O porta-voz da Santa Sé comentou as palavras de Bento XVI sobre a luta contra a AIDS esclarecendo que, para a Igreja, a prioridade é a educação, a pesquisa e a assistência humana e espiritual, e não a opção exclusiva pela difusão de preservativos.
O esclarecimento que o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi S.J., publicou na tarde desta quarta-feira desde Yaoundé, deu-se através de um comunicado em resposta às interpretações da mídia e inclusive de representantes governamentais sobre a resposta que o Papa deu nesta terça-feira aos jornalistas na viagem de Roma a Camarões.
Um editorial de capa, publicado pelo diretor de L'Osservatore Romano, Giovanni Maria Vian, constata que alguns meios de comunicação reduziram a mensagem do Papa sobre a AIDS «a um só aspecto – também, tirado de contexto em chave polêmica –, ou seja, o dos métodos para enfrentar a difusão da AIDS».
Baseados em uma versão parcial que os meios informativos ofereceram nesta terça-feira das palavras do Papa em sua referência à AIDS e ao preservativo, representantes de instituições e governos lançaram duras acusações.
Por exemplo, o diretor executivo do Fundo Mundial de Luta contra a AIDS, Michel Kazatchkine, expressou sua «profunda indignação» e pediu ao Papa que retire suas afirmações, considerando-as «inaceitáveis», pois representam «uma negação da epidemia».
Expoentes dos governos da França e da Bélgica também atacaram com violência o Santo Padre.
O Pe. Lombardi precisou em sua declaração «que o Santo Padre confirmou as posições da Igreja Católica e as linhas essenciais de seu compromisso para combater o terrível flagelo da AIDS».
O porta-voz explicou que as três áreas de ação na luta contra a AIDS foram expostas por Bento XVI.
Em primeiro lugar, «a educação na responsabilidade das pessoas no uso da sexualidade e a reafirmação do papel essencial do matrimônio e da família».
Em segundo lugar, «a pesquisa e a aplicação de tratamentos eficazes para a AIDS e colocá-los à disposição ao maior número de doentes através de muitas iniciativas e instituições de saúde».
Em terceiro lugar, «a assistência humana e espiritual aos enfermos de AIDS, assim como de todos os que sofrem, que desde sempre estão no coração da Igreja».
«Estas são as direções nas quais a Igreja concretiza seu compromisso, considerando que buscar essencialmente em uma mais ampla difusão de preservativos não constitui na realidade o melhor caminho, o de mais amplo horizonte, nem o mais eficaz para enfrentar o flagelo da AIDS e tutelar a vida humana», concluiu o Pe. Lombardi.
Fonte: ZENIT.org
Um comentário:
O Papa está coberto de razão. Basta ver a experiência de Uganda, como relatado em post no meu blog Família de Nazaré, em 10/Jun/2008. Segue um trecho:
"Há 15 anos, cerca de 30% da população tinham o vírus; hoje, são 6,5%. Enquanto outros países perdiam tempo fingindo que nada acontecia, e até negando que HIV cause Aids (como na África do Sul, onde a taxa é de mais de 20%), os ugandenses agiam para conter a doença. Falar sobre o assunto, assumir o problema e discutir candidamente foi o primeiro passo. Mas teve mais."
Não foi com o uso de camisinhas que aquele país conseguiu esses índices fabulosos, mas com campanha pela fidelidade matrimonial, castidade antes do casamento e, só em terceiro lugar, camisinha.
O texto apresenta, inclusive, imagens de outdoors usados pelo governo daquele país.
Aos interessados, sugiro a leitura:
http://familianazare.blogspot.com/search?q=uganda
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