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segunda-feira, 17 de março de 2008

Direito de decidir?

Comecemos a Semana Santa alinhados com o tema da Campanha da Franternidade!


Que esta semana seja momento de conversão a todos nós!


A Paz de Jesus!!




Ecclesiae Dei




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Direito de decidir?
Por Dr. Rafael Vitola Brodbeck


Certas coisas estão no plano do impossível. E se, aparentemente, se mostram como possíveis, estamos diante de uma mentira.


Assim como é impossível encontrarmos um "heterossexual gay", pois são situações excludentes, não podemos ter nada que contenha, em sua natureza, elementos contraditórios.


Alguém que se declara pela monarquia não pode se dizer republicano. Quem tem um pequeno nariz não pode, ao mesmo tempo, ter um nariz enorme. Não podemos ser budistas e muçulmanos ao mesmo tempo, ou ateus e crentes.



São exemplos bobos, admito. Mas, para ilustrar quão bobo é um movimento que vem crescendo nos Estados Unidos e que, em sua natureza, abriga termos contraditórios, o que o torna híbrido e sem fundamento. "Católicas pelo Direito de Decidir", ou "Catholic For Free Choice" (CFFC), entidade que vem causando um grande mal aos bispos norte-americanos por clamarem o direito de decidir se querem ou não fazer o aborto, é como o "heterossexual gay", ou como o "monarquista republicano".



No ser do católico está a obediência ao que ensina a Igreja, pois ele que crê que seus hierarcas são apenas depositários da Verdade, e não donos da mesma. Para o católico, o papa não pode mudar a doutrina, pois Sua Santidade não a inventou, mas a recebeu.



O católico crê ser a doutrina da Igreja o ensinamento do próprio Deus. Se essa crença é verdadeira, não nos cabe discutir aqui. Mas, ela revela o que é ser católico. Uma pessoa não pode sair por aí se declarando espírita e negando os fundamentos principais da doutrina que diz professar. Esse sujeito não seria espírita, por mais que berrasse e esperneasse.



Ninguém é obrigado a se tornar católico. É um ato livre. Me convenço que o magistério da Igreja Católica está correto, e me posiciono católico. Só é católico quem está convencido de que a doutrina pregada por essa instituição é correta. Se não aceito um ponto de doutrina, o que estou fazendo de tão importante que ainda não fundei minha própria igrejola ou me juntei a outra corrente de pensamento?E o ensino católico é absolutamente contrário ao aborto em toda e qualquer circunstância.



Concorde ou discorde o leitor dessa orientação da Igreja, deve ele, pelo menos, admitir que um católico, para ser coerente, não pode defender o aborto. Se o defende, já não é mais católico. "Mas, eu gosto de rezar a Ave Maria. Eu vou à missa. Só que defendo o aborto. Não sou católico por esse pequeno detalhe?" Sinto dizer... Não é... Como um espírita não é espírita se não acredita na comunicação com as almas desencarnadas. O cerne da doutrina espírita é essa comunicação. Quem não crê nisso, não é espírita. Nada mais lógico.



Um católico não é católico porque vai à missa, ou porque reza o Pai Nosso e a Ave Maria todas as noites. O católico não pertence a uma religião porque a herdou dos pais, ou porque um dia foi batizado. É católico porque está plenamente convencido de uma verdade, que inclui a condenação ao aborto. Ao filiar-se na Igreja, assume-se essa posição. E essa filiação é livre! Como as mulheres são livres para abortar em alguns países.


Mas, a liberdade de escolha estabelece opções, consequências. E a consequência de ser católico é ser anti-abortista por natureza. Sem intolerância, mas com coerência, se ontologicamente o católico é contrário ao aborto, isto é, se na sua essência, no seu ser, naquilo que o caracteriza como tal, ele é contrário a essa prática, o "Católicas pelo Direito de Decidir" ou é impossível ou é uma mentira.


O que elas podem decidir é se são católicas ou são pelo direito de decidir...



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Para citar este artigo:

BRODBECK, Rafael Vitola. Apostolado Veritatis Splendor: Direito de decidir?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4716. Desde 23/1/2008.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Um modelo na luta contra o aborto: Giana Beretta Molla

Nesses dias tenho encontrado muitas matérias interessantes sobre o aborto, é até difícil escolher qual publicar.

Para hoje, escolhi um modelo magnífico, de uma mãe que preferiu a morte a não abortar.

Nesses tempos em que vivemos, parece a nós que os Santos são somente aqueles que dedicaram a vida a Deus como religiosos ou sacerdotes. Eis um exemplo de uma mãe de nossos tempos, médica formada, muito culta, com 39 anos e mãe de três crianças pequenas, que foi canonizada por João Paulo II.





"Pedro! Se vocês devem decidir entre mim e a criança, não hesitem: escolham a criança, eu exijo, salvem-na! Eu faço a vontade de Deus, e Deus providenciará o necessário para meus filhos". Giana Beretta Molla



Segue aqui, parte de um belo texto de Roberto Bertogna.

Boa leitura!
João Batista - Ecclesiae Dei
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Para ler o texto completo, no site Veritatis Splendor, clique aqui


Heróico amor maternal por amor de Deus



Após três gravidezes dolorosas, no início da quarta tornou-se indispensável uma cirurgia, devido a um fibroma uterino (tumor no útero). Fidelíssima a seus princípios morais e religiosos, decidiu, sem hesitar, que o médico se preocupasse, em primeiro lugar, não com a operação que salvaria sua vida, mas com a salvação da vida da criança.



Escreve então seu marido: "Com incomparável força de vontade e com imutável empenho, continuava a sua missão de mãe até os últimos dias da sua gestação. Rezava ou meditava. O sorriso e a serenidade que infundiam a beleza, a vivacidade e a saúde dos seus três `tesouros' eram quase sempre velados com uma interior inquietude. Temia que a sua criança nascesse com sofrimentos. Rezava para que assim não fosse.



Muitas e muitas vezes, pediu-me desculpas se me causava preocupações. Disse-me que nunca havia tido necessidade de tanta amabilidade e compreensão como agora. Aproximando-se o período do parto, afirmou explicitamente, com tom firme e ao mesmo tempo sereno, com um olhar profundo que não esquecerei jamais: `Se vocês devem decidir entre mim e a criança, não hesitem: escolham a criança, eu exijo, salvem-na! Eu faço a vontade de Deus, e Deus providenciará o necessário para meus filhos'".



Era uma Sexta-feira Santa, 20 abril de 1962, quando foi internada para o parto. No Sábado Santo, Gianna e toda a família tiveram a indescritível alegria de um dom divino: a filha que portava em seu seio nascia bela e forte.



O fruto abençoado desse heróico gesto de amor de Deus recebeu no santo Batismo o nome de Gianna Emanuela.



Após vida modelar, santa morte



Durante aquele momento, Pedro não deixou sua esposa um só minuto. Os médicos tentavam salvá-la a todo custo: antibióticos, soro, sondas… tudo em vão.



Sua última confidência ao marido foi: "Pedro! Agora me curei. Estava já do outro lado, e se soubesses o que eu vi... Um dia te direi! Mas, como éramos muito felizes, estávamos tão bem com os nossos maravilhosos filhos, cheios de saúde e graça, com todas as bênçãos do Céu, mandaram-me de volta aqui embaixo, para sofrer um pouco mais, porque não é justo apresentar-se a Deus sem haver sofrido muito".



Inteiramente lúcida, Gianna solicita e recebe a Extrema-Unção e a Santa Comunhão pela última vez. Naquele momento, acabava de chegar da Índia sua irmã Virginia, missionária naquele país. Vendo o Crucifixo que lhe pendia do pescoço, pede para osculá-lo, e diz: "Jesus, Te amo".



Era o dia 28 de abril de 1962, e seria apropriado colocar em seus lábios as últimas palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus: "Eu não morro, mas entro na Vida".(5)

Para ler o texto completo, no site Veritatis Splendor, clique aqui


Para citar este artigo:BERTOGNA, Roberto. Apostolado Veritatis Splendor: Exemplo simbólico da luta contra o aborto. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4849. Desde 9/3/2008.

terça-feira, 11 de março de 2008

Depoimento de uma sobrevivente ao Aborto.

Simplesmente, sem palavras... dá pra contextar um depoimento como esse?

"Escolhe, pois, a Vida!"

Boa leitura

Ecclesiae Dei

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Por: Gianna Jessen
Depoimento de uma sobrevivente ao aborto


É sabido que “um dos problemas” dos abortos é que por vezes o bebe nasce vivo e tem de ser morto cá fora — muitas vezes sufocado na placenta ou, então, deitado para o lixo - assim mesmo.
Contudo, há casos em que o bebe não só nasceu vivo como sobreviveu. O que se segue é o testemunho de uma menina que sobreviveu ao aborto. Este depoimento foi feito perante a Constitution Subcommittee of the House Judiciary Committee, em 22 de Abril de 1996.

“O meu nome é Gianna Jessen e tenho 19 anos. Nasci na Califórnia mas atualmente vivo no Tennessee.


Fui adotada e tenho paralisia cerebral. A minha mãe verdadeira tinha 17 anos e estava grávida de sete meses e meio quando decidiu fazer um aborto por solução salina.
Eu sou a pessoa que ela abortou. Mas em vez de morrer sobrevivi.
Felizmente para mim, o abortador não estava na clínica quando eu nasci com vida, pelas 6 horas da madrugada de 6 de Abril de 1977.
Eu fui precoce: a minha morte não estava prevista para antes das 9 horas, altura em que o abortador deveria começar a trabalhar. Tenho a certeza que não estaria aqui hoje no caso de o abortador estar na clínica, uma vez que o seu trabalho é matar: não é salvar.
Algumas pessoas disseram que eu sou um aborto de carniceiro, um aborto falhado.

Houve muitas pessoas que presenciaram o meu nascimento: a minha mãe e outras moças novas que estavam na clínica à espera que os seus bebes morressem. Disseram-me que isto foi um momento de histeria. Próximo estava uma enfermeira que aparentemente chamou a emergência médica e eles transferiram-me para um hospital.

Ali fiquei, mais ou menos, três meses. No princípio não havia muita esperança, pois eu pesava somente 900g. Hoje, já sobreviveram bebes mais pequenos do que eu.

Uma vez um médico disse-me que eu tinha um grande desejo de viver e que eu lutava pela minha vida. Acabei por sobreviver e sair do hospital sendo entregue a uma ama. A minha paralisia cerebral foi atribuída ao aborto.

Disseram à minha ama que era muito duvidoso que eu chegasse a gatinhar ou andar. Na altura eu não me conseguia sentar sem ajuda. Graças às orações e à dedicação da minha ama e, mais tarde, de muitas outras pessoas, acabei por aprender a sentar-me sozinha, a gatinhar e a ficar de pé. Comecei a andar com muletas pouco antes dos 4 anos. Fui legalmente adotada pela filha da minha ama, Diana De Paul, alguns meses depois de começar a andar. O “Department of Social Services” não me permitia ser adotada antes disso.

Continuei a fisioterapia por causa da minha deficiência e, depois de quatro intervenções cirúrgicas, posso agora andar sem ajuda. Nem sempre é fácil. Algumas vezes caio, embora depois de cair durante 19 anos tenha aprendido a cair graciosamente.

Estou contente por estar viva. Quase morri. Todos os dias agradeço a vida a Deus. Eu não me considero um subproduto da concepção, uma massa de tecidos, ou um qualquer dos títulos que se dão às crianças que ainda não nasceram. Eu não considero que as pessoas concebidas sejam alguma dessas coisas.

Conheci outras pessoas que sobreviveram a um aborto. Todas estão reconhecidas à vida. Há alguns meses atrás, conheci outra menina que sobreviveu a um aborto por solução salina. Chama-se Sara. Tem dois anos e tem também paralisia cerebral, mas o seu diagnóstico é reservado. Ela é cega e tem muitas cicatrizes. O abortador, além de injetar a solução no útero da mãe injeta também no bebe. Em Sara foi injetada na cabeça. Eu pude ver em que parte da cabeça isto lhe foi feito. Quando falo, faço-o não somente por mim, mas por todos os outros sobreviventes, como a Sara, e por aqueles que ainda não podem falar…

Hoje, um bebe só é bebe quando vem na altura certa. Quando a altura não é certa, é um monte de tecidos ou outra coisa qualquer. Um bebe é um bebe quando um aborto espontâneo ocorre aos 2, 3 ou 4 meses. Um bebe é tecido ou massa de células quando o aborto é provocado aos 2, 3 ou 4 meses. Porque é isto assim? Eu não vejo diferença nenhuma. Que diferença vêem os senhores? Muitos fecham os olhos…

Para defender a vida a melhor coisa que eu lhes posso mostrar é a minha vida. É um grande dom. Matar não é a solução para nenhum problema ou situação. Mostrem-me que matar é solução.

Há uma citação no topo de um dos edifícios do Capitólio que diz: “Aquilo que é moralmente errado não pode ser politicamente correto”. O aborto é moralmente errado. O nosso país está a verter o sangue de inocentes. A América está a matar o seu futuro.

Toda a vida tem valor. Toda a vida é um dom do nosso Criador. Temos de receber e cuidar os dons que nos foram dados. Temos de honrar o direito à vida.”
Para saber mais sobre os tipos de aborto e como são mortos os bebês, clique aqui

sábado, 8 de março de 2008

pesquisa de células-tronco embrionários

Ignorância... É uma palavra muito dura, mas reflete exatamente muitos católicos e cristãos que lutam pela liberdade de pesquisa com células-tronco. Como formadores de opinião, cristãos e cidadãos, precisamos conhecer melhor antes de levantar qualquer bandeira.


Segue abaixo um texto bem esclarecedor. É longo, mas vale a pena sua leitura.

Lutemos, acima de tudo, pela VIDA!!!





Sobre a extração e a pesquisa de células-tronco embrionários


Por Silvio L. Medeiros e Karen A. Mortean

Tenho acompanhado com grande atenção nos últimos meses o assunto que não quer sair da boca da mídia brasileira: a pesquisa celular com embriões humanos para fins terapêuticos. Por se tratar de um assunto tão delicado quanto profundo, mais uma vez me constrange o fato de que os nossos formadores de opinião, não todos, sejam tão irresponsáveis e tendenciosos ao mostrarem para a sociedade através de informações truncadas e imagens no melhor estilo melodramático, a possível fonte milagrosa que deriva de tais pesquisas científicas.

Ao tratarem do assunto, duas frentes são sempre apontadas pela mídia: uma plenamente a favor, formada por pessoas que sofrem de doenças que poderiam ser curadas se as pesquisas com embriões humanos fossem completamente liberadas, e alguns médicos, e uma outra frente que se mostra contra as pesquisas em embriões humanos, posta sutilmente como retrógradas, contra a vida e a favor do sofrimento humano. E é claro, aproveitando para caricaturizar alguns católicos (ser anti-católico agora é sinal de intelecto).

O que me deixa com uma pulga atrás da orelha é o fato de nunca mostrarem as razões desta segunda frente, mas de deixarem apenas essa impressão pouco simpática daqueles poucos que ainda tem coragem de se impor contra a opinião pública. Pretendo aqui colocar alguns dos motivos que levam essas pessoas corajosas e silenciadas a se posicionarem contra as pesquisas em embriões humanos para fins terapêuticos.


É de pleno conhecimento do mundo científico (mas não do mundo restante) que para se obter Células-Tronco de Embriões Humanos (CTEH), primeiro é preciso destruir o próprio embrião. E é aqui que toda a polêmica reside. É preciso então tomar em conta o que significa um embrião humano, ou um zigoto. O zigoto é o resultado da união dos 23 cromossomos do óvulo feminino, com os outros 23 do espermatozóide masculino, formando então um novo DNA.

Este zigoto que contém parte do código genético do pai e parte do código da mãe torna-se uma mensagem genética completamente nova, única, irrepetível que nunca existiu e nem nunca mais existirá na história. E como diz o próprio Prof. Jérôme Lejeune, geneticista, descobridor da síndrome de Down: "No princípio do ser há uma mensagem, essa mensagem contém a vida e essa mensagem é a vida. E se essa mensagem é uma mensagem humana, essa vida é uma vida humana"1.

Ou seja, não existe um momento mágico do desenvolvimento do embrião a partir do qual existiria um ser humano e antes do qual não existiria senão uma nada, como alguns defendem para legitimar suas pesquisas. Desde a fecundação existe uma nova vida, como a nossa própria Constituição defende (art.5o), como também o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional assinado pelo Brasil, que declara o início da vida desde a sua concepção (art 4o).
A partir da fecundação, estamos de fato diante de uma vida, de um novo ser, tão humano que assim como cada um de nós, este embrião só precisa de três coisas para se desenvolver: nutrição, oxigênio e tempo.

O embrião humano não é portanto um ?projeto? de uma criança. Como diz Pedro Juan Viladrich, fundador do Instituto de Ciências para a Família: ?A rigor, um zigoto é tão ser humano como um velho, porque é ele mesmo ao longo das suas diversas fases de crescimento: fase embrionária, fetal, infantil, púbere, juvenil, adulta e idosa. O desenvolvimento de um humano é o desenvolvimento do zigoto, de tal maneira que se suprime o zigoto, se suprime as fases sucessivas para aquele humano?2. Quer dizer, referências de fase de crescimento, como jovem ou adulto não questionam a existência do ser. Podemos afirmar sem inseguranças que o zigoto e o ser adulto estão ligados invariavelmente pela mesma vida. Como o já citado estudioso diz, zigoto e idoso são ?uma mesmidade única e irrepetível?. Isso quer dizer que se eu ou você tivéssemos passados por uma retirada de célula-tronco enquanto éramos zigotos, não estaríamos hoje lendo esse texto. Por que? Porque teriam impedido que existíssimos.

Agora que já temos uma pequena noção do que é um embrião humano, podemos entender em parte a responsabilidade que a ciência tem em suas mãos ao pesquisar a retirada de células-tronco de embriões humanos: a própria vida humana. Agora fica a questão: quem tem o direito de impedir que uma vida humana se desenvolva para fazer dela um remédio para outra? Estamos diante uma contradição, matar para salvar. Aqui não há diferença entre os defensores da destruição de embriões para fins terapêuticos daqueles que defendem o tráfico de orgãos entre crianças. É a mesma coisa. Neste momento o homem deixou de ser um fim para ser um meio, para ser como um objeto de consumo utilitário.


Nesta ótica também defende a especialista em Biomédica, Alice Teixeira, médica formada na Escola Paulista de Medicina, pesquisadora na área há 40 anos e livre-docente de Biofísica da UNIFESP/EPM: ?É preciso preservar a dignidade do ser humano. O ser humano não pode ser utilizado como meio de pesquisa? 3. Ela tem a razão. Toda ciência existe para o homem. Entre a ciência e o homem existe uma ponte, e ela se chama ética. Essa ponte garante o correto uso da ciência e orienta a sua finalidade. O que vemos neste momento é um ignorar da ponte que liga esses dois pólos, vemos uma ciência que caminha para sí mesma, que não quer mais conceitos de verdade objetiva. Estamos diante de uma ciência pragmática e utilitária, financiada pela econômia de mercado, uma econômia que já deixou de ligar para o homem faz tempo. O grande problema disto é que corremos o grave risco de ?entrar em uma nova forma de escravidão, com o espectro da criação de embriões humanos para a pesquisa e interesses dos mais ricos?, como diz a revista A Science (18 jun 2004 vol.304, 1742, Diane Schaub).

Mas então o que fazer? Não podemos pesquisar as possibilidades imensas que as células-tronco embrionárias nos oferece? Se a dignidade humana for preservada e colocada como bem-supremo absoluto, a resposta é definitivamente não. Porém não há motivos para desesperos: existem células-tronco também em cordões umbilicais e células adultas que não põem em cheque uma vida humana. O problema com elas, dizem o que são a favor da destruição embrionária, é de que são de mais difíceis resultados. Verdade ou não, isso não pode ser usado com pretexto para a destruição de vidas humanas. Essas pesquisas com células-tronco adultas tem gerado ótimos resultado ao redor do mundo e mostrado que deste terreno ainda se tem muito a explorar, além de impedir os incovenientes de uma rejeição celular (aspecto negativo importante dentro dos CTEH) e de respeitar toda a vida humana, e não apenas uma parte, como deseja os interesses financeiros e a cultura da morte.



Referências consultadas:

1 - http://providafamilia.org/noticias/detalhe.php?detail=n1091306577.news

J. Lejeune, Discurso de recepción como Doctor honoris causa por la Universidad de Navarra.

2 - Viladrich, Pedro-Juan. O Aborto e a sociedade Permissiva. Ed. Quadrante; São Paulo, 1995. 100p.


3 -
http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=60510
Entrevista da professora Alice Teixeira concedida em 13.10.2004, por e-mail à revista ?medico reporter?

http://www.terra.com.br/istoe/1828/medicina
Para citar este artigo:
MEDEIROS, Silvio L; MORTEAN, Karen A. Apostolado Veritatis Splendor: Sobre a extração e a pesquisa de células-tronco embrionários. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/3448. Desde 4/3/2008.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Católico Pelo Direito de NÃO Decidir

Esse texto diz tudo!
Boa leitura!!
Ecclesiae Dei
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Católico Pelo Direito de NÃO Decidir
Por Carlos Eduardo Maculan

"Deus não fez a morte, nem se alegra que pereçam os vivos » (Sab. 1, 13). É certo que Deus criou seres que não têm senão uma duração limitada e que a morte física não pode estar ausente do mundo dos viventes corporais. Mas, aquilo que é querido, antes de mais nada, é a vida; e, no universo visível, tudo foi feito em vista do homem, imagem de Deus e coroamento do mundo (cfr. Gén. 1, 26-28).
No plano humano, foi « por inveja do demónio que a morte entrou no mundo" (Congregação para a Doutrina da Fé - Declaração Sobre o Aborto) Eu quero meus direitos, e como vivo num país democrático (jargão muito usado por aqueles que pensam ser a democracia uma simples regra matemática), quero dizer que eu decido pelo meu direito de não decidir.
Eu não quero decidir sobre o aborto, porque algumas coisas não se decidem no voto, e entre elas figura a dignidade do ser humano, seu exercício livre e constante, bem como sua proteção e resguardo de todos os direitos possíveis de serem exercidos desde a concepção. Sabendo que o hedonismo e a libertinagem deram saltos meteóricos na década de 1970, não posso decidir pela cultura do "corpo livre", porque eu não consigo imaginar que eu possa colocar o sexo e sua praticidade acima da vida humana.
São valores separados por um universo de distância, pois enquanto o sexo pode ser disposto livremente e usado com as conveniências morais e imorais de cada filho de Deus, por sua vez a vida não se insere no que se pode usar e desusar.
Eu não quero decidir sobre a pílula do dia seguinte, porque dela não cabe decisão em qualquer foro ou instância. Dela podemos simplesmente dizer que é uma roleta russa, pois se brinca com um projétil dentro do tambor de um revólver, e para cada seis tiros possíveis, somente um é verdadeiro, e esse único tiro é capaz de matar. Com as pílulas o mesmo resultado é realizável, porque sendo abortivas, podem interromper a gravidez ainda que a possibilidade de concepção seja ínfima, e assim, há o risco real de morte do embrião. No mesmo malogro moral, sua finalidade ainda é contraceptiva, atuando como fator determinante para que a lei natural não seja realizada uniformemente.
Eu não quero ir para as urnas, e não desejo usar de uma falsa isenção de consciência para justificar um "sim" em benefício da cultura da morte, afirmando que não sei quando a vida começa, por isso, posso matar aquele embrião no corpo de uma mulher que eu nunca vi, sequer conheci, e da qual jamais terei notícias. Deus nunca me deu o direito de decidir pelo outro no que se refere ao seu corpo, e muito menos sobre o meu próprio corpo, e a lógica é simples: - eu não posso transferir e adquirir direitos que não tenho, e como eu não tenho direito sobre meu corpo e nem mesmo sobre o corpo alheio, evidentemente que tais direitos por mim não serão adquiridos e nem transferidos, seja por qualquer título, oneroso ou gratuito, por ato entre vivos ou mortis causa.
Eu não quero decidir porque qualquer jurista que se valha, e que tenha estudado em qualquer universidade brasileira, sabe (e como sabe) que a vida é indisponível, inalienável, intransmissível, imprescritível, pelo motivo simples e óbvio de sua alta dignificação, e que dela resulta todo o poder soberano - fruto do senso de humanidade que tanto permeia as ditas constituições modernas -, que o insere no rol de direitos fundamentais; com isso, a vida, seu exercício e livre gozo é característica estrutural e primeiro imperativo do Estado, o que legitima seu fruir, tornando-o oponível contra qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, para só assim ser característica do Estado Democrático de Direito.
Sabemos que a vida intra-uterina está ligada e dependente do corpo materno, mas dele não é propriedade, pelo fato de que não existe uma vida em dois corpos diferentes, mas dois corpos e cada qual com sua própria vida autônoma.
Eu não quero e não vou decidir por nada que se refere ao aborto, porque os direitos naturais são irrevogáveis, e só Deus pode mudar a ordem natural. A crise da filosofia não pode impedir que estejamos unidos aos valores perenes da vida, e muito menos condicionar a humanidade no pensamento que estamos destituídos de qualquer senso moral, sancionando que a religião é fruto de um período negro da humanidade, e que dela não resulta a liberdade.
No entanto, é notório que não podemos falar de liberdade quando muitos estão escravizados por um pensamento linear e falacioso, que se constrói sob a base da falta de ética para com o próximo que está por nascer, principalmente porque esse próximo é vida em plenitude, completa e indisponível.
Proclamar que "todos são iguais perante a lei" não está, de forma alguma, violando situações que visam desigualar os iguais quando eles se desigualam, ou seja, quando entre os iguais existe o mais fraco, aquele que não pode decidir, que é indefeso e não pode se opor às decisões que tomam no lugar dele. Certamente que a igualdade tem que ser quebrada em benefício daquele que é frágil, para que este possa estar no mesmo nível dos demais, então, entre a força de decisão de um ser humano já nascido, que usa da linguagem para se expressar e do seu intelecto para avaliar a realidade (logo o mais forte), e um ser humano que vive intra-uterinamente, que não fala, não escolhe, não faz cognições (logo, mais fraco), para que exista justiça, o mais forte não pode jamais exercer seu poderio em detrimento daquele que na sua fragilidade não tem a possibilidade fática de decidir.
Não estabelecer uma justa medida de desigualdade legal do forte em benefício do fraco é arruinar a dita "democracia", principalmente quando o homônimo se diz protetor da vida humana. O Estado não existe por si, mas por aqueles que o reconhecem como poder soberano, que são seus cidadãos; afinal, todo poder emana do povo.
Eu não quero decidir sobre o aborto, porque a vida sempre será protegida na sua dupla acepção, mesmo que após o parto sua sustentabilidade seja mínima. Nenhum jurista é capaz de contrariar a lógica constitucional, e se dela não podemos garantir a perpetuidade, ante a revogação natural dos textos normativos, então nos valemos do que é irrevogável em si, logo, é importante ressaltar que a proteção jurídica da vida engloba a sua forma geral, ou seja, intra ou extra-uterina.
Não por outra lógica, é afirmado que: “o embrião ou feto representa um ser individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde nem com a do pai, nem com a da mãe, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto está englobada pela vida da mãe” (Lluziá, Botella in Bittar, Carlos Alberto. O Direito de Família e a Constituição de 1988. São Paulo: Saraiva, 1989. P. 41).
Não é possível que presenciemos todos os dias a relativização de valores absolutos, que nas instâncias de representatividade popular são colocados sob a capa de interesses políticos, de bandeiras partidárias, e programas e diretrizes estatutárias de correntes esquerdistas que pregam o absurdo igualitarismo. Ainda se crê que a democracia é uma simples regra aritmética, para que a maioria vença a minoria, esquecendo que existem outras manifestações da democracia igualmente legítimas e tão verdadeiras quanto o sistema majoritário.
Não podemos dizer que um Estado Democrático é somente aquele que permite o voto, e quem votou em maior número é o vencedor. O governo do povo, pelo povo e para o povo também é feito de forma que todos os poderes do Estado, concretizados no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, sejam ouvintes e interessados pelos cidadãos.
Chamando, então, a filosofia para fundamentar minhas posições, provo a verdade através do seguinte silogismo:Premissa maior: Os brasileiros e estrangeiros residentes no país têm garantido a inviolabilidade do direito à vida (Constituição Federal, art. 5º caput), porque são seres humanos, estão sob proteção jurídica, têm a vida sob a guarda constitucional;Premissa menor: A Constituição estabelece que a dignidade da pessoa humana é princípio fundamental da República (Constituição Federal, art. 1º, II), o que a torna um Estado Democrático de Direito
Conclusão: Logo, o Estado por ser Democrático, por ter como fundamental princípio a dignidade humana, por tornar inviolável o direito à vida, não pode permitir que o aborto seja decidido - assim estaria rompendo com a própria estrutura do Estado -, e como ele não existe sem carta constitucional - porque é ela que dá autoridade emanada do povo -, então o povo já decidiu, como cláusula imutável, que não se pode tornar lícito o aborto.
Eu não quero decidir, finalmente, porque eu não posso modificar o que já foi deliberado pela Igreja de Cristo, que é Una, Santa e Católica. Como católico, estou submetido totalmente e por livre vontade ao Primado dos Papas e ao Magistério Petrino. Toda a minha vida é vivida de forma que o Supremo Doutor na fé e na moral seja ouvido por todos, e creio por direito que a verdadeira filosofia é a cristã, e que qualquer outro caminho filosófico é apenas uma semente da grande árvore que é o pensamento cristão, e que esta semente só se torna perfeita quando for um ramo enxertado na verdadeira videira, ou então correremos o risco de mais e mais sistemas que pretensamente desejam ser filosóficos, acabem por dar poderes aos homens que eles não têm e jamais terão.
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http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=92
Para citar este artigo:
MACULAN, Carlos Eduardo. Apostolado Veritatis Splendor: Católico Pelo Direito de NÃO Decidir. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4765. Desde 14/2/2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

"A sociedade quis me matar e hoje eu sou doutor"

Não Matar: Vale a pena ler esse texto, em tempo de Campanha da Fraternidade pela "Vida"...
Boa leitura.
Ecclesiae Dei


Um dos momentos que marcaram a tarde desta quinta-feira, 07, no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, foi o testemunho do doutor Mauro Figueiroa. Confira a transcrição, na íntegra:


“Fala-se hoje sobre a defesa da vida. Falo sobre isso há mais de 50 anos. Nasci em maio de 1940 em Machu Pichu. Cheguei ao mundo com 20 centímetros e com 900 gramas. Não conheci as minhas mãos. Não conheci meus pés. Meus pais a princípio ficaram muito emocionados e choraram muito, preocupados com o que seria do meu futuro, um dia. Mas, mesmo assim, eles me deram calor humano paterno e materno.


Tenho sete irmãos, todos perfeitos e normais. Deus iluminou o coração dos meus pais para que me amassem e não me desprezassem. A imprensa peruana falou muito mal do meu nascimento, dando notícias exageradas, como “Nasce criança de três cabeças”.15 dias após meu nascimento, meus pais receberam quase 100 pessoas que foram em minha casa para me visitar.


Pessoas vestidas de cordeiro, mas que na verdade eram lobos. Eram preconceituosos. Aqueles que se julgavam poderosos e importantes na sociedade, que julgavam a pessoa pelo tamanho e pelo físico e não pelo espírito foram pedir a minha mãe que me mostrasse a elas. Minha mãe questionava o porquê de tanta gente. E os preconceituosos diziam que, simplesmente, queriam me conhecer, dizendo: “Trouxemos presentes para esta criança”.


Ela com muito cuidado me levantou do berço e me conduziu para a sala onde estavam as pessoas. Enquanto olhavam para mim, uma mulher que estava ao meu lado cuspiu no meu rosto. Nessa hora minha mãe me levou de volta para o quarto e voltou para a sala de visita para pedir uma explicação. Dirigiu-se à pessoa que fez isto e, chorando, perguntou: “Por que a senhora fez isto com a criança? Por que você cuspiu no rosto do meu filho?”.


Já estavam todos combinados e uma só voz falava: “Nós viemos aqui, em nome da sociedade peruana para pedir que você mate seu filho. Ele é um deficiente inútil para a sociedade. Quem vai tomar conta desta criança?”. Mamãe chorava. Mãe é mãe quando é verdadeira mãe. Mamãe nunca me desprezou, nunca negou seu amor. E, implorando, falou: “Não me importa a sociedade, Deus deu vida a esta criança e eu vou tomar conta dele, por favor, não me peçam para matar meu filho”. E a multidão então falou: “Deixe-nos entrar no quarto dele, dê licença, saia da porta”. E minha mãe disse: “Não sairei da porta do quarto do meu filho. Se vocês querem matá-lo, terão que passar por cima do meu cadáver”.


Os preconceituosos desistiram e minha mãe fugiu comigo para outra cidade, onde me criei.


Eu digo nesta tarde, não era a sociedade peruana que queria minha morte, mas um grupo de egoístas. Passaram-se 67 anos e quem sou agora? Será que sou um parasita? Será que sou um mendigo, um inútil ou um mercenário? Hoje sou um doutor, advogado criminalista. Sou professor da Universidade de Lima, sou escritor literário e defensor de Direitos Humanos.


Todos temos o direito de viver. Todos temos o direito de nascer. A mãe não deve abortar, não deve ser tão egoísta. A mãe deve amar seu filho como Nossa Senhora amou Jesus. Para encerrar, pergunto à humanidade: “Se a mãe de Bento XVI tivesse cometido a prática do aborto existiria Bento XVI para o mundo? E quantos “Bentos XVI” as mães matam, jogam pela janela, no lixo e no rio? Quantos seres importantes deixaram de vir ao mundo?”


Danusa Rego Canção Nova Notícias, Aparecida (SP) Robson Siqueira

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=251551
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