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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O nome de Jesus


Entre os hebreus não se colocava um nome qualquer de forma arbitrária nas pessoas, pois o «nome», como em quase todas as culturas antigas, indica o ser da pessoa, sua verdadeira identidade, o que se espera dela.


Por isso o evangelista Mateus tem tanto interesse em explicar desde o início a seus leitores o significado profundo do nome dessa personagem da qual irá falar ao longo de todo o evangelho. O «nome» dessa criança que ainda não nasceu é «Jesus», que significa «Deus salva». Seu nome é esse porque «salvará o seu povo do pecado».


No ano 70, Vespasiano, designado como novo imperador enquanto sufocava a rebelião judaica, marcha a Roma onde é recebido e clamado com dois nomes: «salvador» e «benfeitor». O evangelista Mateus quer deixar as coisas claras. O «salvador» do qual o mundo necessita não é Vespasiano e sim Jesus.


A salvação não chegará através de um imperador nem através da vitória de um povo sobre outro. A humanidade necessita ser salva do mal, da injustiça e da violência, necessita que seus pecados sejam perdoados e que sua vida seja reorientada para uma vida digna. Esta é a salvação oferecida por Jesus.


Mateus dá a Jesus outro nome: «Emanuel». Sabe que Jesus não foi assim chamado historicamente. É um nome chocante, absolutamente novo, que significa «Deus conosco». Um nome que só os que crêem atribuem a Jesus, nele e desde ele, Deus nos acompanha, abençoa e nos salva.


As primeiras gerações cristãs levavam o nome de Jesus gravado em seu coração. Repetiam uma e outra vez. Eram batizados em nome de Jesus e se reuniam para orar em nome do Mestre. Para Mateus, é uma síntese efetiva de sua fé. Para Paulo, nada maior. Segundo um dos primeiros hinos cristãos, «ante o nome de Jesus todo joelho se dobra ».


Depois de vinte séculos, necessitamos aprender a pronunciar o nome de Jesus de maneira nova. Com carinho e amor, com fé renovada, em atitude de conversão. Tendo o nome de Jesus em nossos lábios e em nosso coração, podemos viver e morrer com esperança.

Pe. José Antonio Pagola


fonte: Escola de Evangelização



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