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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Purgatório e Indulgências


Recebi alguns questionamentos de leitores sobre Purgatório e Indulgências, segue uma explicação para buscar o entendimento de todos, algo muito importante a nós católicos:


Primeiro, vamos entender a pena: quando cometemos um pecado (que é algo que infelizmente fazemos muito), nós nos confessamos e recebemos o perdão. Mas, temos a conseqüencia desse pecado para pagar ainda...


Eu entendo assim: se eu der um tiro em alguém, não basta eu me arrepender e pedir perdão em público, é necessário pagar na cadeia por esse terrível ato... com o pecado acontece o mesmo. O arrependimento e o pedido de perdão na confissão nos impedem de ir para o inferno, mas não nos poupam da pena temporal devida.


Para entender melhor, olha como o Prof. Felipe aquino explica isso:


Todo pecado tem duas consequências: o da culpa e o da pena, devido à desordem causada pela culpa. Então, para que alguém fique totalmente redimido do pecado é preciso que obtenha de Deus o perdão da culpa, mediante o sacramento da Reconciliação (confissão), e restaure a ordem violada pelo pecado, cumpra a pena.


Se alguém difamou uma pessoa, não basta que peça desculpa do seu erro à pessoa ofendida, e seja perdoado, é preciso também restaurar a honra e o bom nome da pessoa. Ora, isto é uma exigência natural da justiça. Cientes disso, os primeiros cristãos, até a idade média, infligiam a si mesmos severas penas (jejum de muitos dias até o pôr do sol, flagelações, longas peregrinações, etc.) mesmo após o perdão dos pecados, para cumprir a pena devida ao pecado.



Ou seja, a “Pena Temporal” pode ser paga aqui, com obras de caridade, orações e penitência; ou é paga no Purgatório com duras penas; ou é cancelada pelas indulgências.


Li uma vez um relato de uma santa, Catarina de Gênova, a quem Deus permitiu ver o purgatório. O que ela viu foi um sofrimento terrível, as almas sofriam como as do inferno... a diferença era que quem sofre no inferno, sabe que será um sofrimento eterno. Quem sofre no purgatório, sabe que o próximo passo é o céu.


Entretanto, Jesus mostrou para essa santa que aqueles que lá estão não têm mais o que fazer a não ser esperar pela misericórdia de Deus, e pela dos cristãos que ainda estão vivos.


Quando nós rezamos por eles (pelas almas dos falecidos), vai diminuindo a pena deles, o que faz com que se aproximem mais do céu. Por exemplo, se eu morrer hoje, eu posso ter que cumprir ainda uma pena curta (de 1 dia, 1 semana, 1 mês) ou longa (1 ano, 1000 anos), etc... e cada vez que alguém aqui da terra reza por mim, essa pena diminui. Isso é indulgência.


Assim, essa santa teve a visão de um padre que estava no purgatório ha mais de 1000 anos, e como ninguém rezava por ele, ele ia ficando lá... Por isso que nossa Igreja hoje reza pelos mortos.


Segundo S. Vicente Ferrer, há almas que ficaram no purgatório um ano inteiro por um só pecado. Santa Francisca afirma que a maioria das almas do purgatório lá sofrem de trinta a quarenta anos. Muitos santos viram almas destinadas a sofrer no purgatório até o fim do mundo.



Indulgência Parcial e Plenária


Agora que entendemos como funciona a "pena temporal", vamos à explicação da Indulgência parcial e plenária. A indulgência plenária é total, por exemplo, a pessoa que está lá, fica livre do purgatório, mesmo que ainda tinha a cumprir anos e anos...



A indulgência parcial, é aquela que vai diminuindo a pena. Por exemplo: uma Ave-Maria rezada com devoção diminui em uma semana qualquer pena... só pronunciar os nomes de Jesus ou de Maria com amor já é indulgenciado... e isso vale para a nossa pena, ou para a pena dos mortos, que já estão lá... imagine então um terço, um rosário? A Santa Missa então?


Assim, se você seguir os passos da indulgência plenária, você pode tirar os seus entes queridos que já morreram do purgatório. Ou, se quiser usar para você, você apaga a pena que tem até hoje... então se morre hoje, pode ir para o céu!!!


Uma bela prática de caridade, é entregar as indulgências que conseguimos juntar aos falecidos de nossa família, conhecidos e até desconhecidos, pois muitos não tem quem reze por eles.


Catecismo da Igreja Católica: §1032 – A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos... “Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles”. (S. João Crisóstomo, Hom. In 1Cor 41,5)


Já segui os passos para indulgência plenária para todos os meus entes queridos que já se foram, além de amigos, etc... agora, os ofereço a Nossa Senhora, para que Ela escolha uma alma que deva receber minhas indulgências.



O interessante disso tudo é que as almas do purgatório sabem que sua pena foi reduzida, ou finalizada por nós, então, quando elas chegam no céu, são as que nos ajudam de lá, intercedendo a Deus por nós... é como se estivéssemos presos, e alguém chegasse e pagasse a fiança... a pessoa não aparece, mas quando saímos, ficamos sabendo quem foi que pagou a fiança.


Para mandar ou receber para si uma indulgência parcial, basta qualquer oração, sacrifício, obra de misericórdia, participação à santa missa, etc... para ser plenária, aí tem os passos. Por exemplo, reza do terço+confissão+missa com comunhão+orar pelo Papa. ou Adoração ao santíssimo (meia hora no mínimo)+confissão+missa com comunhão+orar pelo Papa.



Na semana de finados, vale também ir ao cemitério e rezar pelos mortos+confissão+missa com comunhão+orar pelo Papa. Além disso, tem aquelas que o Papa anuncia, por exemplo agora no ano Sacerdotal, tem alguns passos a seguir para ganhar as indulgências plenárias.



Lembra quando falavam que a Igreja vendia pedacinhos no céu antigamente? Então, era porque a caridade+confissão+missa com comunhão+orar pelo Papa também era indulgenciada, então, aqueles que queriam "ferir" a Igreja, diziam que os que davam terrenos, ou esmolas para a Igreja, estavam comprando pedaços do ceu... e que a Igreja estava vendendo... mas não é nada disso, pois só a caridade não basta, era necessário estar em estado de graça (ou seja, ter confessado), comungado e orado pelo papa.


Importante: que as indulgências só valem para si mesmo ou para uma alma. Ou fica para quem fez a boa ação ou se manda para alguém que já morreu. Você não tem como mandar a indulgência para um vivo... e a caridade para com as almas é bem vista por Deus assim como a caridade para com os vivos... assim, ficamos sempre “em crédito” quando ganhamos indulgências para nossos falecidos, além é claro de contar com as orações deles lá do céu por nós.


Ensinamento de João Paulo II:
“Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio. “ ( LR de 08/11/92, p. 11)


Espero que tenha ficado mais claro!!! Acho interessante, você que é catequista, explicar isso para os seus alunos!! As pessoas rezam muito pouco por seus mortos, no velório, muito choro... depois, ficam no esquecimento, lá sofrendo. Façamos nossa parte pelos que amamos ou simplesmente conhecemos: rezemos por eles, ofereçamos missas, terços para que parem de sofrer e para ganhar muitos amigos no céu intercedendo por nós!


"Poupai vossas lágrimas", dizia São João Crisóstomo, "pelos defuntos e dai-Ihes mais orações". E Santo Ambrósio conclui: "É preciso assisti-las com orações do que chorá-las".


Abraços fraternos
João Batista

Fontes e objetos de pesquisas para quem quiser mais informações:

http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESCOLA&id=esc1305 - PURGATÓRIO - ORAÇÃO PELOS MORTOS – INDULGENCIAS
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=DOUTRINA&id=dou0426 – Doutrina das Indulgências
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/category/purgatorio/ - O purgatório na Bíblia
http://www.almasdopurgatorio.com.br/ -site de explicações e pedidos de orações pelas almas do Purgatório.

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