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quinta-feira, 26 de março de 2009

Penitência e mortificação



O cardeal Eugenio de Araujo Sales recorda aos fieis a importância da «penitência, a necessidade da mortificação, o dever da ascese».





O arcebispo emérito do Rio de Janeiro (Brasil) –em artigo difundido pelo portal de sua arquidiocese– afirma que o tema da penitência é «frequentemente ausente nas homilias da missa e em outras oportunidades».





«Alguns católicos, dada a atmosfera reinante, poderão até se admirar que eu aborde o assunto, porquanto sua estrutura espiritual se encontra profundamente deformada.»





«Esses e outros, que fazem ouvidos moucos às candentes invectivas bíblicas na matéria, detestam ouvir tratar da importância da abstinência, do jejum, de sua exigência em tempo quaresmal e em cada sexta-feira do ano. Em todas as sextas-feiras do ano? Perguntarão, surpresos. Sim, respondo eu. Ou melhor, está bem elencado no cânon 1251, do Código de Direito Canônico», explica.





Segundo o cardeal, «as razões de tamanha modificação na vida cristã moderna são várias, como a secularização, o subjetivismo, a contestação. Abordemos duas outras».«A primeira é o ambiente hedonista que respiramos, que se transformou em critério de comportamento ou sinal de veracidade. Tudo o que restringe o gozo dos sentidos é desprezado.»





«A segunda razão desse abastardamento», segundo Dom Eugenio, «é a falsa interpretação das normas conciliares. O Vaticano II aperfeiçoou o conceito de penitência, dando ênfase à identificação com o Cristo».





«As privações, os sofrimentos e outros atos, sem serem desvalorizados, assumiram mais o papel de meio para alcançar a necessária semelhança com o Senhor. Tal diretriz faz desaparecer aquela casuística que insistia mais no acidental que no essencial.»





«Igualmente –prossegue o arcebispo–, foi dada mais liberdade na escolha do modo, mas não no cumprimento do dever, em si mesmo. Infelizmente, muitos entenderam “alterar” como suprimir a ascese que entrou em recesso para muitas pessoas que se declaram fiéis à Igreja.»O arcebispo recorda que, em 1986, «o presidente da CNBB promulgou a Legislação Complementar ao Código de Direito Canônico, no que se refere aos cânones 1251 e 1253».





«Ei-la: 1º: “Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis, nesse dia, se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade”.»





«2º: “A Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação, nestes dias, na Sagrada Liturgia”.»






«O texto, por sua clareza, dispensaria maiores comentários elucidativos. Entretanto, desejo sublinhar que as sextas-feiras de todo ano, ordinariamente, são dias de penitência. Os fiéis têm bastante liberdade de escolher o modo, a maneira e não o exercício da ascese», afirma(...)«No momento em que o mundo põe o prazer sem referência à lei moral num pedestal de falsa divindade, o cristão, embora minoria, deve cumprir, com maior afinco sua missão de fermento do Bem e luz nas trevas, em um mundo enlouquecido», afirma.




Fonte: Zenit.com