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quinta-feira, 31 de julho de 2008

O CULTO À "SANTA MORTE"

Devemos saber...
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O CULTO À SANTA MORTE

Por Jorge Luis Zarazúa Campa
Tradução: Carlos Martins Nabeto

Trata-se de uma das superstições mais difundidas no México. Eis abaixo alguns elementos que podem nos ajudar a entender sua difusão e nos deixar melhor informados para orientar os desprevenidos:
UM CULTO BASTANTE DIFUNDIDO
O culto da "Santa Morte" parece estar na moda. Nas bancas de jornais é fácil encontrar folhetos e revistas que se ocupam em promover a "devoção da Santíssima Morte", como a chamam afetuosamente seus devotos.
Suas imagens e tudo o que é relacionado com esta "devoção" podem ser obtidos com grande facilidade nas barracas esotéricas e mercados populares.
Tal culto se difundiu tanto que muitos católicos [desinformados] a consideram como um santo a mais da Igreja Católica, talvez porque seus promotores se encarreguem de divulgá-la com essas características, precisamente para atrair os católicos incautos.
Não falta algum católico "desviado" que chega a levar a imagem ao templo paroquial para abençoá-la.
UMA ORIGEM INCERTA
A origem do culto à "Santa Morte" é bastante incerta, mesmo para seus próprios promotores. Alguns deles o consideram como um culto pré-hispânico, que sobreviveu apesar da oposição da Igreja Católica.
Segundo os que promovem esta "devoção", tratar-se-ia da sobrevivência do culto a Mictlantecuhtli, que na mitologia asteca é o deus da morte, senhor do Mictlán, o silencioso e obscuro reino dos mortos. Esta divindade pré-hispânica se assemelha ao deus maia Ah Duch, o qual era representado com o corpo em putrefação, com uma cabeça quase em caveira, adornada com sinos e colares de ossos e penas.
Mictlantecuhtli era representado como um esqueleto ou, ao menos, sua cabeça em forma de caveira. Os astecas, com o fim de manter Mictlantecuhtli aplacado, lhe enviavam presentes suntuosos, entre eles pés de homens mortos para que cobrisse seus ossos descarnados.
Outros propagadores deste culto tétrico consideram uma origem africana, introduzido pelos milhares de escravos africanos que foram arrancados de sua terra natal para trabalhar nos territórios conquistados no Novo Mundo, embora esta teoria seja pouco consistente.
Outros ainda asseguram que no século XIX (mas não chegam a precisar a data correta), a "Santa Morte" apareceu em visão a um bruxo xamã do povo de Orizaba, no estado mexicano de Veracruz. Segundo esta versão, a "Santa Morte" ordenou a este xamã difundir o seu culto; em troca, ela se comprometeu a auxiliar grandemente aqueles que acudissem a ela em busca de ajuda. A partir daí, seu culto se difundiu tanto que encontramos comunidades na Internet dedicadas a propagar esta devoção.
IDOLATRIA E CREDULIDADE
Para ajudar os católicos, convém assinalar que esta falsa devoção atenta contra o 1º Mandamento, que nos manda amar a Deus sobre todas as coisas. É, pois, uma forma de idolatria, pois os "devotos da Santa Morte" crêem que as imagens [dela] têm poder, que não depende tanto do tamanho da imagem, mas dos rituais que são feitos para "consagrá-las".
Os que promovem este culto assinalam detalhadamente o ritual necessário para "consagrar" [a imagem] e colocá-la no local mais adequado. Segundo estes, a "Senhora" (como também a chamam), se encarregará de avisar o "crente" se lhe agrada ou não o lugar escolhido. Isto se dará através de um sonho ou de um evento estranho. Se ela quiser ser mudada de lugar, isto deverá ser providenciado repetindo-se todo o ritual necessário.
As oferendas que são apresentadas à imagem seriam as seguintes: maçãs, doces, pão, licor etc. O que nunca deve faltar na oferenda - asseguram seus devotos - é o vaso com água, uma vela acesa e um pão. Além disto, cada devoto pode oferecer-lhe o que achar mais conveniente.
Os dias mais adequados para festejá-la seriam 2 de novembro [dia de finados] e a data de aniversário da chegada [da imagem] à cada casa.
Os devotos da "Santa Morte" a consideram uma auxiliar valiosíssima nos problemas familiares, desemprego, dívidas inimizades, questões de saúde, amor ou qualquer outro problema.Inclusive - asseguram - a "Santíssima" avisa oportunamente seus devotos para que evitem acidentes, roubos ou qualquer outro imprevisto que atente contra a intregridade do crente.
A MORTE NÃO É UMA PESSOA: É APENAS UM PROCESSO BIOLÓGICO
Talvez o que favoreça a extensão deste culto é sua aparência de devoção católica aos santos e às imagens dos santos. Porém, não se confunde: enquanto as imagens dos santos representam pessoas que viveram em grau heróico a fé cristã, a "Santa Morte" não representa ninguém, visto que a morte não é uma pessoa.
Com efeito, a morte não é outra coisa além da cessação ou fim da vida [natural]. É apenas um processo biológico que ocorre quando as funções vitais [do corpo] - a respiração e a circulação (expressa pelos batimentos cardíacos) - páram e ocorre a perda irreversível da atividade cerebral, especialmente quando ocorre a ausência da atividade nos centros cerebrais superiores, principalmente o neocórtex.
Portanto, a "Santa Morte" não pode ajudar ninguém, visto que não existe; não é um ser pessoal.
CONCLUSÃO
Embora "compreensível" a extensão deste culto peculiar (pois responde às necessidade mais angustiantes dos mexicanos, em especial no contexto sócio-econômico atual, caracterizado pelo desemprego, a perda do poder aquisitivo e múltiplos problemas das relações interpessoais), convém assinalar que não se trata de uma devoção autêntica, pois conduz à idolatria, tão condenada pelas Sagradas Escrituras.
No entanto, devemos considerar que a popularidade deste tipo de culto pode ajudar aos agentes de pastoral para que possam orientar adequadamente o povo católico sobre a inutilidade deste tipo de devoção. Ao mesmo tempo, devem informar oportunamente quanto ao culto católico aos santos e às suas imagens, um culto que está completamente de acordo com os dados bíblicos.
O fato inegável do "culto à Santa Morte" é, nesta perspectiva, uma magnífica oportunidade para promover a devoção autêntica aos santos e às suas imagens, para purificar a religiosidade popular, acrescentando-lhe o fundamento bíblico e magisterial da Igreja, tão ricos em ensinamentos.

Para citar este artigo:

CAMPA, Jorge Luis Zarazúa. Apostolado Veritatis Splendor: O CULTO À "SANTA MORTE". Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4895. Desde 7/9/2008.