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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nossa Senhora do Silêncio






Recebi por e-mail do amigoPaulo - Confessio XXI, e não conhecia. Gostei muito e decidi partilhar com os leitores.



Boa leitura e que Nossa Senhora do Silêncio nos proteja nesse momento de crise mundial.






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Nossa Senhora do Silêncio (Knock - Irlanda)
(1879)







Contexto social
Antes de 1879, os irlandeses passaram por situações lamentáveis, políticas, econômicas, religiosas e outras. Entre essas situações difíceis, a pior foi a terrível crise alimentar devido à escassez de batata, de 1840 a 1851. Essa fome poderia ter sido aliviada pelos ingleses, que possuíam alimentos em abundância, mas eles se recusaram a ajudar e o resultado foi uma indizível miséria. A fome levou à morte mais de um milhão de pessoas e fez um número maior ainda emigrar. O resultado foi o ódio profundo pelos ingleses e a falta de confiança neles que perduram até hoje.






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Uma cruel discriminação passou a reinar entre as classes alta e baixa, proprietários e trabalhadores, entre católicos, protestantes e anglicanos, entre os irlandeses e os ingleses. Existiam abismos profundos entre os ricos e os pobres, estes últimos eram muito numerosos, nos centros industriais e também nas fazendas. Esses problemas tinham profundas raízes tradicionais e aparentemente firmes. Os principais problemas eram a autonomia nos negócios internos, representação no Parlamento inglês e uma distribuição mais justa de terras à população humilde, terras que estavam nas mãos dos ricos e da Igreja Anglicana inglesa.






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A separação entre o Estado e a Igreja Anglicana efetuada pelo primeiro-ministro britânico William Gladstone provocou grande comoção na Inglaterra e na Irlanda. Mas pôs novas terras à disposição e, em 1870, foi aprovada a primeira Lei de Terras para favorecer os arrendatários.






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A lei tornou mais difícil para os proprietários expulsar os arrendatários ou tratá-los como escravos e compensou os arrendatários por suas melhorias. A lei também ajudou alguns deles a se tornarem proprietários de terras. Entretanto, não foi dada nenhuma proteção contra aumentos injustos de aluguel nem ajuda aos arrendatários em atraso. O sofrimento era cruel entre os pobres, em especial entre os pobres católicos.






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A aparição descrita a seguir tem uma importância especial por se tratar da primeira do período moderno a ter testemunhas em grupo. Até então, os videntes das quatro aparições francesas, juntos, somam no máximo oito pessoas (Paris (1); La Sallete (2); Lourdes (1); e Pontmain (4)).



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“Knock” deriva do gaélico Cnoc (colina). Knock, Irlanda, fica no alto de uma pequena colina com vista para extensas terras pantanosas, nas quais, a alguma distância, fica a cidade de Tuam. Em dia claro, é possível ver o lago Corrib a oeste e, mais adiante, as montanhas Twelve Pins, por cima das quais tempestades vindas do oceano Atlântico precipitam-se de um lado a outro do condado de Connemara. Na época da santa aparição, Knock era descrita como pequeno povoado,
remoto, desinteressante e indistinto, ou, mais francamente, muito pobre, feio e enfadonho.






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A capela de Knock foi construída em 1829, quando católicos irlandeses conseguiram certo grau de liberdade para praticar a religião. Daí em diante, a capela funcionou como centro das paróquias unidas de Knock e Aghamore dentro da diocese de Tuam.






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Mas a grande crise alimentar causada pela escassez de batatas havia arruinado a área e, aos poucos, Knock foi se transformando em um lugar de campos esquecidos e casas de fazenda abandonadas. O povoado em si consistia em apenas uma dúzia de casas modestas. Em 1879, nada menos que 18 famílias haviam sido expulsas recentemente em Knock e nas adjacências e parece que não havia razão para o povoado continuar a existir na miséria e na desolação.






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Em 21 de agosto de 1879, quase todos os poucos habitantes de Knock passaram o dia preparando o feno, trazendo para casa a turfa dos pântanos para queimar e com a qual cozinhar, ou empilhando madeira, aprontando-se para a chegada do frio do inverno. Durante a tarde, grossas nuvens chegaram do Atlântico e envolveram tudo em cerração e pesada garoa. Às sete da noite, caiu um aguaceiro forte e contínuo.






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Depois de visitar paroquianos durante o dia, o arcediago Cavanaugh chegou encharcado à casa paroquial do povoado. A jovem governanta, Mary McLoughlin, acendera um fogo de turfa, onde ele secou e se preparou para passar a noite em casa. Às oito e meia da noite, a governanta saiu da casa paroquial para visitar a amiga Magaret Beirne. Ao passar em baixo de chuva em frente à igreja, ela viu algumas “belas figuras estranhas e um altar”, do lado de fora da parte de trás da
igreja. Embora visse “uma luz branca” ao redor das figuras, supôs que o arcediago tivesse encomendado “as estátuas” em Dublin e as tivesse deixado na chuva. Não pensando mais no caso, continuou em direção à casa de Margaret Beirne.






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Entretanto, Mary McLoughlin não foi a primeira a ver as “belas figuras”. Uma mulher, chamada senhora Carty, as tinha visto e, pensando em como seriam pagas, disse a si mesma: “Outra coleta, que Deus nos ajude”. A filha de Margaret, Mary, também vira as figuras ou “alguma coisa luminosa”quando, às sete e meia, foi trancar a igreja, mas não mencionara nada em casa.






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Mary McLoughlin, Margaret e Mary Beirne tagarelaram até que a primeira resolveu voltar para a casa paroquial e Mary Beirne decidiu acompanhá-la parte do caminho. Quando tornaram a passar pela igreja, parece que a “coisa luminosa” estava mais luminosa ainda. As duas jovens viram que as figuras pareciam estar sobre a grama, mas sem tocá-la com os pés. Também notaram que o aguaceiro não molhara a cumeeira Sul da igreja e a grama e o chão debaixo das figuras estavam secos. A figura central foi identificada como Nossa Senhora. As outras duas, como São José e João Evangelista. As duas garotas ficaram atônitas e Mary Beirne correu alvoroçada para casa, contar à mãe, que também se chamava Mary Beirne; à irmã, Catherine Beirne; a uma sobrinha, Catherine Murray, de oito anos; e ao irmão, Dominick. Emocionada, Mary Beirne disse a todos para correrem à igreja porque a “Virgem Santíssima está lá.”






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Dominick disse-lhe para não fazer papel de boba. Mas Mary não lhe deu atenção e saiu correndo de novo para alertar os vizinhos. Dominick sugeriu que a mãe fosse buscá-la antes “que ela dê um espetáculo diante de todos os vizinhos”.






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Mary Beirne (no lugar, chamada “viúva Beirne” para diferenciá-la das muitas mulheres da cidade com o mesmo sobrenome) chegou à igreja encharcada pelo aguaceiro e também viu as figuras e a luz de brilho intenso. À viúva Beirne, Mary Beirne e Mary McLoughlin juntaram-se logo em seguida a Dominick e Catherine Murray e alguns vizinhos. Todos eles imediatamente também testemunharam a aparição. A menina Catherine Murray foi rapidamente buscar sua tia Margaret, que veio com vizinhos, inclusive outros Beirnes. Todos os presentes nessa ocasião testemunharam a aparição.






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Alguns depoimentos dos presentes:




Viúva Beirne – “Saí depressa e fui ao lugar indicado. Quando cheguei lá vi claramente as três figuras. Aproximei-me sem demora para beijar, como eu pensava, os pés da Virgem Santíssima; mas nada senti em meu abraço além da parede (atrás) e fiquei espantada por não sentir com as mãos as figuras que vira nitidamente.”







Bridget Trench (75 anos) – “As três figuras pareciam imóveis, como estátuas; estavam de pé perto da parede detrás da igreja (que ficava) ao fundo e pareciam estar a cerca de meio metro acima do solo. A Virgem Santíssima estava no centro; vestia-se de branco e parecia coberta com uma capa branca. Suas mãos erguiamse na mesma posição em que o sacerdote eleva as mãos ao rezar na santa missa.



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Percebi (lembrei-me) nitidamente as partes inferiores de seus pés e (tentei) beijá-los três vezes; ela trazia na cabeça algo semelhante a uma coroa e tinha os olhos voltados para o céu. Chovia torrencialmente naquela hora, mas a chuva não caía onde as figuras estavam. Tive o cuidado de tocar o chão com as mãos e senti-lo perfeitamente seco. O vento soprava do sul contra a parede da capela, mas nenhuma chuva caía na parte da parede ou da capela onde estavam as figuras. Não havia nenhum movimento ou sinal de atividade ao redor das figuras.”



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Mary Beirne – “(A figura) da Virgem Santíssima era de tamanho natural, as outras não pareciam nem tão grandes nem tão altas quanto a figura dela: estavam a pequena distância da parede detrás da igreja e, pelo que pude ver, a uns quarenta centímetros do chão. A Virgem estava ereta, com os olhos voltados para o céu, as mãos na altura dos ombros ou um pouco acima, as palmas inclinadas ligeiramente para os ombros ou o peito; vestia um grande manto branco, que caía em pregas amplas e um tanto soltas ao redor dos ombros e estava preso ao pescoço; trazia uma coroa sobre a cabeça – uma coroa bastantes grande – que parecia um tanto mais amarelada que o vestido ou os mantos usados por Nossa Senhora.






.A figura de São José tinha a cabeça ligeiramente abaixada e inclinada para o lado da Virgem Santíssima, como se lhe fizesse uma reverência; representava o santo um tanto envelhecido com a barba e os cabelos grisalhos. A terceira figura parecia ser a de São João Evangelista; não sei, só achei que era pelo fato de certa vez ter visto a imagem (desse santo) na capela de Lekanvey, perto de Westport, no condado de Mayo, muito parecida com a figura que nesse momento estava à minha frente.



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Acima do altar e apoiado nele, havia um cordeiro, com a cabeça voltada para São João e, assim, para o lado oeste do véu. Não vi nenhuma cruz ou crucifixo. Sobre o corpo do cordeiro e ao redor dele, vi estrelas douradas, ou luzinhas brilhantes, que cintilavam como jatos (contas) ou bolas de vidro que refletissem a luz de algum (outro) corpo luminoso. Fiquei (observando a aparição) das oito e quinze até nove e meia. Na ocasião, estava chovendo.”



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Um menino disse ter visto anjos, que flutuaram no espaço o tempo todo, durante uma hora e meia ou mais. “Vi suas asas esvoaçando, mas não suas cabeças e faces que não estavam voltadas para mim”. Os anjos estavam também de frente para o altar, como todas as testemunhas.



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John Curry, outro menininho, viu dois anjos que voavam para frente e para trás. Algumas testemunhas notaram entalhes de santos e anjos na parte inferior do altar, enquanto outras viram uma cruz atrás do cordeiro. Houve quem visse luzes, ou só as luzes e não as figuras, e uma viu uma auréola de estrelas. Todas as testemunhas oficiais e extra-oficiais, porém, concordaram que havia uma luz brilhante ou luminosa bem na frente da parede detrás da igreja, descrita como “luz que brilhava como prata”. Todos os que viram as figuras declararam ter sido envoltos por essa luz.



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Houve, pelo menos, três repetições subseqüentes da aparição. A primeira ocorreu no ano seguinte, em 2 de janeiro de 1880, e foi vista pelo arcediago Cavanaugh, na presença de outras vinte testemunhas. Novamente, na noite de 5 de janeiro de 1880, a parição foi vista por um grande ajuntamento de pessoas, inclusive dois oficiais da Real Força Policial Irlandesa, destacados para manter a ordem entre os romeiros que chegavam a Knock. Outra vez, na noite de 6 de janeiro, a mesma aparição foi vista por uma multidão maior ainda, inclusive três homens da vizinha cidade de Claremorris, que declararam terem sido os primeiros a avistarem-na.






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A primeira cura milagrosa a ser registrada ocorreu 18 meses após a primeira aparição, quando uma mulher de 28 anos de idade, surda desde os seis, recuperou por completo a audição enquanto visitava a capela. Michael Ansborough e John Mckenna, cegos há uns dez anos, recuperaram totalmente a visão. Mary Prendergast, incapaz de andar há muitos anos e carregada até a parede de trás em uma cadeira, saiu andando sem ajuda.






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A veneração oficial por esta aparição evoluiu devagar, em grande parte porque, em princípio, as autoridades eclesiásticas locais tentaram desencoraja-la. Os primeiros relatos da imprensa secular só vieram à tona quatro meses mais tarde, embora a notícia corresse pelo mundo católico quase imediatamente.






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Hoje, a igrejinha de KnocK continua a ser importante santuário de peregrinação. Há alguns anos, um novo aeroporto foi construído fora de Knock, para atender ao tráfego. A parede detrás da igreja está envolta em vidro. Quando o papa João Paulo II viajou para a Irlanda, o pontífice desviou-se bastante do roteiro para visitar a capela de Knock. A visita de um papa ao lugar de
uma aparição é automaticamente considerada aprovação total.






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Muitos santuários foram edificados em outros lugares para venerar esta sagrada aparição. O primeiro santuário norte-americano em honra de Nossa Senhora de Knock foi construído na igreja de São Patrício, em Newton, Massachusetts, em 1950. A igreja de Newton recebeu de presente o original da famosa ilustração da aparição de Nossa Senhora de Knock da autoria de Currier e Ives.






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Quase imediatamente depois da aparição em 1879, manifestou-se outra perigosa crise alimentar que continuou a ameaçar durante alguns anos. Mas, a essa altura, milhares de romeiros de outros países haviam visitado Knock, ficando chocados com a deplorável qualidade de vida dos irlandeses pobres. Porém a aparição de Knock, às vezes chamada de Nossa Senhora do Silêncio, colocou a Irlanda no mapa da consciência humana como nenhuma outra coisa poderia fazer, e, desta vez, todo o mundo ocidental enviou comida e suprimentos e a fome foi afastada.






Nossa Senhora do Silêncio - Rogai por Nós!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

“Cadeia para as mulheres que fazem aborto?”

Voltemos ao tema do aborto, com um texto do Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz - Presidente do Pró-Vida de Anápolis. Vale a pena ler todo.
Abraços fraternos
João Batista
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“Cadeia para as mulheres que fazem aborto?”
(a armadilha dos abortistas)

Durante a campanha eleitoral de 2008, uma candidata a vereadora ofereceu um folheto a uma senhora que passava por uma praça do Rio de Janeiro. A transeunte era Mônica Torres Lopes Sanches, intrépida defensora da vida, mãe de Giovanna, uma menina anencéfala nascida em 25/03/2005. Ao perceber pelo folheto que a candidata defendia o aborto, Mônica deu meia volta e foi manifestar sua discordância.
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A candidata replicou: “O que pretendemos é apenas descriminar o aborto. Queremos que as pessoas que praticam aborto não sejam mais penalizadas”. Quando o assunto da conversa se tornou a morte de (supostamente) muitas gestantes por causa do aborto clandestino, praticado em condições “inseguras”, Mônica relatou o caso de uma mulher que, apesar de ter praticado aborto com um “excelente” médico, sofreu terrivelmente com a curetagem e passou muitos anos sem conseguir dar à luz.
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A candidata então preparou uma armadilha em forma de pergunta: “Você acha que essa mulher tinha que ser presa?”. Mônica respondeu prontamente: “É claro! Ela matou o filho dela!”.
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Decepcionada porque Mônica não mordera a isca, a candidata recebeu de volta o folheto juntamente com a garantia de que não ganharia o voto daquela eleitora.
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O medo de falar em “pena” para o aborto

A estratégia abortista de concentrar a atenção na pena para as mulheres que abortam têm-se mostrado eficiente, sobretudo diante de pessoas pró-vida incautas. Evita-se falar (pelo menos em um primeiro momento) em um direito ao aborto. Fala-se, em vez disso, em evitar o sofrimento imposto pela lei àquelas que praticam esse crime. Apela-se para o sentimento de misericórdia e pede-se que a pena seja excluída da legislação. Em vez de “legalizar” o aborto, fala-se em “descriminar” ou “despenalizar” o aborto.
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Essa estratégia funcionou em Portugal. No referendo de 11 de fevereiro de 2007 (dia de Nossa Senhora de Lourdes!), os portugueses foram chamados a decidir sobre o aborto. Na pergunta, em vez de “legalização”, falou-se em “despenalização”. Dos portugueses que votaram (menos da metade do eleitorado), a maioria (59,5%) respondeu “sim” ao aborto.
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Na Itália, o aborto foi legalizado graças ao Partido Radical (semelhante ao PT no Brasil) em 1978. A horrenda lei 194, promulgada em 22 de maio daquele ano, permite que o aborto seja praticado pelas mais estranhas razões e pretextos, sempre com o financiamento do Estado. O “Movimento per la vita” italiano mordeu a isca dos abortistas. Tem evitado sistematicamente falar em uma “pena” para o aborto. Pretende, “de um lado, um reconhecimento claro e firme do direito à vida; de outro lado, a renúncia, em linha de princípio, ao direito penal para a sua defesa”. Não ousa propor uma revogação da lei. Propõe uma “reforma” que dê à lei instrumentos aptos a garantir o direito à vida do concebido, mas “sem a ameaça penal”.
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Ora, pretender combater o aborto sem considerá-lo crime e sem punir quem o pratica é algo quase inócuo. Essa atitude não leva em conta a doutrina da Igreja Católica sobre a função da pena.
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Para que serve a pena?

“É direito e dever da autoridade pública legítima infligir penas proporcionadas à gravidade do delito. A pena tem como primeiro objetivo reparar a desordem introduzida pela culpa. Quando esta pena é voluntariamente aceita pelo culpado, adquire valor de expiação. A pena tem ainda como objetivo, para além da defesa da ordem pública e da proteção da segurança das pessoas, uma finalidade medicinal, posto que deve, na medida do possível, contribuir para a emenda do culpado” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2266. Destaque nosso).
Do texto citado acima, verificamos que:
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a) a aplicação de penas aos delitos não é somente um direito, mas um dever do Estado;

b) a pena deve ser proporcional à gravidade do delito (o aborto foi qualificado pelo Concílio Vaticano II como crime “nefando” e pelo Papa João Paulo II como crime “abominável”);

c) o objetivo principal da pena não é prevenir que se cometam novos crimes, mas reparar a desordem introduzida pela culpa.
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Essa função retributiva da pena – que é a principal, embora não seja a única – tem sido transcurada por muitos penalistas modernos. Quanto ao aborto, o Catecismo fala explicitamente do dever do Estado de prever sanções penais:

“Como conseqüência do respeito e da proteção que devem ser garantidos ao nascituro, desde o momento da sua concepção, a lei deve prever sanções penais apropriadas para toda a violação deliberada dos seus direitos” (Catecismo, n. 2273).
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A gravidade objetiva do crime do aborto

Objetivamente falando, o aborto é o mais covarde de todos os assassinatos. Em relação ao homicídio simples, punido com 6 a 20 anos de reclusão (art. 121, CP), ele tem vários agravantes. Os meios empregados são insidiosos ou cruéis, incluindo envenenamento, tortura ou asfixia (art. 121, §2º, III, CP). O ofendido sempre é absolutamente indefeso (art. 121, §2º, IV, CP). É praticado contra um descendente (art. 61, II, e, CP), contra uma criança (art. 61, II, h, CP), e muitas vezes por um médico que tem por ofício o dever de defender a vida (art. 61, II, g, CP).
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No entanto, a pena é extremamente pequena: 1 a 3 anos de detenção para a gestante (art. 124, CP) e 1 a 4 anos de reclusão para o terceiro que provoca aborto nela com o seu consentimento (art. 126, CP). Com uma pena mínima de apenas um ano, quem pratica o crime pode beneficiar-se da suspensão condicional do processo prevista no artigo 89 da Lei dos Juizados Especiais (Lei 9099/1995). Foi o que aconteceu com várias mulheres acusadas de praticarem aborto em Campo Grande (MS), na clínica da Dra. Neide Mota Machado. Aceitando proposta do Ministério Público, o processo ficou suspenso por dois anos, com as seguintes condições: “a) comparecimento pessoal em juízo a cada trinta dias para comprovar endereço ou trabalho; b) comparecimento numa creche durante o primeiro ano para prestar serviços à comunidade, por quatro horas, um dia na semana, cujos trabalhos serão definidos de acordo com sua aptidão; c) não se ausentar da comarca por mais de quinze dias, sem comunicação ao juízo”. Mesmo assim as feministas não se deram por satisfeitas. Invocando a Convenção Internacional contra a Tortura, elas chegaram ao cúmulo de dizer que “a prestação de serviços comunitários em creches pode ser equipara à condição de tortura psicológica (!)”.
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O deputado Pompeu de Mattos (PDT/RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que havia pedido ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que as mulheres não fossem indiciadas, resolveu agora apresentar um proposta legislativa para reduzir ainda mais a pena do aborto. É o Projeto de Lei 3673/2008, que pretende reduzir para dois anos de detenção (em vez de três) a pena máxima para a gestante que pratica um aborto. Se convertido em lei, o aborto passará a ser um crime “de menor potencial ofensivo” (!), dispensando até mesmo a realização de um inquérito policial. A proposta de Pompeu serve de preparativo para a descriminalização do aborto.

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O aborto do ponto de vista subjetivo

A Igreja pune o crime do aborto com a pena canônica da excomunhão automática (cânon 1398), que atinge os que intervêm materialmente (médicos, enfermeiras, parteiras...) ou moralmente (como o marido ou o pai que ameaçam a gestante, constrangendo-a a abortar). “A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade” (Catecismo, n. 2272). No entanto, segundo o canonista Pe. Jesus Hortal, “a mulher, não raramente, não incorrerá na excomunhão por encontrar-se dentro das circunstâncias atenuantes do cân. 1324 § 1º, 3º e 5º”. Tais circunstâncias são: a posse imperfeita do uso da razão, o forte ímpeto da paixão ou a coação por medo grave. A culpa maior cabe ao aborteiro, que lucra com a morte da criança e o desespero da mãe que o procura.
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Uma coisa, porém, é reconhecer a existência de circunstâncias subjetivas que diminuam a culpa e, portanto, a pena a ser aplicada. Outra coisa é excluir da lei qualquer pena para o crime, como pretendem os abortistas. Isso é muito bem explicado em um documento do Pontifício Conselho para a Família, de 13 de maio de 2006:
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“Hoje se pretende de qualquer modo banalizar o aborto com o pretexto de que a autoridade não deve penalizar este delito abominável. Estar nessa linha significa reduzir ou negar que o delito, pelo próprio fato de ser delito, requer uma pena. Não é concebível que um delito possa restar impune. Um outro aspecto se refere à seguinte questão: o juiz, quando examina os casos, tem a possibilidade, isto sim, de ver quais são os aspectos agravantes ou atenuantes e dispor conseqüentemente. Banalizar assim o aborto transformaria o delito em direito”.

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Como não cair na armadilha abortista

Diante de um interlocutor de age com má-fé, convém fazer como fez Jesus muitas vezes com os fariseus: devolver-lhe a pergunta. Essa atitude deixa patente a insensatez da posição abortista e transforma o acusador em acusado.

ARMADILHA ABORTISTA
RESPOSTA PRÓ-VIDA

Você acha que as mulheres que fazem aborto devem ser punidas?
ERRADA: Não, eu não quero que elas sejam punidas. Quero apenas que os abortos não sejam praticados.
CERTA: Pelo que entendi, você quer saber se eu defendo a impunidade de quem mata o próprio filho. É essa a sua pergunta?
Roma, 17 de janeiro de 2009.Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.Presidente do Pró-Vida de Anápolis
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A pergunta foi a seguinte: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”.
CASINI, Carlo. Prospettive di riforma dell’attuale legislazione sull’aborto: il dibattito italiano ed europeo. 2º suppl. al mensile “La Speranza” n. 1 gennaio 1995, Firenze, p. 13.
Cf. CASINI, Carlo. Chiudiamo l’era della 194. Si alla vita, n. 1, gennaio 2008, Roma, p. 13.
Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 51.
Discurso no II Encontro Mundial do Papa com as Famílias, Rio de Janeiro, 04 out.1997.
FERREIRA, Marta. Em MS 25 mulheres já foram denunciadas por aborto. Campo Grande News. 14 maio 2008, 18h42min. Disponível em: .
VINCENSI, Cheline. CDDH oferece assistência jurídica para mulheres indiciadas na clínica de aborto. Correio do Estado. 20 maio 2008, 17h50min. Disponível em: .
CÓDIGO de Direito Canônico: promulgado por João Paulo II, Papa. São Paulo, Loyola, 1983. p. 609.
Família e Procriação Humana, n. 23. Destaques do original
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-- Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

IDENTIDADE CATÓLICA E CAMPANHAS PERIGOSAS

Segue um texto interessante para pensarmos no assunto. Os grifos são meus.
Abraços e boa leitura.
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IDENTIDADE CATÓLICA E CAMPANHAS PERIGOSAS

Por Dom Eugênio Sales

Ao tratar do relacionamento dos seus discípulos com o mundo, Jesus assim se expressa: ''Não sois do mundo e minha escolha vos separou do mundo. O mundo, por isso, vos odeia'' (Jo 15,19).
E adiante: ''No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo'' (Idem, 16,33).
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Essas e tantas outras passagens bíblicas indicam claramente haver uma linha divisória entre os que seguem os ditames de Cristo e os que obedecem aos preceitos de um mundo paganizado. Entretanto, os integrantes da sociedade civil, tão diversificada, precisam saber conviver entre si e os fiéis a Jesus devem preservar sua identidade, mesmo às custas de grandes sacrifícios.
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No século III a posição dos cristãos é admiravelmente exposta na Epístola a Diogneto (no. 5,5): ''Os cristãos não se diferenciam dos outros homens, nem pela pátria, nem pela língua, nem por um gênero de vida específico (...) casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito (...). Numa palavra, os cristãos são, no mundo, o que a alma é no corpo (...). O mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos, precisamente porque se opõem a seus prazeres.'' E ainda é dele esta passagem: ''Não matarás o embrião, por aborto''.
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Essas citações bíblicas e patrísticas devem merecer, de nossa parte, uma particular reflexão. Cresce a propaganda de um modo de viver frontalmente contrário aos ensinamentos de Cristo. Surgem ardorosos defensores de falsos valores ou inversão dos mesmos. São numerosas as vozes que advogam posições claramente anticristãs. Em conseqüência, faz-se mister alertar, para não incorrer na admoestação de Isaías (56,10): ''Todas as sentinelas são cegas, nada percebem; todas elas são como cães mudos''.
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A preservação da identidade católica é uma exigência fundamental, principalmente em nossa época e requer firme decisão e renúncia. Uma tentação especialmente perigosa é fazer concessões ilegítimas para tentar conservar a harmonia e a paz. Esta, na verdade, é falsa e danosa quando é obtida por condescendência em matéria que pertence ao corpo doutrinário. Caso contrário, desfiguramos a sagrada face do Salvador, pois não se trata de assunto secundário e de livre opção.
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Recentemente, repetidas vezes, tem sido apresentada a questão da gravidez de adolescentes, a multiplicação das ''mães-crianças'', e os graves problemas daí decorrentes. Evidentemente, o bom senso indica que há necessidade de formação moral desde a infância, do fortalecimento do caráter, da educação que impede o domínio do instinto na conduta pessoal. No entanto, o que é apresentado como solução, é exatamente o oposto.
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Anunciam meios que despertam e excitam a sexualidade, favorecem a satisfação do erotismo emergente, excluindo as conseqüências indesejáveis, principalmente nessa idade. É a destruição de um comportamento que deve ser o alicerce da futura maternidade.
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Campanhas são promovidas, inclusive por organismos oficiais, com o ensino minucioso de como se pode usufruir do prazer, de maneira irresponsável, sem dissabores. Essas campanhas bem orquestradas - e para elas não faltam recursos financeiros - talvez possam reduzir o número de nascimentos, mas será às custas da deformação da vida juvenil, da afronta à Lei de Deus, com conseqüências negativas para a própria sociedade.
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Esse raciocínio se aplica à preservação da saúde. Uma nobre causa é utilizada na difusão de métodos rotulados de ''sexo seguro'', quando, na verdade, não o é. O individuo não está totalmente ao abrigo da enfermidade e, o que é grave, tal procedimento promove o desregramento sexual, com toda as suas seqüelas na propagação das doenças que se pretende evitar.
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O recente ''Lexicon sobre Termos Ambíguos e sobre a Família, a Vida e Questões Éticas'', publicado pelo Pontifício Conselho para a Família, inclui um alentado estudo sobre ''sexo seguro''. Ora, ele não é integralmente confiável, pois depende de vários fatores, como a resistência e a impermeabilidade do material utilizado, o que põe em dúvida a segurança prometida. O estudo in vitro da resistência e permeabilidade; a degradação do látex: a possibilidade de ruptura e esgarçamento ''in vivo'' comprometem seu desempenho como contraceptivo e profilático. E conclui que se servir de tal proteção é usar uma ''roleta russa'', pois há sempre a possibilidade de contágio. Confiados na certeza anunciada e na facilidade oferecida, adolescentes e jovens multiplicam as relações sexuais com suas conseqüências.

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Um outro exemplo, entre tantos, que merece uma reflexão à luz da coerência com a nossa crença católica, sem duvida, é a exaltação do homossexualismo. Evidentemente, nós, cristãos, devemos acolher quem nasce com um distúrbio ou outra qualquer deficiência, especialmente se acarreta dificuldades no convívio social. Nascer com tendência homossexual ou ter sofrido um desvio homossexual não significa algo ofensivo a Deus e aos homens. A lei natural e divina proíbe pessoas do mesmo sexo terem relações sexuais. O pecado está em não resistir a essa tendência, pois não falta a graça de Deus para praticar a ordem moral que Ele estabeleceu. Por outro lado, ser homossexual não é motivo de orgulho.

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Esses são apenas alguns exemplos. Muitos outros induzem o discípulo de Cristo a que se cale ou ceda às pressões e abandone a trilha que a fé nos ensina.

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O cristão vive num mundo hostil, contrário ao Evangelho de Jesus Cristo, mas não está sozinho. Em conseqüência, mesmo incompreendido ou hostilizado, guarda a tranqüilidade, que nasce da segurança, fruto da infinita bondade de Deus. Compreendido ou não, caminha segundo os passos do Redentor. Está certo da vitória, tranqüilo pela garantia que lhe foi assegurada: ''Tende coragem: eu venci o mundo''. E assim preserva sua identidade católica.

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Para citar este artigo:
SALES, Dom Eugênio. Apostolado Veritatis Splendor: IDENTIDADE CATÓLICA E CAMPANHAS PERIGOSAS . Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5545. Desde 01/12/2008.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PAULO APÓSTOLO: POR QUE NÃO FUNDASTES UMA IGREJA DIFERENTE DA DE PEDRO?

Aos poucos vamos voltando ao normal. As férias estão quase acabando, mas já estou em casa, e o problema do computador está aparentemente resolvido.

Voltemos às catequeses sobre nossa Igreja, e nossa fé.
Desejo a todos uma excelente semana, na graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Como ontem celebramos a Conversão de São Paulo e seu encontro com Jesus, segue um texto interessante que fala sobre ele.

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PAULO APÓSTOLO: POR QUE NÃO FUNDASTES UMA IGREJA DIFERENTE DA DE PEDRO?

Por Padre Alir
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao


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Pedro era um simples pescador. Tu eras um intelectual.
Pedro quase nem sabia ler e escrever. Tu eras formado e educado aos pés de Gamaliel (At 22,3) e conhecedor até de línguas que Pedro não conhecia.
Tu escrevias coisas difíceis a Pedro de entender (2Pd 3,16).
Tu tinhas dons tão extraordinários do Espírito Santo.
Tu tivestes até que corrigir Pedro, por causa de seu duplo procedimento (Gl 2, 11.14).
Tu evangelizastes mais que os doze apóstolos juntos. Formastes muito mais colaboradores do que Pedro.
Em tudo, parecias muito mais sábio, dinâmico e eficaz do que Pedro.
Então, Paulo, por que não formastes tua própria Igreja, já que Jesus Cristo te iluminou e pessoalmente te revelou seu Evangelho?
Tu fostes arrebatado até o terceiro céu (2Cor 2, 12). O que te faltava? Por que caminhar a passos tão lentos?
Por que não fundastes a tua Igreja?
Poderias ter escolhido um nome assim: "Igreja de Jesus Cristo Glorioso", ou "Igreja Paulina por ordem de Jesus Crucificado". O nome poderia variar.

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Porém, o que desejo saber é por que não fundastes uma nova igreja? Por que não fundastes a tua igreja? Que tens a dizer?

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"Catorze anos mais tarde, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E subi em conseqüência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão". (Gl 2, 1-2)

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Então, quer dizer que fostes submeter teu evangelho a Pedro e aos demais apóstolos "de maior consideração" para te certificares de não ter corrido e ou continuar correr em vão? Então, quer dizer que alguém pode pregar o evangelho com tanto empenho e estar correndo em vão?
E o que tens a dizer para aqueles que pregam um evangelho diferente e fazem o maior esforço para tirar os fiéis da Igreja de Pedro (Igreja Católica)?
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Hoje, há muitos que pregam a desobediência à Igreja que tem Pedro como guia. Estimulam-nos para que abandonem esta Igreja. Que tens a dizer, Paulo?
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"Vocês corriam bem. Quem lhes pôs obstáculos, impedindo-os de obedecer à verdade? Esta sugestão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa. De minha parte, confio no Senhor que vocês não assumirão outra orientação de pensamento. Mas quem lança confusão no meio de vocês, quem quer que seja ele, sofrerá condenação… Que vão castrar-se esses tais que os perturbam" (Gálatas 5, 7-10.12).(Bíblia Ed. Loyola).
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Quer dizer que todo o que der uma orientação contrária ao que ensina a Igreja e o Evangelho de Jesus Cristo sofrerá condenação? Isso é muito sério! Se quem ensina será tratado assim, imaginemos quem segue esses ensinamentos o que poderá sofrer também!
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Obrigado, Paulo, Apóstolo. Por nada você abandonou a Igreja que Jesus havia fundado sobre Pedro e muito menos quis fundar uma outra. Temos, assim, mais uma confirmação de que ela pode ser abalada pelas forças do inferno, porém, jamais será vencida (Mt 16, 18), conforme Jesus, seu fundador afirmou.

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Para citar este artigo:
ALIR, Padre. Apostolado Veritatis Splendor: PAULO APÓSTOLO: POR QUE NÃO FUNDASTES UMA IGREJA DIFERENTE DA DE PEDRO?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5516. Desde 19/12/2008.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Só a Verdade Nos Liberta

Sobre o assunto do Fantástico no domingo passado (uma pesquisa que o programa de Domingo fez aqui no Brasil sobre se os pais devem deixar seus filhos maiores de idade terem relação sexual dentro de casa com namorado(a)). Segue um texto do Mons. Jonas Abib.

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Só a verdade nos liberta


É um erro total quando os pais consentem com o comportamento errado dos seus filhos. Quantos jovens por recuperar, quantos estão por aí perdidos! O pecado é como uma picada de cobra, cujo veneno leva à morte.
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Aquele que entra pelo caminho do pecado acaba se tornando escravo dele. Quantos jovens dizem que são livres, mas, na verdade, estão se tornando escravos do pecado, do vício, do álcool, escravos da própria sexualidade, das drogas, da pornografia. E quantas meninas também há por aí que não vivem sem essas coisas.
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A coisa mais linda que Deus criou foi a sexualidade, um meio maravilhoso que foi dado por Ele para o casal se unir e se amar, mas o inimigo do Senhor a [sexualidade] pegou e a jogou na lama.Você que é jovem tem toda a oportunidade de se livrar desses vícios que o estão destruindo.
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É preciso ser franco, porque o próprio Jesus afirma no Evangelho: "Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8,31-32).
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A Canção Nova é um meio de evangelização, especialmente para os jovens, mas Deus foi estendendo isso aos adultos. Nós somos evangelizadores e vivemos para isso. Não podemos nos enganar com as falsas liberdades. Os pais precisam ter muito juízo e não facilitar as coisas para seus filhos. Quanto pai e quanta mãe permitindo que seus filhos durmam no quarto da namorada (e vice-versa) com toda a liberdade. Perderam totalmente a noção de paternidade, de filiação e de sexo.
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É possível reverter essa situação, mas é preciso que muitos assumam a verdade da Palavra de Deus. "Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,31-32). É isso o que Deus quer para você e para muita gente. Una-se a nós. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Monsenhor Jonas Abib

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Causas e consequências

Causas e conseqüências
O politicamente correto é o dogma do nosso tempo. Pobre de quem questionar seus decretos. Será condenado à fogueira da ridicularização, será tachado de inimigo do progresso, de obscurantista. A legalização do aborto (eufemisticamente tratado como “interrupção da gravidez”, termo mais palatável), a utilização de embriões para pesquisas e a eutanásia são alguns tópicos do seu index dogmático.
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O politicamente correto exerce a pior forma de coerção. Afinal, a pior violência não é aquela declarada, aberta, ostensiva. É aquela que, travestida de virtude, com a aparência do bem, ilude os incautos, engaja os adeptos, oprime os opositores. E nunca, “neste país”, o politicamente correto encontrou terreno tão fértil como agora, para enunciar suas teorias e materializar seu ideário.
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Querem um exemplo concreto? O self-service do látex, a máquina automática que despejará preservativos no colo dos alunos da rede pública a partir do ano letivo de 2009. A garotada, acostumada com máquinas similares, que oferecem refrigerantes e salgadinhos, poderá, com um simples toque de botão, ter acesso ao tal “sexo seguro”. Isso é que é modernidade!
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Uma das principais características do politicamente correto é passar a idéia de que determinada situação está fora de controle. A solução? Combater as causas?
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Não, o negócio é contornar as conseqüências, sabe como é...Dessa forma, desde muito cedo, as crianças convivem diariamente com imagens e estímulos que incentivam a erotização precoce: outdoors, propagandas, filmes, músicas etc,etc,etc. A maioria dos pais, filhos de uma geração repressora, sentem uma espécie de remorso de impor limites, de proteger seus filhos de tanto lixo, enfim, de educar. Afinal, educar dá um trabalho... exige tempo, paciência, dedicação...
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Nesse contexto, o governo, tão intolerante quando alguém discorda de suas posições, quer se intrometer na educação dos nossos filhos. Quer dizer o seguinte: vocês, pais, vocês, mães, perderam a batalha contra Eros. Já que vocês não sabem educar seus filhos, nós, do alto da nossa estatura moral, vamos dar camisinha para eles. Afinal, como já dissemos repetidas vezes, eles podem “transar” à vontade, mas com camisinha.
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Aliás, ou o produto camisinha é ruim ou os sucessivos governos são péssimos em publicidade. Afinal, já se utilizaram diversas formas de propaganda, com temas diferentes incentivando o uso de preservativos e, mesmo assim, a “galera” não adere. Ou será que adere, mas o resultado não é o prometido, não garante “risco zero” de contaminação? Já que hoje tanto se fala no direito à escolha, sugiro, pelo menos, uma campanha opcional, com foco na castidade (verdadeiro tabu nos dias de hoje), paralela à outra, que incentiva o “vale tudo com camisinha”. Por que essa ditadura de costumes?
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Os partidários do PC (calma, quer dizer Politicamente Correto) podem não gostar, mas vou propor algo revolucionário: por que não fazer uma campanha que valorize o amor, que incentive os pais para que eduquem filhos e filhas com base no respeito ao outro e, por que não, que proponha que vale a pena esperar. Que cada ser humano é único e irrepetível, não algo descartável, a exemplo da camisinha.
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Como otimista incorrigível, vejo que essa é uma ótima oportunidade para dar um basta nisso tudo. Ninguém, n-i-n-g-u-é-m, pode substituir os pais na educação dos filhos. Quem sabe esse absurdo faça “cair a ficha” e os pais se mobilizem contra essa idéia surrealista.
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Combater as causas, sem dúvida, não é tão simplista como driblar as conseqüências. Mas, o que queremos? Soluções ou paliativos?
Roberto Zanin é jornalista