quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Deus em Tudo
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
A Pilula do Dia Seguinte (PDS) é abortiva?
A concepção de uma criança pode se logo após o ato sexual do casal, ou pode se dar até uns três dias depois, tempo que o espermatozóide pode sobreviver no interior da mulher. Segundo Speroff e colaboradores, 90 segundos após a ejaculação, já se pode encontrar os gametas masculinos no endocérvice (porção interna do colo uterino).
Estudos feitos, em casos de esterilidade conjugal, mostram que 5 minutos após a inseminação, feita no interior da cavidade uterina, já se detecta espermatozóides nas trompas, na região onde vai ocorrer a fecundação. Portanto, alguns minutos após o orgasmo masculino, já é possível a presença dos gametas masculinos em volta do óvulo.
A PDS contém uma fortíssima carga hormonal que não permite que o embrião (óvulo fecundado) se ligue à parede do útero da mulher (nidação) e se desenvolva; assim, ele é eliminado acontecendo um aborto. Na maioria das vezes usa-se o Levonorgestrel (derivado da 19-nortestosterona), e em dosagens que equivalem de 7 a 11 comprimidos das pílulas anticoncepcionais comuns de uso diário.
A empresa produtora e distribuidora da PDS na Nova Zelândia admitiu recentemente que este fármaco pode causar um aborto nas primeiras fases da gravidez. A companhia Schering Ltd, que tem a seu cargo a produção da PDS, distribui um folheto informativo que deve ser entregue às mulheres que adquirem o fármaco, no que claramente se indica que um de seus efeitos é evitar que o óvulo fecundado se aninhe ou implante nas paredes do útero, produzindo-se assim um aborto. (AUCKLAND, 2007-01-08 - ACI).
O diretor do Instituto de Bioética da Universidade Católica de La Plata, Dr. Juan Carlos Caprile, considerou que a pílula do dia seguinte não deve identificar-se como um “anticoncepcional de emergência, mas sim como um aborto de emergência”, dado que entre seus efeitos está o de evitar que um óvulo fecundado se implante no útero materno. Para o perito, a pílula do dia seguinte que o governo argentino distribui gratuitamente no sistema público de saúde “é abortiva porque diminui notavelmente a espessura da parte interna do útero (endométrio) não permitindo que se fixe o embrião entre os 7 e 14 dias de ocorrida a concepção, eliminando-o”. (BUENOS AIRES, 07 Mar. 07 - ACI).
Dr. Juan Caprile assinalou que “está comprovado pelos últimos adiantamentos científicos da biologia molecular que a penetração do espermatozóide no óvulo marca o início da vida humana, e, portanto desde esse momento é um novo indivíduo único e irrepetível que possui toda a informação necessária para ir desenvolvendo suas capacidades”.
O Conselho Regional XVII de Callao, do Colégio Médico do Peru divulgou em 21 de março de 2006 um comunicado à opinião pública em que assinala que a chamada “pílula do dia seguinte“, conhecida como Anticoncepcional Oral de emergência” (AOE) tem caráter abortivo e, portanto, não deveria ser legal no Peru.
O laboratório Grünenthal, fabricante no Chile da “pílula do dia seguinte”, decidiu retirar do mercado o fármaco devido a sua escassa venda e às constantes ações judiciais interpostas por organizações pró-vida que denunciam seu potencial efeito abortivo, pois o Postinor 2 (nome comercial do levonorgestrel 0.75) induz ao aborto.
O Desembargador José Renato Nalini, em artigo intitulado “Feto é Gente”, comenta que o nascituro pode ser autor em juízo: … No momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, ocorre o mágico fenômeno da concepção. Passa a existir um ser que já possui todas as características definidoras daquele fluxo que já não pode ser interrompido. É um ser vivo portador de um patrimônio genético próprio. (…) Tudo o que representar vulneração a esse direito fundamental à vida, é vedado pela ordem constitucional”. E diz, ainda, o autor do artigo: “Com razão maior, aquele que já foi fecundado é gente, tem direito a assistência pré-natal, tem direito a impedir que sua mãe pratique aborto…”
Embriões e fetos são seres portadores de DNA próprio e original, e não uma parte anexa ao corpo da mãe.
Afirma o Dr. Eurico Alonço Malagodi, médico, autor do livro “Mulher, o último elo”: “Quando se faz a leitura atenciosa da bula de uma das muitas pílulas do dia seguinte, à venda livremente nas farmácias brasileiras, vamos nos surpreender com a advertência de que tal medicamento não pode ser usado na presença de uma gravidez, e mais surpresos ainda ficamos quando constatamos que tal advertência aparece oito vezes no texto.”
“Esta é a inequívoca ação abortiva da pílula do dia seguinte, e da qual a esperteza comercial, a irresponsabilidade pública e a banalização do ato genital farão um sucesso de vendas nos próximos anos, especialmente entre as adolescentes.Mais uma vez, a sociedade machista, que aí está, libera o homem de sua responsabilidade, pela violência que continuará cometendo contra a mulher.”
O Cardeal de São Paulo, D. Odilo Scherer, quando foi Secretário Geral da CNBB, afirmou que a Igreja católica é contra esse método (PDS), que para ele fere os princípios de moral da Igreja: “Consideramos que o efeito da pílula do dia seguinte pode ser abortivo. Consideramos que o início da vida humana se dá com a concepção. Portanto, daí para a frente, toda interrupção do processo de evolução da vida humana é considerado um aborto provocado”.Várias outras Conferências de Bispos no mundo todo já se manifestaram contra o uso da PDS por ser abortiva.
Em 11 nov 2001 os Bispos de São Paulo emitiram uma Nota Pastoral nos seguintes termos:
“Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo, reunidos em Itaici-SP, sentimos o dever de orientar o povo católico e todas as pessoas de boa vontade sobre a chamada “Pílula do Dia Seguinte”.
Ela vem sendo oferecida como pílula de emergência para evitar a gravidez em casos de violência sexual ou de outras situações em que a mulher deseja evitar a gravidez imediatamente após a relação sexual mantida.
Trata-se, na verdade, de uma pílula abortiva… A Igreja Católica, no entanto, baseada nos dados da Ciência, afirma que desde a concepção e antes de se fixar no útero, o óvulo fecundado já é o início de uma vida humana.
Portanto, mesmo sendo expelido antes de sua fixação no útero já se trata de um aborto. É isto que a pílula do dia seguinte pode provocar.”
(Itaici, 11 de novembro de 2001)
Carnaval sem Traumas
O Brasil tem o privilégio de promover a grande festa do carnaval, renomado pela beleza dos desfiles, pela grande quantidade de pessoas que se mobilizam para trabalhar na “indústria da alegria”, assim como por outras centenas de milhares de turistas que vêm para apreciar esse espetáculo. Ao ritmo de percursionistas, grupos de passistas marcam a cadência e a harmonia de suas evoluções. Todos os integrantes, empenhados num mesmo ardor, desfilam, com esmero, sua animação e alegria ao longo de 60 minutos. Realmente, é um espetáculo grandioso!
Hoje, por outro lado, não podemos negar que essa festa se tornou também um modo de extravasar outros desejos, os quais são encarados com certa naturalidade pela sociedade nesta época do ano. Muitos de nós, querendo viver momentos de alegria e prazer, lançamos mão das justificativas de uma liberdade provisória, – talvez aspirando a anestesiar frustrações ou carências – e avançamos decididos, passando por cima das barreiras do pudor.
“Pierrôs” e “Colombinas”, sedados pelos apelos e pelo ambiente, envolvem-se no consumo de drogas, bebidas alcoólicas e sexo desregrado – muitos deles auxiliados pelo Estado, que disponibiliza dispositivos de contracepção para o público. Após cada dia de folia, encontramos pessoas pelas ruas, as quais não conseguiram voltar para casa devido à embriaguez. Outras, conscientes do descompromisso, permitem-se envolver intimamente com alguém que conheceu no salão de baile.
Dessa maneira, adultos e adolescentes – enredados por todos os atrativos – perdem o sentido de responsabilidade e se lançam nas corredeiras do “vale tudo”.
Sabemos que não temos “sete vidas” assim como também não possuímos uma “tecla de retrocesso”, por meio da qual podemos corrigir os atos mal sucedidos. Acreditar que vale tudo pela emoção do sonho realizado pode levar muitos a desfazer o “castelo” que tinham idealizado. Pois, de alguma maneira, as conseqüências de nossas opções certamente nos atingem, assim como também atingem as pessoas mais próximas. Estar conscientes dessa realidade nos ajuda a nos empenharmos em favorecer somente a comunhão de nossas alegrias com os demais.
Buscar oportunidades de realizar nossos sonhos e desejos é nosso direito, entretanto, descobrir como vivê-los de maneira saudável e duradoura é a atitude que precisa ser observada – não apenas nos dias de grandes celebrações –, mas a cada dia de nossa existência.
Um abraço,
José Eduardo Moura
Paz e Bem
Ecclesiae Dei
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Consumir e distribuir pílula abortiva leva a excomunhão!

A prefeitura de Recife anunciou que, como resultado da grande quantidade de "sexo casual" que ocorre durante os dias do Carnaval, a "pílula do dia seguinte" será distribuida massivamente, além do milhão de preservativos que se distribuem durante os dias das celebrações que precedem à Quarta-feira de Cinzas.
Nesta quinta-feira, Dom Cardoso assinalou que a distribuição da pílula "do dia seguinte" que tem efeitos abortivos "é aberrante e ilegal", pois no Brasil o aborto é ilegal.
O Prelado assinalou que a Arquidiocese pensa apelar perante a justiça a decisão da prefeitura, mas advertiu além que aqueles que a consomem, são passíveis de ser excomungados.
"Esta política é iníqua, e constitui uma atitude imoral, e neste caso, tanto quem a utiliza como quem promove seu uso está cometendo um crime passível de excomunhão", disse Dom Cardoso.
O Arcebispo também anunciou que vai enviar orientações aos sacerdotes das paróquias da Arquidiocese para que instruam aos fiéis na homilia dominical.
Fonte: Site ACI Digital


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
O que é a Castidade?
A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cf. Gl 5,22-23). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo. (Cat. §2345)
“E todo aquele que nele tem esta esperança, se torna puro como ele é puro.” (1Jo 3,3) A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade do homem em seu ser corporal…
Para se viver uma vida casta é necessário uma aprendizagem do domínio de si; ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.
Santo Agostinho disse que: “A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação.” (Confissões, 10,29,40).
Para se viver segundo a castidade é preciso resistir às tentações através dos meios que a Igreja nos ensina: fugir das tentações, obedecer os mandamentos, viver uma vida sacramental, especialmente freqüentando sempre a Confissão e a Comunhão, e viver uma vida de oração. Muito nos ajuda nisto a reza do santo Rosário de Nossa Senhora e a devoção e auxílio dos santos. (cf. Cat. §2340)
(...)
Infelizmente a sociedade hoje ensina os jovens a darem vazão e satisfação a todos os baixos instintos; essa “educação” é uma forma de animalizar o ser humano, pois coloca os seus instintos acima de sua razão e de sua espiritualidade.
O domínio de si mesmo é fundamental para a pessoa ser capaz de doar-se aos outros. A castidade torna aquele que a pratica apto para amar o próximo e ser uma testemunha do amor de Deus. Quem não luta para ter o domínio de si mesmo é um egoísta; não é capaz de amar. Por isso, a castidade é escola de caridade. A Igreja ensina que: “Todo batizado é chamado à castidade. O cristão “se vestiu de Cristo” (Cf. Gl 3,27), modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade” ( Cat. §2348).
Santo. Ambrósio ensinava que: “As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência; isto significa viver a vida sexual apenas com o seu cônjuge. Existem três formas da virtude da castidade: a primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é rica (Vid. 23)”. ( Cat. §2349)
Também os noivos são chamados a viver em castidade. A vida sexual só deve ser vivida após o casamento, pois só então o casal se pertence mutuamente, e para sempre, com um compromisso de vida assumido um com o outro para sempre.
“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade”. ( Cat. §2350)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
A Oração do Casal
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
A Yoga
domingo, 6 de janeiro de 2008
Sem Domingo não podemos viver!

No início do século IV, quando o culto cristão era ainda proibido pelas autoridades imperiais, alguns cristãos do norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: « Sine dominico non possumus – sem o domingo, não podemos viver ».
Estes mártires de Abitinas, juntamente com muitos outros santos e beatos que fizeram da Eucaristia o centro da sua vida, intercedam por nós e nos ensinem a fidelidade ao encontro com Cristo ressuscitado!
Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser “iuxta dominicam viventes”, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor.
Com efeito, este é o dia da nossa libertação definitiva. Então por que maravilhar-se quando desejamos que cada dia seja vivido segundo a novidade introduzida por Cristo com o mistério da Eucaristia?
Papa Bento XVI
Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
INDULGÊNCIAS
O QUE SÃO AS INDULGÊNCIAS?
Antes de explicar o que são as indulgências, vamos mostrar que a Igreja ensina esta doutrina sem hesitação.
O Catecismo da Igreja (CIC) afirma que: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, seqüelas dos pecados.” (CIC, 1498)
O Papa Paulo VI (1963-1978), na Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências (DI), ensina com clareza toda a verdade sobre esta matéria. Começa dizendo que: “A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual vindo dos Apóstolos “ se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto “a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)”. ( DI, 1) Assim, fica claro que as indulgências têm base sólida na doutrina católica (Revelação e Tradição) e, como disse Paulo VI, “se desenvolve na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo”.
O uso das indulgências teve sua origem já nos primórdios da Igreja. Desde os primeiros tempos ela usou o seu poder de remir a pena temporal dos pecadores. Sabemos que na Igreja antiga dos primeiros séculos, a absolvição dos pecados só era dada aos penitentes que se acusassem dos próprios pecados e se submetessem a uma pesada penitência pública; por exemplo, jejum de quarenta dias até o pôr do sol, trajando-se com sacos e usando o silício, autoflagelação, retirada para um convento, vagar pelos campos vivendo de esmolas, etc., além de ser privado da participação na Liturgia eucarística e na vida comunitária.
Isto era devido ao “horror” que se tinha do pecado e do escândalo. Aquele que blasfemasse o nome de Deus, da Virgem Maria, ou dos santos, ficava na porta da igreja, sem poder entrar, sete domingos durante a missa paroquial, e, no último domingo ficava no mesmo lugar sem capa e descalço; e nas sete sextas-feiras precedentes jejuava a pão e água, sem poder neste período entrar na igreja. Aquele que rogasse uma praga aos pais, devia jejuar quarenta dias a pão e água.
Essas pesadas penitências e outras tinham o objetivo de extinguir no penitente os resquícios do pecado e as más inclinações que o pecado sempre deixa na alma do pecador, fazendo-o voltar a praticá-lo. Na fase das perseguições dos primeiros séculos, quando era grande o número de mártires, muitos cristãos ficavam presos e aguardando o dia da própria execução. Surgiu nesta época um belo costume: os penitentes recorriam à intercessão dos que aguardavam presos a morte. Um deles escrevia uma carta ao bispo pedindo a comutação da pesada penitência do pecador; eram as chamadas “cartas de paz”. Com este documento entregue ao bispo, o penitente era absolvida da pesada penitência pública que o confessor lhe impusera, e também da dívida para com Deus; a pena temporal que a penitência satisfazia. Assim, transferia-se para o pecador arrependido, o valor satisfatório dos sofrimentos do mártir. Desta forma começou o uso da indulgência na Igreja.
Muitas vezes os penitentes não tinham condições de saúde suficiente para cumprir essas penitências tão pesadas; e isto fez com que a Igreja, com o passar do tempo, em etapas sucessivas e graduais, fosse abrandando as penitências. Na idade média, a Igreja, com a certeza de que ela é a depositária dos méritos de Cristo, de Nossa Senhora e dos Santos, o chamado “tesouro da Igreja”, começou a aplicar isto aos seus filhos pecadores.
Inspirados pelo Espírito Santo, os Papas e Concílios, a partir do século IX, entenderam que podiam aplicar esses méritos em favor dos penitentes que deviam cumprir penitencias rigorosas. Assim, surgiram as “obras indulgenciadas”, que substituíam as pesadas penitencias. O jejum rigoroso foi substituído por orações; a longa peregrinação, por pernoitar em um santuário; as flagelações, por esmolas; etc.. A partir daí, a remissão da pena temporal do pecado, obtida pela prática dessas “obras indulgenciadas”, tomou o nome de “indulgência”. Nos exemplos das pesadas penitências públicas citadas acima, elas eram substituídas, respectivamente, por uma indulgência de sete semanas e por uma indulgência de 40 dias; por isso as indulgências eram contadas em dias, semanas e meses, porque assim, eram também contadas as penitências públicas.
Com a reza do Terço, por exemplo, em qualquer dia do mês de outubro, se ganhava a indulgência de sete anos. No século IX, os bispos já concediam indulgências gerais, isto é, a todos os fiéis, sem a necessidade da mediação de um sacerdote. Assim, os bispos estipularam que realizando certas obras determinadas, os fiéis poderiam obter, pelos méritos de Cristo, a remissão das penas devidas aos pecados já absolvidos. É preciso compreender que esta prática não se constituía em algo mecânico; não, o penitente, ao cumprir a obra indulgenciada devia trazer consigo as mesmas disposições interiores daquele que cumpria no passado as pesadas penitências, isto é, profundo amor a Deus e repúdio radical de todo pecado. Sem isto, não se ganharia a indulgência. Com o passar do tempo, e principalmente por causa da “questão das indulgências” no tempo de Martinho Lutero, no século XVI, as indulgências foram ofuscadas e tornaram-se objeto de críticas.
No entanto, após o Concílio Vaticano II (1962-65), o Papa Paulo VI reafirmou todo o seu valor, na Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, onde quis claramente mostrar o sentido profundo e teológico das indulgências; incitando os católicos ao espírito de contrição e penitência que deve movê-los ao realizar as obras indulgenciadas, removendo toda a aparência de mecanicismo espiritual que no passado aconteceu.
Fonte: Site Universo Católico


