se capitais porque são como que a cabeça, a fonte de todos os pecados. Dessas inclinações originam-se todos os atos maus que cometemos. Ao estudá-los, aprenderemos a vigiar nossas almas no sentido de fugir desses vícios e assim evitarmos muitos pecados.


Os vícios ou pecados capitais são sete:



Soberba
Avareza
Luxúria
Inveja
Gula
Ira
Preguiça (e tibieza)



A Soberba



A Soberba também é chamada de orgulho e consiste numa estima excessiva de si mesmo.

- não agradece a Deus as qualidades que possui e fica procurando elogios.

- acha que possui qualidades que na verdade não possui.

- procura sempre rebaixar as qualidades dos outros.

A Soberba produz ainda:

ambição - desejos imoderados de possuir bens e glória.

presunção - confiança exagerada em si mesmo.

vã glória - procura de elogios e admiração.

hipocrisia - atos que mascaram a maldade do coração.

obstinação - não aceitar os conselhos e insistir sempre no mal.

desprezo - olhar os outros como inferiores.

A Soberba é um vício que leva a alma a uma cegueira total sobre si mesma e sobre o próximo. A alma soberba não pode amar a Deus e ao próximo na verdadeira Caridade.

Devemos pedir em nossas orações que sejamos sempre humildes, reconhecendo que recebemos de Deus tudo o que possuímos e tudo o que somos. Sigamos o exemplo de Jesus Cristo, manso e humilde de coração.



A Avareza


Se a soberba consiste numa estima excessiva de si mesmo, a Avareza é a estima excessiva das riquezas e dos bens materiais. A alma dá tanta importância ao dinheiro que passa a viver só em torno disso, esquecendo-se de Deus e do próximo. O avaro está tão apegado às coisas que possui que prefere morrer do que perdê-las. Só pensa em comprar, em ter, em mostrar aos outros tudo o que possui.

A avareza produz:

- injustiça para com o próximo: roubos, trapaças etc.

- traição: como Judas, que vendeu Jesus por trinta moedas.

- dureza do coração diante da pobreza: nunca dá esmolas nem quer ajudar os pobre.

- preocupações constantes: medo de perder tudo.

- esquecimento de Deus e da salvação eterna.

Para vencer a avareza devemos considerar que tudo é palha diante da vida da graça, verdadeira riqueza da alma. Contemplemos a simplicidade de coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu amor pela pobreza e pelos mais humildes e toda sua vida voltada para fazer a vontade do Pai.


A Luxúria



Deus ordenou aos homens que se multiplicassem sobre a terra. Para isso, Ele instituiu a família, união de um homem e de uma mulher, que se unirão pelo ato conjugal para terem os filhos que Deus quer que eles tenham. Foi para proteger a instituição familiar que esse ato e tudo o que se relaciona com ele, ficou reservado ao matrimônio.

A luxúria é o vício que leva os homens a realizarem o ato sexual fora do casamento ou contrariando as normas naturais estabelecidas por Deus para ele. Esse vício provoca pecados contra o sexto e o nono mandamentos: atos, pensamentos, desejos, más companhias, filmes, revistas, e o adultério, que é a traição do juramento matrimonial.

A luxúria provoca também:

- cegueira espiritual: a alma fica desnorteada e a vergonha a leva a fugir de Deus.

- precipitação: nervosismo nas coisas do dia a dia, perda da concentração nos estudos.

- inconstância: um dia bem, outro dia má, a alma balança ao sabor das paixões.

- amor próprio: amor desordenado das coisas do corpo.

- imodéstia e despudor: roupas e as atitudes do corpo indecentes e provocadoras.

Para se afastar completamente da luxúria e de todos os pecados que dela nascem, devemos perseverar na oração, receber com freqüência os sacramentos, evitar a ociosidade, praticar a temperança e a castidade, e fugir de todas as ocasiões de pecado: má companhia, diversões mundanas e pecaminosas etc.


A Inveja


A inveja é um vício pelo qual nós olhamos tudo que há de bem no nosso próximo como sendo mau, porque diminui nossa grandeza e nossa glória. Ou seja, não gostamos de ver alguém ser elogiado e nós não, não suportamos que tal pessoa tenha um objeto que nós não temos. No fundo, queremos ser sempre os mais notados e festejados. Vemos assim que a inveja nasce da soberba, que é aquela cegueira sobre nós mesmos. Pela inveja procuramos sempre atrapalhar o outro e nos alegramos quando o vemos atribulado.



Como a inveja nos leva a desprezar o próximo, ela é a origem de muitos pecados graves contra a virtude da Caridade, a qual nos leva a nos alegrar pelo bem que vemos no outro.


A inveja provoca:

- ódio - foi o ódio nascido da inveja que levou Caim a matar Abel

- murmúrio - a alma passa seu tempo a pensar mal dos outros.

- detração - ela já não pensa só contra seu próximo, mas tenta quebrar a reputação do outro.

A inveja se vence pela prática de duas virtudes: a humildade, que combate a origem da inveja que é a soberba; e a caridade fraterna, que combate as conseqüências da inveja.


A Gula



A gula é um apetite desordenado pela comida ou pela bebida. Esta desordem pode existir na alma de cinco modos.

- procurando desordenadamente comidas caras e diferentes (tipo)

- comendo em excesso (quantidade)

- demasiada atenção na preparação (qualidade)

- comendo ou bebendo de modo voraz e sem educação (modo)

- se preocupando demais com a hora da comida (precipitação)

Devemos combater o vício da gula por ser algo de muito animal e baixo. Mesmo que o pecado que ele provoca seja, às vezes, pecado venial. Mas a gula pode nos levar a cometer também pecados mortais, quando comemos ou bebemos a ponto de perder o controle de si, de passar mal, etc.

A gula provoca ainda:

- embriaguez.

- dissipação e dificuldade de se concentrar.

- dificuldade para estudar.

- fuga da vida de oração.

Pela virtude da Temperança procuremos moderar a nossa gula, considerando o quanto são mesquinhos e baixos os bens que ela nos traz.


A Ira



A ira é um estado de descontrole da paixão ou um desejo imoderado de vingança. O descontrole da paixão é a raiva, que chega a modificar nosso semblante; a vingança imoderada consiste em vingar-se quando não nos cabe vingar ou vingar-se de alguém que não nos fez nada que merecesse vingança.

A ira provoca ainda:

- indignação é nossa irritação contra alguém que achamos injustamente que está irritado conosco.

- maus pensamentos e juízos temerários.

- gritos e agitação.

- blasfêmias.

- acusações injustas.

- rixas e brigas.

Lembremos do exemplo de Jesus Cristo, manso e humilde de coração, e peçamos a Ele que faça o nosso coração semelhante ao seu. Diz ainda as Sagradas Escrituras: na vossa paciência, possuireis as vossas almas.



A preguiça e a tibieza



Este vício pode ser considerado de dois modos:

a) em geral: é a inclinação a procurar o repouso e o conforto do corpo: chama-se preguiça

b) em particular: é o tédio pelas coisas espirituais, pela oração e por tudo que nos aproxima de Deus: chama-se tibieza

No Antigo Testamento vemos como o povo hebreu sentiu saudades da escravidão do Egito e reclamou contra Moisés e contra Deus por terem fugido. E isso, apesar de todas as demonstrações de amor que Deus dava constantemente a eles: a travessia do Mar Vermelho, o maná, as perdizes, a água tirada da rocha, as curas milagrosas pela serpente de bronze etc. Esta atitude do povo hebreu mostra bem o que é a tibieza, e como nos prejudicamos quando nos afastamos do caminho da oração e do amor de Deus.


Como a tibieza opõe-se à Caridade, ela provoca um pecado mortal, pelo qual ofendemos a Deus, agimos contra o primeiro mandamento e recusamos os meios que Deus pôs a nosso dispor para alcançarmos a salvação.


A tibieza leva a alma aos seguintes pecados:

- desespero da salvação

- pusilanimidade é a atitude medrosa, fraca, envergonhada, diante das coisas de Deus e da Igreja, tanto no nosso coração quanto nas manifestações exteriores da nossa Fé.

- fraqueza no cumprimento dos Mandamentos.

- rancor e raiva contra os que nos chamam a atenção para que voltemos a rezar.

- ódio das coisas espirituais que impedem a alma de se soltar no pecado.

- atenção voltada para as coisas ilícitas, interesse por elas, desejo de as praticar.

Este vício é dos mais difíceis de se extirpar. O peso da alma é grande e a leva a cometer muitos pecados. É preciso fugir dele com todas as forças, pois cada dia ele cresce e se cria novas raízes na alma. Nunca deixar de rezar um pouco, mesmo que isso custe muito para a alma. Procurar com muita freqüência o confessionário e pedir ao padre ajuda para sair da escuridão. Confiar em Nossa Senhora e pedir a ela que devolva as forças da alma.


Estes são, então, os vícios capitais. Sabendo o que eles representam para a alma, procuraremos trabalhar pela prática das virtudes no sentido de diminuir sua ação. Isto porque deles brotam como de uma fonte muitos pecados.




Resta-nos agora estudar um pouco o que é um pecado e as diversas espécies de pecado.



O pecado



Podemos chamar um ato mau de pecado, ato pecaminoso, ou vício. Na verdade, vício significa um estado, uma inclinação ao mal, uma tendência a agir contra Deus e contra a lei. Já a palavra pecado significa um ato mau, ou seja, algo de concreto, existente de fato, com conseqüências maiores ou menores, de acordo com a gravidade do ato. Por isso podemos dizer que dos vícios (das tendências más) nascem muitos pecados. Uma vez a tendência ao mau presente na nossa alma (vício), se não lutarmos contra ela, agiremos mau neste caso e naquele outro (pecado).


Não é possível existir na nossa alma, ao mesmo tempo, as virtudes e pecados mortais. Um anula o outro. Sabemos que viver na virtude quer dizer possuir no coração a maior de todas as virtudes, que é a Caridade, junto à qual todas as outras virtudes vêm se abrigar. Quando cometemos um pecado mortal, estamos realizando um ato que contraria a Caridade, o amor de Deus. Apagamos do nosso coração esta virtude que nos trazia a presença de Deus tal como Ele existe no Céu. É evidente que, ao perder a Caridade, nenhuma outra virtude permanece na alma, pois sem a Caridade não há virtude alguma.



Assim, com um único ato de pecado, perdemos a Caridade, a Prudência, a Justiça, a Temperança etc. e todas as demais virtudes e dons do Espírito Santo. Que tragédia! Nada subsiste na alma daquela luz de Deus. Nosso batismo é jogado fora e preferimos viver como aqueles que não conhecem a Deus. A comunhão no Corpo e no Sangue de nosso Redentor passa a ser uma mentira e profanação, ou então abandonamos de vez a santa Comunhão. Quanto prejuízo por causa de quê? de alguma coisa muito grande, muito importante? Não! por causa de um prazer passageiro, que logo se transforma em enjôo; por causa de um minuto de fraqueza onde temos a evidência de toda a fraqueza da alma.



Esta é a realidade do pecado mortal. A situação da alma é tão grave (se ela morre com um único pecado mortal ela vai para o inferno) que Deus instituiu o sacramento da Confissão para devolver a alegria e a liberdade aos que se tornaram escravos do pecado. Nunca deixemos de nos confessar com freqüência, para que tenhamos força de resistir às tentações do maligno.




Quando pecamos



Existem dois critérios para saber quando um ato é pecaminoso: a lei da consciência e a lei eterna.

A nossa razão possui, dentro dela mesma, uma série de critérios que nos mostram quando um ato é bom e quando ele é mau. Estes critérios recebem o nome de Lei natural. Todos os homens nascem com a Lei natural no coração. Esta lei natural será embelezada, aprimorada, desenvolvida, pela reta educação, pelo catecismo verdadeiro, pela vida de família que recebemos dos nossos pais e mestres. Com isso, formamos nossa consciência para que ela possa sempre agir segundo a reta razão, segundo a consciência reta. Esta é a lei da consciência que nos leva a reagir prontamente sempre que vemos algo de errado, mesmo se não sabemos muito bem em quê consiste o erro. É essa mesma lei da consciência que nós consultamos quando fazemos nosso exame de consciência, antes da confissão: o que foi que eu fiz de errado, quais são os meus pecados?


Mas essa lei natural, da consciência, não basta como critério do certo e do errado. É preciso que possamos comparar nossa razão e a educação que recebemos com um modelo, e que este modelo nos dê total confiança, que possamos saber com certeza que não pode haver erro.


Mas será que nossos pais, nossos mestres, nossos padres, são tão bons que possamos confiar cegamente neles? É claro que devemos confiar muito neles, mas só Deus pode nos dar uma confiança total.



Por isso, a regra máxima do ato humano é a Lei Eterna, a Lei de Deus, não como ela se encontra na nossa consciência, mas como ela existe no próprio Deus.

A nossa consciência só poderá ser critério de bem e de mal na medida em que ela corresponder à Lei Divina. Se ela contrariar a Lei de Deus, evidentemente nossa consciência estará errada e o ato será mau.

Vemos então que todo pecado é um ato desordenado, ou seja, que contraria uma ordem, uma regra, uma lei. Vemos também como as regras que aprendemos em casa, no catecismo, na escola (na boa escola), não foram inventadas pelos homens só para nos aborrecer: elas vêm de Deus, por isso elas são santas, sagradas e devem ser respeitadas sempre. Quando confiamos em nossos pais, em nossos mestres ou nos padres, é porque sabemos que eles nos ensinam o que vem de Deus, para o nosso bem e para o bem de todos.




Divisões do pecado



Podemos dividir os atos pecaminosos de diversas maneiras:

Espirituais - pecados cometidos interiormente, no pensamento, por um sentimento ou um desejo.

Carnais - pecados cometidos com a participação do corpo, como os que são provocados pela gula ou pela luxúria.

Contra Deus - são os mais graves porque são feitos diretamente contra Deus. (blasfêmia, heresia, etc.)

Contra si mesmo - quando ferimos a regra da consciência certa. Fazemos algo que nós mesmos reprovamos.

Contra o próximo - como vivemos em sociedade, muitas vezes ofendemos ao próximo no nosso relacionamento com as outras pessoas.

por pensamento

por palavras

por atos


Essas divisões são apenas alguns detalhes de como devemos considerar os pecados, analisando nossos atos e nos arrependendo do que é mau. No fundo, o que conta é que tenhamos uma vontade firme de nunca ofender a Deus, de amá-Lo com tanto fervor que nunca aceitemos a morte da alma, como também não desejamos a morte do corpo. Todos os dias devemos pedir ao nosso bom Anjo da Guarda que nos proteja e nos aconselhe, para que na hora da tentação, daquele combate terrível que se passa no nosso coração, que saibamos reagir e vencer, com Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima.



Todos os dias devemos repetir com São Domingos Sávio: Antes a morte que o pecado.


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Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

LOURENÇO, Dom. Apostolado Veritatis Splendor: OS VÍCIOS E OS PECADOS. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/3140/os-vicios-e-os-pecados

sexta-feira, 31 de julho de 2009

PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA?

Qualquer semelhança com o que lemos em Apocalipse NÃO é mera coincidência... Vamos assumir nossa Igreja e não aceitar tudo o que os Meios de Comunicação de Massa nos passam...
Abraços
João Batista
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PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA?


Por Pe. Francisco Faus


Uma mudança sorrateira de todos os valores morais


Nestes últimos tempos, os católicos estamos assistindo com dor a uma progressão geométrica dos ataques, injúrias e calúnias da mídia contra a Igreja Católica e contra o Papa.

A seguir, transcrevo parte do texto de uma palestra dada a seminaristas em 2004 (está neste site com o título "Globalização, religiões e Igreja"), que talvez possa esclarecer - pelo menos em parte - o por que dessa companha atual contra o Catolicismo.


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Até há uns vinte ou trinta anos, a ONU e os organismos internacionais só se referiam à religião para falar do respeito devido ao princípio de liberdade religiosa, que figura como um dos "direitos fundamentais" na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. De uns decênios para cá, este ângulo está mudando substancialmente, e a religião passa a ser vista como uma "preocupação", um "perigo", tanto pela a ONU como pelos organismos a ela ligados e, naturalmente, pela mídia laicista.


É interessante conhecer, neste sentido, a conferência – lúcida e "profética"– pronunciada há quase dez anos pelo Pe. Michel Schooyans, membro da Pontifícia Academia das Ciências Sociais e Consultor do Pontifício Conselho para a Família, como parte de um Colóquio sobre a Globalização, promovido no Vaticano pelo Pontifício Conselho para a Família, de 27 a 29 de novembro de 2000. Um resumo da conferência foi publicado no n. 469 (Junho 2001), págs. 277 a 286, da revista Pergunte e Responderemos (www.osb.org.brhttp://www.osb.org.br/).


O autor denuncia a ONU pelo seu projeto de globalização, que pretende chegar a instaurar, num futuro próximo, um Super-Estado com seu governo mundial e suas leis. Estas leis, ao invés de seguirem os princípios da lei natural (com os quais se identifica a Declaração dos Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1948), se baseariam exclusivamente na vontade dos legisladores, no simples e mero consenso, sem nenhum princípio moral básico inviolável, que possa servir de fundamento, orientação ou limite.


Além do mais, esse Super-Estado teria direito de ingerência em cada nação do mundo, fazendo de tudo para impor as suas novas "normas éticas", pelo sistema de forçar os Estados – alegando exigências e praxe do direito internacional: mediante sanções, ou exercendo coação com ameaças comerciais, etc.– a assinar acordos, a subscrever declarações de princípios, a aceitar "Cartas de princípios" diversas, que sacramentem esses novos "valores", totalmente independentes da moral.


"A globalização – diz o Pe. Schooyans, expondo essa nova posição da ONU – deve ser reinterpretada à luz de uma nova visão do mundo e do lugar do homem no mundo". Essa nova visão apresenta uma perspectiva totalmente materialista do ser humano, que seria apenas "um avatar da evolução da matéria" [o que significa que fica eliminada a aceitação de um Deus Criador, que tenha querido e criado o homem, que lhe tenha dado um sentido e uma finalidade, uma missão na terra, e uma Lei pela qual se guiar para um destino eterno]; a vida humana não passaria de uma conjunção cega de acasos da matéria, que veio a se tornar consciente de si mesma e da sua caducidade, pois seria apenas destinada a "desaparecer na Mãe-Terra, de onde nasceu". [prestem atenção: "Terra"="Gaia": uma palavra-chave da nova visão do "pseudodeus-energia" da New Age]

Expressão deste pensamento dos que manipulam os cordéis da ONU e de seus organismos é a Carta da Terra, que a ONU vem preparando há tempo (pode ser achada na Internet, digitando apenas o nome), com o intuito de que suplante a antiga Declaração dos Direitos do Homem e jogue no cesto do lixo, como obsoleto, o próprio Decálogo, os Dez Mandamentos: "Formaremos – afirmam – uma sociedade global para cuidarmos da Terra e cuidarmos uns dos outros... Precisamos com urgência de uma visão compartilhada a respeito dos valores de base".

Gravem bem que hoje essas pessoas estão mudando radicalmente o sentido das palavras "valor moral" : nenhum "valor" é considerado permanente. "Valor" só significaria aquilo que "a maioria valoriza" (vejam a passagem de algo objetivo – um valor ou princípio permanentemente válido – para o puro subjetivismo do que "agora" a maioria deseja, e por isso lhe dá "valor"). Se o novo valor for a maconha, será a maconha; se for o aborto, o aborto; se for o casamento homossexual, o casamento homossexual, etc; e, então, será um "contra-valor" condenável tudo o que se oponha à mentalidade dominante em certo momento histórico. Por exemplo, será um crime "moral" intolerável valorizar a família, se os novos "valores" a desprezam e a substituem pelas uniões mais bizarras. Querem criar, pois, chegando a um acordo de interesses, novos "valores de base, que – como dizem – ofereçam um fundamento ético (!) à comunidade mundial emergente...".


O "obstáculo" principal é a Igreja Católica



Comenta ainda Schooyans que, para alcançar essa visão holística [totalitária] do globalismo, alguns "obstáculos" devem ser aplainados. "As religiões em geral, em primeiro lugar a religião católica, figuram entre os obstáculos que se devem neutralizar".

Com esse objetivo, em setembro de 2000 foi organizada a Cúpula de líderes espirituais e religiosos, a fim de lançar a "Iniciativa Unida das Religiões", fortemente influenciada pela New Age, e que visa, em último termo, a criação de uma nova religião mundial única, o que implicaria imediatamente na proibição de que qualquer outra religião fosse missionária, fizesse proselitismo. Poucos sabem que foi por ocasião dessa reunião que a Congregação para a Doutrina da Fé publicou a Instrução Dominus Iesus, em defesa da fé em Jesus Cristo e na Igreja. E é significativo que os mesmos "teólogos" que aderiram há anos de corpo e alma ao marxismo, quando o comunismo estava na crista da onda, agora estejam aderindo à New Age e a toda essa mentalidade de pseudo-ecumenismo nebuloso e sem verdades permanentes, criticando asperamente o Papa por ter publicado esse documento "católico".

Ainda em 2000, Khofi Annan, então Secretário Geral da ONU, propugnava um Pacto Mundial ("Global Compact"), que angariaria o apoio moral e financeiro de entidades privadas (já o recebeu da Shell, CNN, Bill Gates, etc.). Tudo isso se encaminha a desativar e substituir a Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Em 1948 desejava-se que a ordem mundial se fundasse sobre verdades, sobre princípios indiscutíveis, reconhecidos por todos e promovidos pelas legislações dos Estados (na realidade, eram os princípios básicos imutáveis da lei natural); agora – como já víamos – só se fala em valores absolutamente relativos e dominados pelo egoísmo de um mundo agnóstico e relativista, cujo único "deus" é o interesse e o prazer.

Segundo essa nova visão da ONU, "o homem – comenta Schooyans – , por ser pura matéria, é definitivamente incapaz de dizer seja lá o que for de verdadeiro sobre ele mesmo ou sobre o sentido da vida. Fica, assim, reduzido ao agnosticismo de princípios, ao ceticismo e ao relativismo moral. Os porquês não tem sentido; só importam os como".

O que "se pode fazer" em matéria ética ("posso", "não posso"), sempre significou o que era lícito ou ilícito, correto ou errado, perante a lei de Deus, perante os princípios morais intocáveis; agora, pelo contrário, quer dizer "o que se pode fazer tecnicamente" (p.e., clonar, manipular embriões humanos para obter soluções para terceiros, abortar filhos que exigiriam sacrifício dos pais, etc.), ou seja, que "se podem fazer" as maiores aberrações, porque "já há técnica" para tanto, bastando para canonizar essas aberrações que se consiga o consenso dos que manipulam, como proprietários – pelo poder da mídia predominantemente laicista e anticatólica, da política e, sobretudo, do dinheiro –, os organismos internacionais e a opinião pública.

Uma falsa Moral criada por interesses e votações


Dentro dessa visão hedonista e materialista, é natural que se propugne que, de agora em diante, os direitos do homem sejam apenas o resultado de procedimentos consensuais [votação]. Não sendo capazes de verdade alguma, pois a "verdade" não existiria, devemos apenas entrar em acordos de interesses e decidir. Será justo, portanto, o que for aprovado por maioria. Esses procedimentos consensuais serão, naturalmente, mutáveis, poderão ser trocados e redefinidos ilimitadamente. Os defensores dessa posição, como é lógico, preferem ignorar que o ditador Hitler assumiu o poder e nele foi mantido em virtude desse tipo de votação da maioria.

Com tais "valores dançantes e evaporáveis", daqui em diante qualquer coisa poderá ser apresentada [e imposta, até mesmo coercitivamente, como exigência do direito internacional] como "novo direito" do homem: direito a uniões sexuais as mais diversas, ao repúdio aos lares monoparentais, à eutanásia, ao infanticídio, à eliminação dos deficientes físicos, às manipulações genéticas com fetos ou inválidos, etc. Estamos presenciando a tentativa de fazer triunfar a "vontade de poder" de Nietzsche; e parece que ninguém repara que essa multidão "neo-liberal" e "iluminista" tem um claro "precursor", eu diria, melhor, um "padroeiro": o citado Adolf Hitler.

Nas assembléias internacionais (por exemplo, sobre a família: Cairo, Pequim), os funcionários da ONU tudo fazem para chegar a um "consenso manipulado", porque já foi definido previamente por eles nos documentos preparatórios. Uma vez conseguido esse consenso (mesmo que a votação seja, como já aconteceu mais de uma vez, "modificada", ou seja, falsificada nos gabinetes desses organismos e ONGs), ele é invocado para fazer com que se adotem convenções internacionais, a que os Estados deverão aderir, ratificando-as, sob pena de serem mal vistos na comunidade internacional, além de sofrer as sanções de que acima falávamos. Todos, indivíduos ou Estados, deverão, pois, obedecer à norma fundamental surgida da vontade daqueles que definem e manipulam ao seu arbítrio o novo direito internacional.

Esse direito internacional meramente positivo, livre de qualquer referência à Declaração dos Direitos Humanos de 1948, será (já está sendo) o instrumento utilizado pela ONU para impor ao mundo a visão da globalização que lhe permita colocar-se como Super-Estado. É patente que, por esse caminho, já está andando, por seu lado, a União Européia. Assim, a própria ONU, como a União Européia, "entronizaria o pensamento único, holístico". Uma autêntica ditadura ideológica, que eliminaria o pluralismo e a tão badalada tolerância dos neo-liberais, e baniria da vida pública como "intolerantes" os que tivessem ou pretendessem expressar convicções diferentes dos "pseudo-valores" que eles impõem como a "verdade". Este é o resumo, glosado, do artigo de Schooyans.

Depois disso, é mais do que recomendável que os católicos sinceros não assistam passivamente à tv, nem leiam superficialmente as notícias, artigos, editoriais e ensaios de jornais e revistas, e as opiniões de filósofos, sociólogos ou teólogos "progressistas" sobre problemas éticos de candente atualidade, ou sobre pronunciamentos do Papa a respeito dessas questões. É uma séria responsabilidade prestar mais atenção ao noticiário internacional, às referências a congressos vinculados à ONU, a algumas declarações ou documentos muito badalados de organismos internacionais, etc. Se fizermos assim, começaremos a "ver", surpreendidos, muitas coisas que antes não percebíamos, e vamos poder calibrar a carga destrutiva da fé e da moral cristã que muitas idéias ou programas aparentemente inocentes e até poéticos (p.e., sobre temas ecológicos) carregam no seu seio.

A coragem e a fidelidade do Magistério autêntico da Igreja

À vista dessa realidade, ganha especial relevo o esforço, lúcido e corajoso, de João Paulo II e Bento XVI por defender, aprofundar e expor com a máxima clareza as verdades da fé e da moral cristã – bem como os princípios da lei natural, válidos para todas as religiões e todos os povos –, ainda que com isso suscitem uma onda de críticas, mal-entendidos, ódios e hostilidades nos ambientes laicistas e, às vezes, infelizmente, também em certos ambientes eclesiásticos.

Mas o Papa, o Sucessor de Pedro, não pode fechar os olhos para uma propaganda destruidora da dignidade do ser humano. Os males do relativismo e do subjetivismo, a serviço do hedonismo, já passaram a dominar amplos setores da opinião pública e até mesmo amplos setores da opinião de grupos ou ambientes católicos, causando assim grave desorientação e dano moral e espiritual muito sério em numerosos fiéis sem formação alguma, ou, pelo menos, sem formação sólida.

Por isso, é um dever grave dos católicos conscientes e responsáveis procurar – para viver e difundir – os fundamentos e as respostas às questões morais contemporâneas nas fontes da Verdade, e concretamente:

a) Na Sagrada Escritura, especialmente no Novo Testamento, tendo presentes as palavras claríssimas de Cristo: "Não penseis que vim revogar a lei e os profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento" (Mt 5, 17).

Não é por acaso que, tanto o Catecismo da Igreja Católica, como a Encíclica Veritatis Splendor sobre os fundamentos da moral cristã, tomem como ponto de partida o diálogo de Cristo com o jovem rico: – "Que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?". E a resposta de Cristo: "...Se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos". – "Quais?" . A resposta imediata de Jesus é uma remissão aos Dez Mandamentos, válidos em toda a época e em todo o lugar – "Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe; e ainda, amarás a teu próximo como a ti mesmo" (Mt 19, 16 ss).

Os Dez Mandamentos da lei de Deus são princípios morais eternos, permanentes e imutáveis, como Deus que os deu, como guia, ao homem.

Esse ensinamento, taxativo e básico – tomemos consciência de que é a primeira exigência moral intocável que Cristo indica (pois o cume da moral é a caridade) – , prova que as outras palavras de Cristo e dos Apóstolos sobre pecados diretamente relacionados com os Dez Mandamentos não são circunstanciais, nem relativas apenas a uma determinada cultura, ou a um ambiente histórico ultrapassado, mas verdades permanentes, que exprimem a Vontade de Deus, que é o bem e a salvação do homem.

b) Outra fonte fundamental da Verdade é o Magistério autêntico da Igreja (Quem a vós ouve, a mim ouve, disse Jesus): desde a Constituição Gaudium et spes do Concílio Vaticano II até a Encíclica de João Paulo II Veritatis Splendor, além dos textos básicos e completos que todo católico culto deveria possuir, estudar e consultar constantemente: o Catecismo da Igreja Católica e o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. E ainda, para aprofundar nos principais temas morais atualmente em debate (aborto, eutanásia, fecundação in vitro, células-tronco, homossexualismo, etc.), há uma obra fundamental, extraordinária, de grande categoria, o volume Lexicon, do Pontifício Conselho para a Família (2002), lançado no Brasil pela CNBB por meio da Editora Salesiana.
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Todos os artigos disponíveis neste sítio são de livre cópia e difusão deste que sempre sejam citados a fonte e o(s) autor(es).

Para citar este artigo:

FAUS, Pe Francisco. Apostolado Veritatis Splendor: PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5667. Desde 01/04/2009.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A PROVIDÊNCIA DIVINA

A PROVIDÊNCIA DIVINA

Deus é Pai, todo poderoso. Deus é amor. É próprio do amor cuidar, guiar, conduzir, prevenir. Providência significa amor sábio e cuidadoso. Amor que protege, conserva, transforma a história do mundo e das pessoas. É Deus que se interessa pelos nossos interesses. Deus, rege o mundo. Não há destino cego, nem acaso, nem poder dos astros. Estamos no coração, nos braços e nas mãos de um Pai providente, santo, sábio.


O amor de Deus é um amor pelo mundo que Ele mesmo criou e quer sua continuação e construção. Deus tem projeto e intenções para com a história e o mundo. Ele dá o rumo, a direção, a meta para o mundo e como Pai cuida e sustenta suas criaturas e seus filhos. A Providência Divina é uma atividade permanente de Deus, um cuidado permanente. Ele cria e recria, dirige tudo à plenitude, não está longe de nós, nem é mero expectador dos acontecimentos. Ele se auto limita para poder adaptar-se ao nosso ritmo e assim permitir que as limitações das criaturas, a lei natural, e a liberdade humana sigam seus caminhos. Deus segura a manutenção do mundo. Eis a fé cristã na Divina Providência.


Deus age através da inteligência e da liberdade humana. Ele não age sozinho. Quer a nossa colaboração, age e trabalha nas criaturas, numa admirável sinergia entre o Criador e a criatura. Os homens constroem a história com as intenções e a graça de Deus. Não há concorrência, há colaboração. Somos co-criadores do Criador. Deus confia no homem, quer sua participação, colaboração e ação. Quando a liberdade humana erra, sai do rumo, a Providência corrige a rota com a misericórdia e a inspiração do Espírito.


Sempre podemos ter esperança numa situação desesperadora. Do mal Deus pode tirar o bem. O amor providencial perdoa, corrige, refaz e recria o que foi desviado ou destruído. Deus não age sozinho, nem o homem é a única providência. Pelo contrário, o homem é portador da Providencia Divina, na sua capacidade e previsão e prevenção com o auxilio da graça. Se não cremos na Providência caímos nas garras da fatalidade, do destino, do acaso, da sorte ou do azar, dos astros e dos espíritos. Deus não é uma energia cósmica universal sem rosto. Deus é alguém, um Tu, uma consciência, Deus é Pai que sofre com os sofrimentos de seus filhos e carrega seus fardos.


A oração de súplica é uma atitude de fé na Providência Divina que tudo conduz para a participação de sua glória. Todas as criaturas farão parte do novo céu e da nova terra. Que bom ter fé e saber que há sentido, há rumo, há futuro. Estamos livres do absurdo porque cremos no Absoluto. A fé na Providência Divina nos livra das preocupações, dos medos e inseguranças. Tudo concorre para o nosso bem. Deus age em nossas vidas como amigo, companheiro, parceiro, torcedor e guia. Quem crê na Providência livra-se da magia, da astrologia, do destino cego. A mão do Senhor nos conduz e faz prodígios, portentos e maravilhas em nossas vidas. Na luz da Providência tudo tem sentido e meta. Nada é por acaso.


A melhor atitude diante da Providência Divina é a colaboração de nossa parte. Rezar como se tudo dependesse de Deus, e trabalhar como se tudo dependesse de nós. Outra atitude sábia é a da confiança, do saber abandonar-se na bondade, sabedoria e onipotência de Deus. Fazer tudo para mudar o que é possível ser mudado e aceitar tudo o que não pode mais ser mudado, eis a espiritualidade do abandono, da confiança, da entrega de si nas mãos do Bom Pastor, o Deus da vida.


Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina/PR

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Yoga na filosofia e na prática é incompatível com o cristianismo

O texto é bem longo, mas vale a pena ler até o final para conhecer um pouco mais das artimanhas do inimigo... um abraço e bom dia!!
João Batista

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O Yoga na filosofia e na prática é incompatível com o cristianismo




Pe. James Manjackal MSFS


Como cristão católico, nascido no seio de uma família católica tradicional, em Kerala, na Índia, mas tendo vivido entre hindus, e agora, como religioso, sacerdote católico e pregador carismático em 60 países dos cinco continentes, creio que tenho algo a dizer sobre os efeitos perniciosos que o yoga tem na vida e na espiritualidade cristã.



Sei que há um interesse crescente pelo yoga em todo o mundo, inclusive entre os cristãos e que também esse interesse se estende a outras práticas esotéricas e da New Age, como o Reiki, a reencarnação, a acupressão, a acupunctura, a sanação prânica ou pranoterapia, a reflexiologia, etc., métodos sobre os quais o Vaticano previu e avisou no seu documento Jesus Cristo, portador da água da vida.



Para alguns o yoga é um meio de relaxamento e de alívio da tensão, para outros é um exercício que promove a saúde e o bem-estar em forma e, para uma minoria, é um meio para a cura de doenças. Na mente do católico médio, seja leigo ou do clero, há muita confusão pois o yoga, segundo é promovido entre os católicos, não é exclusivamente nem uma disciplina relacionada com a saúde nem uma disciplina espiritual, mas umas vezes é uma coisa, outras vezes é a outra e, frequentemente, uma mistura das duas.



Mas o facto é que o yoga é principalmente uma disciplina espiritual e sei que, inclusive, há sacerdotes e irmãs, em seminários e noviciados, que aconselham o yoga como uma ajuda para a meditação e para a oração. É triste que hoje em dia, muitos católicos estejam a perder a confiança nas grandes práticas espirituais e místicas para a oração e disciplina que receberam de grandes santos como Inácio de Loyola, Francisco de Assis, Francisco de Sales, Santa Teresa de Ávila, etc. e, agora, sigam espiritualidades e místicas orientais que provêm do Hinduísmo e do Budismo.



A este respeito, um cristão sincero deveria informar-se sobre a compatibiliade do yoga com a espiritualidade cristã e sobre a conveniência de incorporar as suas técnicas na oração e na meditação cristãs.



Yoga: união com uma divindade impessoalQue é o yoga? A palavra yoga significa “união”, o objecto do yoga é unir o “eu” transitório (temporal), “JIVA”, com o (eu eterno) infinito “BRAHMAN”, o conceito hindu de Deus. Este Deus não é um Deus pessoal, mas uma substância impessoal espiritual que é um com a natureza e o cosmos.



Brahman é uma substância impessoal e divina que “impregna, envolve e subjaz em tudo” O yoga tem as suas raízes nos Upanishads hindus que são anteriores ao ano 1000 aC., e diz sobre o yoga que “une a luz dentro de ti com a luz de Brahman”.“O absoluto está em cada um”, dizem os Upanishads Chandogya, “TAT TUAM ASI” ou “ISSO ÉS TU”. O Divino dentro de cada um através do SEU representante microcósmico –o eu individual– chamado Jiva.



No Bhagavad Gita, o senhor Krishna descreve o Jiva como “a minha própria parte eterna”, e afirma que “a alegria do yoga chega ao yogui que é um com Brahman”.


No ano 150 aC., o yogui Patanjali explicou as oito vias que guiam as práticas do yoga desde a ignorância à iluminação. As oito vias são como uma escada.


Eis:

- Autocontrole (yama)

- Prática religiosa (niyama)

- Posturas (asana)

- Exercícios de respiração (pranayama)

- Controle dos sentidos (pratyahara)

- Concentração (dharana)

- Contemplação profunda (dhyana)

- Iluminação (samadhi).



Aqui é interessante observar que as posturas e os exercícios de respiração, que frequentemente são considerados no Ocidente como todo o yoga, são os passos 3 e 4 para a união com Brahman.



O yoga não é só um sistema elaborado de posturas e de exercícios físicos, é uma disciplina espiritual que se propõe levar a alma ao samadhi, à união total com o ser divino. O samadhi é o estado em que o natural e o divino se convertem em um, o homem e Deus chegam a ser um sem nenhuma diferença (cf. Brad Scott, Exercício ou prática religiosa? Yoga: o que o professor nunca lhe ensinou numa aula de Hatha yoga, in Watchman Expositor, Vol. 18, No. 2, 2001).



Quando te citam a Bíblia em chave panteísta


Este enfoque do yoga é radicalmente contrário ao Cristianismo, onde claramente há uma distinção entre Criador e criatura, entre Deus e homem. No Cristianismo, Deus é o “Outro” e nunca “o mesmo”.



É triste que alguns promotores do yoga, Reiki ou de outras disciplinas ou meditações distorçam algumas citações da Bíblia ao citá-las isoladas para corroborar os seus argumentos tais como: “sois templo de Deus”, “a água viva flui em ti”, “estareis em Mim e Eu estarei em vós”, “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”, etc., sem entender o contexto nem o significado destas palavras da Bíblia.



Há gente que retrata Jesus, inclusive, como um yogui, como actualmente podemos ver em imagens de Jesus em conventos, capelas e presbitérios –Jesus está representado em posturas de yogui!.



Dizer que Jesus é “um yogui” é negar a sua divindade, santidade e perfeição intrínseca e insinua que Ele tinha uma natureza imperfeita sujeita à ignorância e à ilusão (maya), e que necessitou de ser libertado da sua condição humana mediante a prática e a disciplina do yoga.



O yoga é incompatível com a espiritualidade cristã porque é panteísta (ao dizer “Deus é tudo e tudo é Deus”), e sustenta que existe uma realidade única e tudo o resto é ilusão ou maya. Se só existe uma realidade e tudo o mais é ilusório, não pode haver nenhuma relação nem amor.



O centro da fé cristã é a fé na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas em um só Deus, o modelo perfeito de relação amorosa.


Todo o Cristianismo é sobre relações com Deus e entre os homens. “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o principal e o primeiro mandamento. O segundo é este: Amarás ao próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37-39).



No Hinduísmo, o bem e o mal, tal como a dor e o prazer são ilusórios (maya) e, portanto, irreais. Vivekananda, o ícone mais respeitado do Hinduísmo moderno, dizia: “o bem e o mal são um e o mesmo” (Vivekananda, The Yogas and other Works, publicado por Ramakrishna Vivekananda Centre, NY, 1953).



No Cristianismo, a questão controvertida do pecado como uma ofensa contra a santidade de Deus é inseparável para a nossa fé, porque o pecado é a razão pela qual necessitamos de um Salvador. A Encarnação, a Vida, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus são para nós meios de salvação, isto é, meios para nos livrarmos do pecado e das suas consequências. Não podemos ignorar esta diferença fundamental na hora de absorver na Espiritualidade Cristã o yoga e outras técnicas de meditação orientais.



No melhor dos casos o yoga é uma prática pagã e, no pior, uma prática oculta. Esta é a religião do anti-Cristo (o homem que se faz Deus) e pela primeira vez na história está a ser praticada freneticamente no mundo ocidental e na América.



É ridículo que mestres de yoga tragam, inclusive, uma cruz ou algum símbolo cristão, enganem a gente, dizendo que o yoga não tem nada a ver com o Hinduísmo e dizem que é só uma questão de aceitar outras culturas. Outros tentaram mascarar o yoga com apelativos cristãos, denominando-o “yoga cristão”.



Esta não é uma questão de aceitar a cultura de outro povo, é uma questão de aceitar outra religião que é irrelevante para a nossa religião e de aceitar outros conceitos religiosos.



Espalhado no Ocidente


É uma pena que o yoga se tenha espalhado tão freneticamente a partir dos Jardins de Infância até todo o tipo de instituições de medicina, psicologia, etc., chamando-se a si mesmo ciência, quando não o é em absoluto; e está a vender-se sob a etiqueta de “terapia de relaxamento”, “auto-hipnose”, “visualização criativa”, “centering”, etc.



O Hata Yoga, que está amplamente difundido na Europa e na América como método de relaxamento e como exercício não esgotante, é um dos seis sistemas reconhecidos do Hinduísmo ortodoxo, que na sua origem é religioso e místico, e é a forma mais perigosa de yoga (cf. Dave Hunt, The seduction of Christianity, pág. 110).



Recorde-se as palavras de S. Paulo: “Não vos maravilheis, pois também Satanás se disfarça de anjo da luz” (II Cor 11, 14). É certo que muita gente se curou por meio do yoga e de outras formas orientais de meditação e oração. Aqui é onde os cristãos deveriam perguntar-se a si mesmos se necessitam de uma sanação e de benefícios materiais ou do seu Deus, Jesus Cristo no qual crêem, e o Qual é a fonte de todas as sanações e da boa saúde.



O desejo de chegar a ser Deus é o primeiro e o segundo pecado na história da criação, segundo está registado cronologicamente na Bíblia: “Dizias em teu coração: Escalarei o céu, levantarei o meu trono acima das estrelas de Deus; sentar-me-ei no monte da assembleia, no último do norte. Subirei às alturas das nuvens, serei igual ao Altíssimo” (Is 14, 13-14). A serpente disse à mulher: “Não, não morrereis! Bem pelo contrário, Deus sabe que no momento em que comerdes se abrirão os vossos olhos e sereis como deuses conhecedores do bem e do mal” (Gén 3, 4-5).



A filosofia e a prática do yoga estão baseadas na crença de que o homem e Deus são um. Ensina-se a pôr a ênfase em si mesmo, em lugar de [a colocar] no Único e verdadeiro Deus. Anima-se os que participam a buscar as respostas para os problemas e questões da vida na sua mente e na sua consciência, em vez de buscar soluções na Palavra de Deus através do Espírito Santo, como acontece no Cristianismo. Deixa-se a pessoa, sem lugar para dúvidas, exposta ao engano do inimigo de Deus que busca vítimas a quem possa arrancar de Deus e da Igreja (cf. I Pe 5, 8).



Da mística oriental à Europa envergonhada de si mesma


Nos últimos oito anos, preguei a Palavra de Deus principalmente nos países europeus que em tempos foram o berço do cristianismo e donde saíram evangelizadores e missionários, mártires e santos.



Podemos chamar a Europa de cristã, agora? Não é certo que a Europa tem apagado da sua vida todos os valores e conceitos cristãos? Porque se envergonha a Europa de reconhecer as suas raízes cristãs? Onde estão os valores morais e a ética que desde há séculos se praticavam na Europa e que foram levados a outras civilizações e culturas através da proclamação valente do Evangelho de Cristo? Pelos seus frutos conhecereis a árvore!



Eu creio que estas dúvidas e confusões, a apostasia e a infidelidade, a frieza religiosa e a indiferença chegaram à Europa a partir do momento em que foram introduzidos no Ocidente a mística e as meditações orientais, as práticas esotéricas e as da New Age.



Do yoga ao demoníaco


Nos meus retiros carismáticos, a maioria dos participantes vêm com diferentes problemas morais, espirituais, físicos ou psíquicos para serem libertados e sanados e para receberem uma vida nova mediante a força do Espírito Santo.



Com toda a sinceridade do meu coração, posso dizer que entre 80 a 90% dos participantes estiveram no yoga, no Reiki, na reencarnação, etc., que são práticas religiosas orientais. Ali perderam a fé em Jesus Cristo e na Igreja. Na Croácia, Bósnia, Alemanha, Áustria e Itália tive casos claros em que os indivíduos possuídos pelo poder da obscuridade gritavam “Eu sou Reiki”, “Eu sou o sr. Yoga”. Eles mesmos se identificavam com estes conceitos como se fossem pessoas, enquanto eu dirigia uma oração de sanação por eles. Posteriormente, tive que fazer uma oração de libertação sobre eles para os libertar da possessão do maligno.



Há pessoas que dizem: “não há nada de mal na prática destes exercícios, basta em não crer na filosofia que há por detrás”. No entanto, os promotores do yoga, Reiki, etc., afirmam claramente que a filosofia e a prática são inseparáveis.



Por isso, um cristão não pode em nenhum caso aceitar a filosofia e a prática do yoga, já que o Cristianismo e o yoga são dois pontos de vista que se excluem mutuamente. O Cristianismo vê o pecado como o principal problema do homem, considera-o como um fracasso na hora de se ajustar tanto aos critérios como ao carácter de um Deus moralmente perfeito. O homem está distanciado de Deus e necessita da reconciliação.



A solução é Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Pela morte de Jesus na cruz, Deus reconciliou consigo o mundo. Agora chama os homens a receber em liberdade todos os frutos da sua salvação só através da fé em Cristo.



Ao contrário do yoga, o Cristianismo vê a redenção como uma oferta gratuita que só pode ser recebida e nunca ganha ou alcançada através do próprio esforço ou com obras.



O que é necessário hoje na Europa e em muitos sítios é a proclamação enérgica da mensagem de Cristo que vem da Bíblia e que é interpretada pela Igreja, para evitar dúvidas e confusões que se difundem no Ocidente entre muitos cristãos, e levá-los ao Caminho, Verdade e Vida: Jesus Cristo.



Só a verdade pode tornar-nos livres.


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Anjos e Demônios



Anjos e Demônios, o filme baseado na novela de mesmo nome que saiu no dia 15 de maio de 2009





Joseph Dias, secretário geral do Foro Secular Católico (CSF) explica os conteúdos anti-católicos do livro e o filme; e se une ao boicote da Liga Católica (Catholic League - EUA).





O BOICOTE…





Não comprem o livro, não vão ao cinema.Nota do editor: A Liga Católica (EUA) e o Foro Secular Católico (CSF –Índia) uniram suas forças para proibir o filme anti-católico de Dan Brown "Anjos e Demônios" que será lançado em maio. No seguinte artigo, Joseph Dias, secretário geral do CSF explica uma por uma as mentiras do livro de Brown que leva o mesmo nome: Anjos e Demônios.






Particularmente iluminador é o testemunho do pessoal do filme que dá a conhecer o Padre Bernard O'Connor, um sacerdote canadense e oficial da Congregação para as Igrejas Orientais da Santa Sé que esteve em Roma o ano passado, quando o diretor Ron Howard estava filmando a obra. Ou seja, quem sabe, talvez Dan Brown, Tom Hanks e Opie Taylor são os Illuminati…





Por Joseph Dias





Dan Brown, o autor do Código de Da Vinci, parece haver-se convertido em um perito na arte do anti-catolicismo e agora leva sua agenda anti-católica um pouco mais adiante com seu livro "Anjos e Demônios". Além disso, o Co-produtor, Brian Grazer, quer que esta nova obra seja "menos reverente" que o Código de Da Vinci, quer dizer, ainda mais liberalmente anti-católica, o qual já é, se é que se detenha somente no livro.





As pessoas não poderiam reclamar dos realizadores, se estes tivessem deixado de lado figuras históricas e à própria Igreja Católica ao fazer sua obra "de culto". Entretanto, isto não foi o que aconteceu e o filme menciona uma série de personagens históricos e eventos, cobrindo de mentiras e de uma satanização da Igreja Católica toda a trama. As mentiras no filme tornam difícil que alguém o separe da ficção; e aqueles que não estão familiarizados com a história da Igreja Católica estão condenados a ir-se, depois de vê-lo, com uma má opinião d'Ela.





A HISTÓRIA





O protagonista em ambas as obras, O Código Dá Vinci e Anjos e Demônios, é o especialista em simbologia de Harvard, Robert Langdon (personagem interpretado por Tom Hanks). Em Anjos e Demônios (o filme baseado no romance de mesmo nome que sairá à luz no dia 15 de maio de 2009), Langdon é recrutado pela CERN (Organização Européia para a Investigação Nuclear) para investigar o que aconteceu com uns de seus físicos: ele foi encontrado morto com um misterioso símbolo gravado no peito. Este símbolo era o de uma sociedade secreta que se acreditava extinta há muito tempo, a Irmandade dos Illuminati.





Com o tempo, Langdon se convence cada vez mais de que os Illuminati retornaram. De acordo com Brown, a organização, que tinha a Galileu entre seus membros, foi fundada para afirmar a supremacia da ciência sobre a irracionalidade da religião, especialmente o catolicismo. Agora procura a vingança, tendo capturado a anti-matéria, uma perigosa substância descoberta pelo cientista que foi assassinado. A missão de Langdon é deter os Illuminati antes que destruam o Vaticano com uma bomba de tempo feita de anti-matéria.





Por que são anti-católicos tanto o livro como o filme?





* Um sacerdote e uma religiosa se unem para inseminar-se artificialmente: pode-se apreciar a representação de um jovem sacerdote que antes de converter-se em Papa se apaixona por uma religiosa. Ambos desejam um filho, mas também querem permanecer castos, por isso recorrem à inseminação artificial.





* Distorção de fatos concernentes à vida real: O engano de Brown está em que intercala personagens da vida real como Copérnico e Galileu, assim como organizações verdadeiras, como os Illuminati; com assuntos reais como a ciência e a religião; para chegar assim às suas próprias e elaboradas conclusões, que não têm nenhuma raiz histórica nem se apóiam em fatos históricos; e terminam sendo simples e flagrantes mentiras.





* Falso retrato da Igreja Católica: Dan Brown sabe o que a história diz e mesmo assim, deliberadamente a representa mal. Sua distorção de propósito da verdade está pensada para caluniar a Igreja Católica. Brown quer mostrar que a Igreja Católica vê a ciência como um inimigo e que não se deterá ante nada para jogá-la em uma esquina.





* Mentiras sobre a CERN e a anti-matéria: Brown começa com uma página de "fatos" em que menciona a CERN. Ele a descreve como uma entidade a Suíça que criou a anti-matéria, “a mais poderosa fonte de energia conhecida pelo homem". É tão poderosa que "uma só grama de anti-matéria contém a energia de uma bomba nuclear de 20 kilotons, o tamanho da bomba jogada sobre Hiroshima”. Isto simplesmente não é certo.





* A CERN clarifica o assunto com feitos: A CERN recebeu muitas perguntas sobre o que Brown alega, tanto assim dedicam uma seção especial em sua página Web para respondê-las. Por exemplo, a Web Page precisa que “CERN não é um instituto suíço, a não ser uma organização internacional”; está localizada na Suíça e parcialmente na França. A anti-matéria sim existe, e é criada rotineiramente na CERN, mas “não existe a possibilidade de usar a anti-matéria como uma 'fonte' de energia".Uma pergunta comum que fazem às autoridades desta organização é: “Fazem a anti-matéria como se descreve no livro?” A resposta é clara: "Não". Todo mundo quer saber que tão perigosa é a anti-matéria em realidade. A CERN precisa que esta é "totalmente segura, dadas as diminutas quantidades nas que a fazemos. Seria muito perigoso se fizéssemos alguns gramas, mas isto tomaria milhões de anos".





* A Igreja Católica usa qualquer meio para liderar a vingança: Mais importante ainda, Brown diz na seguinte página que "a Irmandade dos Illuminati é um fato". E o que procuram os Illuminati? No livro se diz que “os Illuminati foram caçados sem piedade pela Igreja Católica”. No trailer do filme, Tom Hanks, que faz o papel de Langdon, diz sobre a sociedade secreta que “a Igreja Católica ordenou um massacre brutal para silenciá-los para sempre. Eles voltaram para a revanche". Nas páginas 39-40 do livro, diz-se que os Illuminati foram fundados no século XVI, o filme afirma o mesmo. Na página 223 se diz que "a palavra da Irmandade de Galileu começou a difundir-se na década de 1630 e que os cientistas de todo o mundo faziam uma peregrinação secreta a Roma esperando poder unir-se aos Illuminati….”.





O diretor do filme, Ron Howard, concorda: “Os Illuminati se formaram no século XVII. Eram artistas e cientistas como Galileu e Bernini, cujas idéias progressivamente foram ameaçando o Vaticano”. Brown, em seu sítio Web, reafirma esta idéia central: “é um fato histórico que os Illuminati queriam vingar-se do Vaticano no século XVII. Os primeiros Illuminati –os da época do Galileu– foram expulsos de Roma pelo Vaticano e caçados sem misericórdia”.





* Mentiras sobre os Illuminati: A verdade é que nenhum membro dos Illuminati foi caçado e muito menos assassinado por parte da Igreja Católica. Saber exatamente quais foram os Illuminati demonstra quão falsas são as afirmações do Brown. Os Illuminati foram fundados por um professor de leis chamado Adam Weishaupt, na Baviera, Alemanha, em 1 de maio de 1776. Não duraram muito: paralisou totalmente em 1787. Este não é um assunto em disputa, assim arrastar Galileu a esta fábula é bastante desonesto. Ele morreu em 1642, quase 150 anos antes que os Illuminati fossem fundados. Brown tem que saber tudo isto porque em seu próprio sítio Web há uma seção sobre os Illuminati que corretamente precisa sua fundação em 1776!





* Canonização e a Santa Comunhão "emprestadas" do paganismo: Anjos e Demônios afirma que a tradição da Igreja da canonização está tirada de um antigo rito "para fazer-se deus". Mas os Santos não são pessoas feitas deuses, e em nenhum caso as origens pagãs da canonização poderiam haver-se explicado com precisão porque não são tais. Não existe, além disso, absolutamente nenhuma evidencia para a afirmação do Brown sobre o fato que morrer pelos pecados dos outros seja uma idéia cristã roubada ao legendário rei asteca Quetzalcoatl. A Santa Comunhão, segundo Brown, é um conceito que foi tirado dos astecas. Mas o fato concreto é que a Cristandade precede à civilização asteca por mais de 1000 anos.





* Mais mentiras históricas sobre personagens reais: O livro considera que a CERN inventou a Internet, o que é claramente falso. Ela lhe dá crédito a dois repórteres da BBC (da Inglaterra) que ganharam o Prêmio Pulitzer, em que pese a que este prêmio só se entrega a americanos. Afirma além que Winston Churchill foi um “católico incondicional”, quando a verdade é que nunca foi católico. Apresenta a idéia de que a Igreja Católica é muito rica, quando em realidade seu orçamento anual de operação se poderia comparar ao de um quinto da Universidade de Harvard (EUA). O livro diz que Copérnico foi assassinado, quando a história precisa que morreu de um ataque. O texto assinala além que Galileu foi um pacifista, embora não há evidências de que o fora. Brown toma uma crença: que os cientistas cristãos consideram inadequado o tratamento médico para uma pessoa jovem e o atribui falsamente ao catolicismo. Pinta além disso, falsamente, aos católicos como opostos ao ensino da evolução e identifica a uma organização protestante, a Christian Coalition (Coalizão Cristã) como uma entidade católica, quando não o é.





*O Papa Pio IX retratado como um desviado sexual: Brown quer promover todo tipo de estereótipo negativo sobre a Igreja Católica. Um dos favoritos de todos os tempos é a alegada fobia da Igreja ante a sexualidade. Por isso não deve surpreender que Brown presente o Papa Pio IX como um "maníaco eliminador de pênis" que destruiu grandes obras de arte. “Em 1857 –diz Brown na página 159– o Papa Pio IX decidiu que a representação masculina completa poderia incitar à luxúria dentro do Vaticano. Assim tomou um cinzel e um martelo e destruiu todas as genitálias de todas as estátuas masculinas dentro da Cidade do Vaticano”.Pio IX, em vez de ir caminhando pelo Vaticano com seu martelo em mão, golpeando as estátuas masculinas entre as pernas, em realidade apoiou prodigamente as artes e premiou aos artistas por suas contribuições. É também conhecido por ter restaurado as pinturas no Vaticano.





*O Papa Urbano VIII rejeita ao escultor Bernini e a escultura de Santa Teresa (de Ávila): Brown guarda suas melhores armas para a suposta má reação do Papa ante a obra mestra de escultura de (Gian Lorenzo) Bernini, “O êxtase da Santa Teresa”. Segundo Brown, “o Papa Urbana VIII tinha rechaçado 'O êxtase da Santa Teresa' por ser uma obra sexualmente explícita para o Vaticano. Assim que a desterrou a alguma escura capela no outro lado da cidade”. Na mesma página, a 442, lê-se que “a escultura, como qualquer pessoa que a viu pode testemunhar, era algo menos algo cientista-pornográfico, mas certamente não científico". Na seguinte página escreve que "a estátua representava a Santa Teresa sobre suas costas na agonia de um intenso orgasmo".




Novamente, Brown simplesmente cria "fatos" que calcem em sua agenda. Para os principiantes na escultura, Teresa não está sobre suas costas, mas sim sentada. Quanto a Urbano VIII, não foi um adversário de Bernini, mas sim foi seu amigo e patrono. Em uma biografia de Arthur Lubow sobre este grande artista, se precisa que durante os 20 anos de pontificado de Urbano VIII, Bernini foi tratado como se fora da realeza pelo Papa. De fato, Bernini foi o favorito de todos os Papas enquanto viveu, e foi condecorado com a Cruz da Ordem de Cristo.





* Brown eleva à ciência ao lugar de Deus: Na página 31, um dos personagens do Brown se regozija ao dizer que "logo se provará que todos os deuses são falsos. A ciência dará a resposta a quase todas as perguntas que o homem possa fazer". Assim, que coisa resta? “Só restam algumas perguntas", escreve Brown, "e essas são as perguntas esotéricas”. Como por exemplo o verdadeiro sentido da existência! Na página 218, Brown se emociona tanto com a promessa da ciência que para expressá-lo usa itálicos e exclama: "A Ciência é Deus!". Na página 474, fica totalmente claro: “A medicina, as comunicações eletrônicas, as viagens espaciais, a manipulação genética são os milagres sobre os que falamos com nossos filhos. Estes são os milagres que levamos como prova de que a ciência nos dará todas as respostas". E logo se lança pelo ouro: "As antigas histórias sobre imaculadas concepções, sarças ardentes e mares abertos já não são relevantes. Deus se tornou obsoleto. A ciência ganhou a batalha".





Nesta perspectiva, há algo que a ciência não possa fazer? Evidentemente não. Aqui Brown apresenta sua postura mais extrema (página 658): “A ciência veio para nos salvar da enfermidade, da fome e da dor! Hei aqui a ciência, o novo Deus dos milagres infinitos, onipotente e benevolente! Ignorem as armas e o caos”. A ciência deu um elixir para os problemas pessoais: “Esqueçam a solidão fraturada e o perigo interminável. A Ciência está aqui!”.





* O fato é que o catolicismo promoveu a ciência e a astronomia: a Ciência não teria progredido se não tivesse sido assim. “Nos últimos 50 anos”, afirma o professor Thomas E. Woods, Jr., “virtualmente todos os historiadores da ciência… chegaram à conclusão de que a Revolução Científica se deveu à Igreja”. Para o sociólogo Rodney Stark a razão pela que a ciência emergiu na Europa e não em nenhum outro lugar, foi o catolicismo. “sabe-se que na China, no Islã, na Índia, na Grécia antiga e em Roma, todos tiveram uma muito desenvolvida alquimia. Mas somente na Europa esta alquimia se transformou em química. Por essa razão, muitas sociedades desenvolveram elaborados sistemas de astrologia, mas solo nisto Europa levou a astronomia".





O rol pioneiro dos católicos na astronomia está fora de discussão. J.L. Heilborn da Universidade de Califórnia em Berkeley escreve que “A Igreja Católica ajudou mais que ninguém financeira e socialmente ao estudo da astronomia por mais de seis séculos, da recuperação dos estudos antigos durante a última etapa da Idade Média até a Ilustração". Somente os alcances científicos dos jesuítas alcançaram todos os cantos da terra.





O que fez ao catolicismo tão amigo da ciência e por que a ciência se originou na Europa e não em outra parte? Stark sabe o porquê: “Porque o Cristianismo representava a Deus como um ser racional, sensível, confiável e onipotente, e o universo como sua própria criação pessoal. entendia-se então que o mundo natural tem uma estrutura estável, racional, legal, que espera (em realidade que convida) à compreensão humana".





* A Igreja e Galileu, muitas falsidades: Os mitos sobre Galileu são tantos que somente uns poucos se dão o trabalho de consultar os fatos históricos para saber o que em realidade aconteceu. Brown explora esta ignorância ao máximo. Quando afirma na página 41 que os "dados do Galileu estavam fora de discussão”, não chega nem perto da verdade. Por exemplo, sabemos que as marés se explicam pelas forças gravitacionais da lua. Mas a fixação de Galileu sobre a terra girando ao redor do sol não lhe permitiu compreender isto, ele pensava que as marés deviam compreender-se a partir do fato de que a terra girava ao redor do sol. E o que é mais importante, o que colocou a Galileu em problemas não foram suas idéias mas a sua arrogância: fez afirmações que não podia sustentar cientificamente.





Se Galileu foi castigado por sustentar que a terra gira ao redor do sol, então por que Copérnico não foi castigado? Afinal de contas, Copérnico teve esta idéia antes mesmo que Galileu chegasse a ela, e assim como Galileu, Copérnico era católico. A diferença está em que Copérnico foi um cientista honesto: estava contente afirmando suas idéias a modo de hipótese. Galileu repudiou fazer o mesmo, inclusive quando não podia as provar.





Se a Igreja Católica quis tirar o Galileu do mapa, então como se explica que fora gabado por seu trabalho em Roma em 1611? Por que o Papa Paulo V o acolheu? Por que se fez amigo do futuro Papa, Urbano VIII? Francamente, Galileu nunca se meteu em problemas antes de começar a insistir em que o sistema copernicano era positivamente certo. Quando esteve de acordo tratando isto como uma hipótese ou como uma proposição matemática, não sofreu nenhuma sanção.





Em 1624, o Papa Urbano VIII deu a Galileu medalhas e outros presentes, e lhe rogou que seguisse realizando seu trabalho. De acordo com Woods, “Urbano VIII lhe disse ao astrônomo que a Igreja nunca tinha declarado que o sistema do Copérnico era herético, e que a Igreja nunca faria isso". Isto, é obvio, não é o que Brown quer que acreditemos. Oito anos depois, Galileu escreveu em seu "Dialogo sobre os principais sistemas do mundo", e o fez a pedido do Papa. Mas esta vez Galileu assinalou que a teoria copernicana era empiricamente certa. Além disso, apresentou-se como teólogo, não somente como matemático, e esteve de acordo em fazê-lo. A Igreja não estava contente, e se sentiu marcada por ele. De igual modo, a comunidade científica não estava impressionada. Sua arrogância era terrível para muitos fora da Igreja assim como dentro dela.





É fácil para nós dizer que a Igreja reagiu exageradamente com Galileu. Isto é certo. Mas é também importante notar que ele nunca foi torturado e não passou um só dia na prisão. Foi confinado ao arresto domiciliário em uma modesta casa durante 9 anos. Inclusive passou um tempo na casa do Arcebispo de Siena. Não é exatamente a experiência tipo gulag (campos de trabalhos forçosos russos no tempo do Stalin aonde morreram milhões de pessoas) que nos têm feito acreditar. Seria interessante saber como Brown explicaria o fato que o primeiro líder da Pontifícia Academia para as Ciências não foi outro que seu "mártir" favorito Galileu Galilei!





Se a Igreja Católica era tão anti-ciência, por que o Papa Bento XIV outorgou o imprimatur (permissão eclesiástica oficial para a impressão de uma obra católica) à primeira edição dos trabalhos completos do Galileu? Assim o fez em 1741. E se necessitamos melhores provas para demonstrar que o abrasivo do Galileu teve algo que ver com a resposta da Igreja, deve considerar-se que cientistas como o P. Roger Boscovich seguiram explorando as idéias copernicanas enquanto Galileu foi encontrado "veementemente suspeito de heresia". Também deve notar-se que aos católicos nunca lhes proibiu ler a Galileu, inclusive os livros científicos de todo tipo circularam livremente durante e depois da censura ao Galileu.





As razões do Bill Donahue





Segundo Bill Donahue da Liga Católica dos Estados Unidos, “dentro de pouco, a equipe formada por Dan Brown e Ron Howard terão gerado na audiência a crença de que Galileu era membro de uma sociedade secreta, os Illuminati, e que esse grupo procura vingar do Vaticano pela história anti-ciência da Igreja Católica. O fato é que Galileu morreu quase 150 anos antes que os Illuminati fossem fundados em 1 de maio de 1776. Por que mentir então? Porque sua meta é mostrar à Igreja Católica como uma inimizade da ciência, e qual outra melhor forma que usar para isto o seu mártir favorito, Galileu? A vítima perfeita, mencionada perseguição do Galileu, é citada assim como prova da guerra da Igreja contra a razão".





“Galileu nunca foi aprisionado ou torturado. Seu confinamento foi uma detenção domiciliária, embora não garantido, e estava mais em função de sua arrogância que das suas idéias: persistiu em apresentar idéias (tiradas de Copérnico, um cientista católico que nunca foi castigado) como cientificamente precisas, algo do que inclusive cientistas de seu tempo duvidavam".





* Testemunhos em contra da Igreja de parte do pessoal que produziu o filme: O Padre Bernard O'Connor, um sacerdote canadense e oficial da Congregação para as Igrejas Orientais da Santa Sé, estava em Roma o ano passado enquanto o diretor Ron Howard filmava a obra. O'Connor se encontrou duas vezes com o pessoal da mesma e conversou de maneira informal com 20 deles. Estava vestido casualmente de modo que ninguém se deu conta de que era um sacerdote. Falaram abertamente, pensando que era somente "um turista amistoso". O Padre escreveu um artigo sobre sua experiência na revista mensal, Inside the Vatican (Dentro do Vaticano). Um dos trabalhadores que disse ser um dos "encarregados" opinou assim: "a Igreja miserável está contra nós outra vez e nos está causando problemas". Logo, falando de seu amigo Dan Brown, acrescentou “como muitos de nós, ele com freqüência diz que faria algo para demolir esta detestável instituição, a Igreja Católica. E triunfaremos. Já verão”. Quando o Padre O'Connor lhe pediu que precisasse suas afirmações, o oficial de produção disse "ao final desta geração não existirá mais a Igreja Católica, ao menos não na Europa ocidental. E em realidade os meios merecem muito crédito por seu desaparecimento".





“Finalmente o público está entendendo nossa mensagem", disse logo. A mensagem está claramente definida: "a Igreja Católica tem que ser debilitada e eventualmente desaparecer da face da terra. É a primeira inimizade da humanidade. Sempre o foi". Este mesmo senhor lhe dá o crédito disto à "televisão, Hollywood, as indústrias da música e de vídeo, junto com cada um dos jornais que existem, pois todos dizem o mesmo". Este sujeito também mencionou o papel que algumas universidades jogaram para minar o catolicismo.





Quais são os Illuminati e o que se diz que têm feito?



Em realidade, os Illuminati foram homens da Ilustração que acreditaram possuir algum tipo de conhecimento especial que lhes permitiria reformar a Alemanha. Weishaupt, seu fundador, pedia a seus seguidores que deixassem a suas famílias e amigos –a modo de culto– para que pudessem construir uma sociedade revolucionária. Antes de morrer, renunciou a todas as sociedades secretas e se reconciliou com a Igreja Católica. Mas nada disto se diz porque Brown quer que acreditemos que os Illuminati ainda existem.





Apesar de que os Illuminati morreram faz muito tempo (em 1787), a seguinte é uma lista de algumas das coisas que se diz realizaram. Os Illuminati teriam sido responsáveis pelo assassinato dos seguintes presidentes (do EUA): Abraham Lincoln (1861-1865), William Henry Harrison (1841), Zachary Taylor (1849-1850), James Garfield (1881) e William McKinley (1897-1901). Também foram "provavelmente" responsáveis pelo assassinato do Warren Harding (1921-1923) e "possivelmente" do Franklin Roosevelt (1933-1945). De qualquer modo, a morte da Princesa Diana também teria sido obra dela.





Certamente esta sociedade secreta "deixou seu rastro na história". Aqui menciono alguns dos fatos históricos que seriam sua responsabilidade: a Revolução Francesa; a Revolução Russa; animar a Marx e Engels para que escrevessem o Manifesto Comunista; uma tentativa de derrocar aos Estados Unidos; persuadir o Papa para que dissolva aos jesuítas (os quais são considerados por alguns como os fundadores dos Illuminati); manipular ao Juiz (John) Marshall (1801-1835), Presidente da Corte Suprema dos Estados Unidos para que entregue os "poderes implícitos" do governo federal; instigação de levantamentos na Europa na década de 1840; manipulação de Lincoln para que adote um imposto gradual.





Diz-se também que os Illuminati teriam apoiado: a Reserva Federal (do EUA), as Compensações de trabalhadores, a 16º emenda (adoção de um imposto federal aos ganhos); a Liga de Nações, a Partida Comunista; o Plano Marshall; as Nações Unidas, o Conselho par as Relações Exteriores, a Comissão Trilateral e o Banco Mundial.





Também teria jogado um papel importante para fomentar a Primeira guerra mundial, a Segunda guerra mundial (teriam animado a Hitler a invadir a Polônia), a Guerra Fria e o 11 de setembro. É responsável além dos ataques ao cristianismo e por dividir aos judeus ortodoxos dos conservadores. A AIDS, o Ébola e o Síndrome da Guerra do Golfo seriam também criação dos Illuminati. Inclusive seriam responsáveis pelo Furacão Katrina e da Cruz Vermelha (que se beneficiou do mesmo).





Joseph Dias é o Secretário Geral do Foro Secular Católico (CSF). Com comentários de Bill Donahue, Liga Católica (Catholic League – o EUA)




Fonte: ACI


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Causas e consequências

Causas e conseqüências
O politicamente correto é o dogma do nosso tempo. Pobre de quem questionar seus decretos. Será condenado à fogueira da ridicularização, será tachado de inimigo do progresso, de obscurantista. A legalização do aborto (eufemisticamente tratado como “interrupção da gravidez”, termo mais palatável), a utilização de embriões para pesquisas e a eutanásia são alguns tópicos do seu index dogmático.
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O politicamente correto exerce a pior forma de coerção. Afinal, a pior violência não é aquela declarada, aberta, ostensiva. É aquela que, travestida de virtude, com a aparência do bem, ilude os incautos, engaja os adeptos, oprime os opositores. E nunca, “neste país”, o politicamente correto encontrou terreno tão fértil como agora, para enunciar suas teorias e materializar seu ideário.
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Querem um exemplo concreto? O self-service do látex, a máquina automática que despejará preservativos no colo dos alunos da rede pública a partir do ano letivo de 2009. A garotada, acostumada com máquinas similares, que oferecem refrigerantes e salgadinhos, poderá, com um simples toque de botão, ter acesso ao tal “sexo seguro”. Isso é que é modernidade!
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Uma das principais características do politicamente correto é passar a idéia de que determinada situação está fora de controle. A solução? Combater as causas?
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Não, o negócio é contornar as conseqüências, sabe como é...Dessa forma, desde muito cedo, as crianças convivem diariamente com imagens e estímulos que incentivam a erotização precoce: outdoors, propagandas, filmes, músicas etc,etc,etc. A maioria dos pais, filhos de uma geração repressora, sentem uma espécie de remorso de impor limites, de proteger seus filhos de tanto lixo, enfim, de educar. Afinal, educar dá um trabalho... exige tempo, paciência, dedicação...
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Nesse contexto, o governo, tão intolerante quando alguém discorda de suas posições, quer se intrometer na educação dos nossos filhos. Quer dizer o seguinte: vocês, pais, vocês, mães, perderam a batalha contra Eros. Já que vocês não sabem educar seus filhos, nós, do alto da nossa estatura moral, vamos dar camisinha para eles. Afinal, como já dissemos repetidas vezes, eles podem “transar” à vontade, mas com camisinha.
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Aliás, ou o produto camisinha é ruim ou os sucessivos governos são péssimos em publicidade. Afinal, já se utilizaram diversas formas de propaganda, com temas diferentes incentivando o uso de preservativos e, mesmo assim, a “galera” não adere. Ou será que adere, mas o resultado não é o prometido, não garante “risco zero” de contaminação? Já que hoje tanto se fala no direito à escolha, sugiro, pelo menos, uma campanha opcional, com foco na castidade (verdadeiro tabu nos dias de hoje), paralela à outra, que incentiva o “vale tudo com camisinha”. Por que essa ditadura de costumes?
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Os partidários do PC (calma, quer dizer Politicamente Correto) podem não gostar, mas vou propor algo revolucionário: por que não fazer uma campanha que valorize o amor, que incentive os pais para que eduquem filhos e filhas com base no respeito ao outro e, por que não, que proponha que vale a pena esperar. Que cada ser humano é único e irrepetível, não algo descartável, a exemplo da camisinha.
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Como otimista incorrigível, vejo que essa é uma ótima oportunidade para dar um basta nisso tudo. Ninguém, n-i-n-g-u-é-m, pode substituir os pais na educação dos filhos. Quem sabe esse absurdo faça “cair a ficha” e os pais se mobilizem contra essa idéia surrealista.
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Combater as causas, sem dúvida, não é tão simplista como driblar as conseqüências. Mas, o que queremos? Soluções ou paliativos?
Roberto Zanin é jornalista

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MÁQUINAS DE CAMISINHAS

MÁQUINAS DE CAMISINHAS NAS ESCOLAS PÚBLICAS
O Ministério da Saúde já está inaugurando as primeiras 400 “máquinas de camisinha”, nas escolas públicas, segundo o anúncio do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o 7º Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, em Florianópolis (SC). O encontro foi promovido pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.
A Igreja não concorda em hipótese alguma com esta medida imoral e inócua. E os nossos Bispos, bem como o Papa, já se manifestaram muitas vezes contra o uso e a distribuição de “camisinhas” para os jovens, por se tratar de um procedimento imoral e que fomenta o uso irresponsável do sexo, deseduca o jovem e faz aumentar ainda mais a contaminação pela AIDS e também há o aumento do número de meninas grávidas, como mostram alguns especialistas.
É uma tristeza e uma vergonha que se estimule, mesmo que indiretamente, os nossos filhos à promiscuidade sexual. O jovem cristão jamais deverá usar uma camisinha pelos seguintes motivos:
– A vida sexual deve ser vivida apenas no casamento de um homem com uma mulher (cf. Gn 2, 24) unidos em matrimônio. Fora disso, a vida sexual é pecaminosa (fornicação ou adultério).
– O ato sexual entre os casais deve sempre estar aberto à vida, e não ser impedido por meios artificiais, como a camisinha. Seu uso é imoral em qualquer situação.
– Está mais que comprovado que a camisinha não proporciona o tal “sexo seguro”; muitos pesquisadores afirmam que o vírus da AIDS, por ser cerca de 500 vezes menor que um espermatozóide, pode passar através do látex da camisinha, especialmente quando há problema de vencimento do prazo, má conservação, más fabricações, etc.
Uganda é o único país da África que conseguiu até hoje baixar consideravelmente o número de contaminados pelo vírus da AIDS com uma campanha de fidelidade conjugal e de abstinência sexual antes do casamento. A castidade mostrou os seus frutos. A contaminação caiu de 26% para 6%. Por outro lado, a África do Sul, está com 30% da população contaminada, mesmo com o derramamento de milhões de camisinhas sobre a população.
O Papa João Paulo II assim se expressou sobre a “camisinha”: “Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana... O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo ... O preservativo oferece uma falsa idéia de segurança e não preserva o fundamental” (Pergunte ao Papa, Augusto Silberstein, Legnar Informática e Editora Ltda, SP, pg. 57).
O filósofo francês, católico, Paul Claudel disse certa vez que: “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”. Se você quer um dia construir uma família sólida, um casamento estável e uma felicidade duradoura, então precisa plantar hoje, para colher amanhã. Ninguém colhe se não semear.
Na Carta aos Gálatas, São Paulo diz: “De Deus não se zomba. O que o homem semeia, isto mesmo colherá” (Gl 6,7). A gravidade do pecado da impureza é que mancha o Corpo de Cristo. “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um de sua parte, é um dos seus membros” (1Cor 12,27), diz São Paulo, “... assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós somos membros uns dos outros” (Rm 12,5).
Já é hora de voltarmos a falar aos jovens, corajosamente, sobre a importância da castidade e da virgindade. A família cristã, diante deste mundo paganizado, é chamada a dar testemunho dessas verdades. Também sobre a homossexualidade, os pais têm o dever de ensinar os filhos o que a Igreja ensina. Muitos pais já estão sendo levados a ser “tolerantes” com o pecado de seus filhos. Isso fere a moral católica e a lei de Deus.
Vale a pena recordar as sérias advertências de São Paulo:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, o qual recebestes de Deus, e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço” (1Cor 6,19).
“O corpo, porém não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o Corpo: Deus que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1Cor 6,13).
“Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1Cor 6,20).
“Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado - e isto sois vós” (1Cor 3,16-17).
Mahatma Gandhi, que libertou a Índia, e que não era cristão, mas amava Jesus, disse essas belas palavras:
“A castidade não é uma cultura de estufa. A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária”.
“A vida sem castidade parece-me vazia e animalesca”.
“Um homem entregue aos prazeres perde o seu vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo. A mente daquele que segue as paixões baixas é incapaz de qualquer grande esforço” (Tomás Tochi, "Gandhi, mensagem para hoje", Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss, 1974).
Os homens e mulheres que mais contribuíram para o progresso do ser humano e do mundo foram aqueles que souberam dominar as suas paixões, e, sobretudo, viver a castidade.
Fico impressionado ao observar como têm vida longa, por exemplo, a maioria dos nossos bispos católicos, e tantos sacerdotes que sempre guardaram com carinho a castidade. Se ela fosse prejudicial à saúde, não teríamos tantos bispos, padres e freiras, tão idosos, felizes e equilibrados.
Santo Agostinho dizia:
“Se queres ser feliz, sê casto”.
O Estado é laico, mas o povo brasileiro é católico em sua maioria. Isso é comprovado pelo Instituto de Pesquisa do próprio governo, o IBGE.
Então esse bom povo católico tem o direito de que os seus filhos recebam uma educação pública de acordo com os seus bons costumes, que moldaram a nossa civilização, sem imoralidades.
Por isso, é dever e direito dos pais protestarem ordenadamente contra esse absurdo implantado em nossas escolas. Se não o fizerem, seus filhos serão moldados pela mentalidade neopagã que domina cada vez mais a sociedade e o Estado.
Prof. Felipe Aquino
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