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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Religiosos

Seguindo com o dia do padre, semana do padre, achei um texto que vale a pena ler, que fala não só do padre, mas de todos os religiosos e religiosas.
Esses dias, uma amiga blogueira e leitora desse blog me pediu pra falar um pouco sobre a falta de padres hoje em dia... ao ler esse texto, que partilho com vocês abaixo, cheguei à seguinte conclusão:
Primeiro, é uma "vocação", que nem todos têm - somente alguns chamados e convidados por Deus. Mas entre esses escolhidos, existem sérias dificuldades: a secularização e relativismo do momento em que vivemos, as facilidades do mundo que atraem muitos jovens para longe de Deus, mas tem mais um ponto, interessante: hoje, poucos jovens seguem esse caminho por não terem a coragem de entregar sua vida por Jesus... porque, convenhamos, não é, nem de longe, uma vida fácil, muito pelo contrário... por isso, nossos sinceros parabéns a todos aqueles que seguem essa bela missão.
Claro que não poderia deixar de mencionar: também não é fácil para o leigo praticante, que busca seguir e servir a Deus com sua família, na obediência à vontade de Deus. Parabéns a todos os que, como eu buscam essa santidade a cada dia no matrimônio, no trabalho e na vida familiar.
Abraços e um ótimo dia!
João Batista
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“O habito não faz o monge”, diz o provérbio, mas sem dúvida chama um pouco, ou muita, atenção. Talvez uma criança curiosa tenha nos incomodado com perguntas inocentes querendo saber: por que aquela pessoa estava vestida daquele jeito?
Claro que podemos sair da pergunta com uma resposta curta e grossa: é uma freira, é um frei. E se a criança insistir, querendo saber mais, saberíamos responder à altura e com gosto? Ou nos esconderíamos atrás do banal “deixa pra lá”, equivalente a não saber ou ao não querer responder?
Tenho certeza: digam o que quiserem, finjam não ver, ignorem a presença deles e delas, mas os religiosos e as religiosas chamam atenção. Não porque queiram isso. Mas, ou por usarem o hábito, ou pelo jeito, obrigam-nos a perguntar porque eles e elas escolheram aquela forma de viver.
Por quê? Insisto sobre os questionamentos pelo fato de a vida religiosa também ter mudado. A freira que anda pelas casas do bairro pobre, é formada em pedagogia e está estudando ciências sociais. O monge, que abre a porta do convento e acolhe os mendigos, é mestre em letras pela PUC de São Paulo. O frei que anda de bicicleta, evitando os buracos e a lama da periferia, é advogado.
A irmãzinha, que cuida da creche, é enfermeira diplomada e continua estudando medicina de noite. O irmão, que está no acampamento dos sem-terra, é doutor em teologia. E assim poderíamos continuar.
Quem tem uma imagem dos irmãos e das irmãs como de “coitadinhos” meio perdidos e fora do tempo, está muito enganado. Não somente porque eles e elas, hoje, estudam mais, mas porque continuam sabendo muito bem o que querem. Eles têm um grande projeto de vida. Querem ser felizes vivendo o Evangelho. Querem contribuir com a sociedade de hoje, seguindo as pegadas de Jesus Cristo.
Se a vida religiosa podia parecer, no passado, um refúgio para ter uma “certa” tranqüilidade, ou uma fuga por medo das coisas perigosas do mundo, hoje é exatamente o contrário. Vida religiosa não é para pessoas fracas. É cada vez mais exigente.
O celibato para o Reino de Deus e a virgindade consagrada, dizem, são coisas para sexualmente frustrados. A pobreza é considerada excesso de loucura e inaptidão administrativa. A obediência, uma inútil inibição dos projetos pessoais, uma afronta à liberdade individual. Essas coisas são bobagens, claro, mas só para os acomodados, os que ficam alucinados e iludidos pelas coisas do mundo, para os que adoram encontrar defeitos nos outros e só sabem criticar.
Por isso, a vida religiosa sempre será questionada e sempre chamará atenção. O caminho é difícil e a porta estreita. É preciso empurrar para entrar, não é para todos.
Se não entendemos tudo isso, ou não sabemos responder bem às perguntas acima, tenhamos ao menos o bom senso de não falar à toa e, quem sabe, aprendamos a agradecer a essas pessoas, que pagam com a própria vida as suas escolhas. Se não fosse assim, a Irmã Dorothi não teria morrido. O Padre Bossi, do PIME, não teria sido seqüestrado, lá nas Filipinas.
Os religiosos e as religiosas podem ter muitos defeitos, como todos, mas não são nem bobos e nem ingênuos. A chamada crise da vida religiosa pode ser pela quantidade, com certeza não é pela qualidade.
Talvez aos jovens, hoje, falte coragem. Estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus. Sentem medo de parecer diferentes ou de incomodar aos outros; de começar a mudar a história, mudando a própria vida.
Por isso Jesus repetiu tantas vezes aos discípulos: não tenham medo… E o repete ainda em nossos dias. Para nós todos.
Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

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Um comentário:

mafaoli disse...

A grande coragem daqueles que escolheram a vida consagrada, é o saber partilhar o amor de Deus por todos aqueles que precisam.
Gostei muito deste post.
Obrigada